Governo sem noção sempre será vencido (01/04/2021)
Atualizado: 4 de abr. de 2021
O Fato Sem Politicagem 01/04/2021
Toda vez que eu me deparo com o tema da fome sou sempre levado, ou remetido, ao final dos anos de 1950 e início dos anos 1960, fase de penúria e muita tristeza para a região nordestina, claro que antes de minhas lembranças crises mais agudas alcançaram aquelas terras de tantos sacrifícios feitos pelos homens nativos, resistentes e resilientes no meio da tragédia, imposta pela natureza, por conta da ausência de chuvas, principalmente no polígamo das secas.
Das lembranças que ficaram e marcaram muito nossa infância não posso esquecer-me das roupas do vuco vuco (roupas usadas, doadas por uma campanha e com origem dos EUA). No grupo escolar era servida uma sopa com produtos doados por governos de outras terras e ou leite em pó dissolvido e servido, normalmente nos intervalos das aulas matinais.
Além da presença constante, vagando pelas ruas, de cassacos (nome pejorativo dado aos homens dispersos e espalhados pelas ruas das cidades, famintos e desesperados) em busca de algo que pudesse ser levado aos seus familiares, normalmente encontrados na zona rural e ou na periferia das cidades invadidas por esses retirantes das secas impiedosas pelas estiagens, promovendo danos e perdas naquela gente.
Em determinado momento da minha vida cheguei a pensar que aquelas imagens tivessem ficado lá bem distantes, no meu passado, nada mais enganoso. Novos tempos, tempos modernos, a tecnologia substitui o homem em muitas tarefas do seu trabalho, as máquinas se apresentam muitas vezes, mais fortes e econômicas, uma substituição razoável, vista pelos olhos dos novos empresários do agronegócio.
No meio de tantas mudanças, modismos, culturas diferenciadas, a prática de novas relações e povos; encontram-se novas gerações sendo sequestradas pela ambição dos mais fortes e poderosas, impondo a terra que ela seja cada vez mais produtiva e rentável, para tanto, é preciso que ela seja enriquecida de nutrientes e os frutos dela obtidos sejam conservados e vistosos com aplicação de agrotóxico, mesmo que esse produto químico venha a deteriorar a saúde humana.
Com tanta selvageria nas atitudes dos urbanos de tempos e tempos a natureza manda sua fatura com juros e correção monetária, em forma de pandemias. Como não podia ser diferente, depois de um castigo ocorrido há um século, com a febre espanhola, fomos alcançados por um novo vírus, o Coronavírus e suas mutações; depois de um ano de muita luta, pesquisas cobaias humanas sendo testadas, mesmo com imunizantes sem o devido tempo de teste ocorrido, continuamos vitimados.
Aqui no Brasil estamos sendo castigados triplamente; a pandemia sanitária que nos sufoca, em alguns casos tirando a própria vida dos homens, na política, os governos não se entendem, independente de que esfera eles estejam, não são aliados contra o inimigo comum, mas inimigos na sua essência, em nome da fama e do Poder.
O mais grave, a fome provocada pelas dificuldades de sobrevivência, dos mais necessitados, é relativizada. Depois de três meses sem nenhuma ajuda do governo federal, finalmente é marcada a data do recomeço para pagamento do auxílio.
Esse auxílio denominado de emergencial vem tarde, mas vem em momento de extrema necessidade. Ele virá para poucos, muitos não terão os benefícios obtidos em outros momentos; seu valor não será suficiente para possibilitar a matar a fome dos mais prementes e em cotas de quatro parcelas, dependendo do beneficiário e sua situação civil e social corresponde a R$ 150, R$250 e ou R$375.
Mesmo sendo valores irreais para as necessidades reais do ser carente, o presidente Bolsonaro ainda acha que está fazendo um grande favor a essa gente desassistida; o dinheiro não é dele, trata-se de valores que serão pagos por todos nós, pois não há dinheiro em caixa para suprir essa necessidade, para tanto, vamos pagar juros estratosféricos, que assim seja a finalidade justifica qualquer ação do povo brasileiro.
O que efetivamente não se justifica é o presidente, no ápice de sua prepotência, tentar se imaginar o soberano absoluto de uma nação, que é República, demitir todos os Comandantes das Forças Armadas, Exército, Marinha e Aeronáutica, pelo simples fato deles não se sujeitarem a serem capachos de alguém que não tem nenhuma capacidade de comando e ausente de resquícios de gestão e liderança sofrível, o levante foi em decorrência do apoio deles ao Ministro da Defesa.
Se achando o líder absoluto da Nação, coisa que ele nunca correspondeu a essa realidade, o presidente Bolsonaro troca toda uma equipe e nomeia novo grupo na tentativa de mostrar superioridade, coisa que ele nunca foi. Por uma questão de vingança, ele por ter sido encostado no exército brasileiro, portanto aposentado compulsoriamente, agora procura atingir qualquer militar superior a sua patente, quando na ativa.
Esperamos que esses novos indicados aos seus respectivos cargos tenham a mesma dignidade dos seus anteriores e demonstrem que eles são militares com respeitam a Constituição e a Nação, não se servem para servir qualquer governo que não se preste a ser servidor do povo brasileiro.
Acredito que o presidente tenha ido longe demais ao meio dessa sua intempestiva necessidade de se sentir superior a tudo e a todos; ele só se esqueceu de um detalhe importante: na última hora o Brasil foi sempre bem servido por brasileiros de caráter e de amor a Pátria. “Amor à pátria, SIM!!!”
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