Ajudei o despertar da vida na alma de quem se sentia morta
Colori os quadros pintados sem sensibilidade e em preto e branco
Dei harmonia à música triste sem acordes e sem pauta
Coloquei palavras de conforto em quem só tinha desencanto;
Busquei na natureza toda sua perfeição e sonoridade
Não deixei que secassem as fontes e matassem os bosques
Fui defensor de causas muitas vezes indefensáveis
Para que fosse feita justiça e reintegrada a verdade;
Não desanimei diante da covardia dos mais fortes
Aliei-me aos fracos no meio de tantas turbulências,
Construí muros e fortalezas evitando o avanço das marés
Mantive intacta a beleza milenar das exuberantes praias;
Procurei e fui justo quando intermediar desavenças
Uni o preto e o branco fazendo da mistura belos poemas e contos,
Desbravei terras bravas e distantes nunca antes exploradas
Sempre fui um dos muitos que manteve a esperança nos povos;
Fazendo uma análise fria e ponderada da minha trajetória
Quando sinto o vento mórbido do entardecer acariciando minha face,
Não sei, nem vou julgar, se o que faço na minha passagem vale a pena,
Sei apenas, faria tudo, da mesma forma que faço, novamente.
*poema feito nos anos 1970 quando ainda usava pseudônimos, por força das circunstâncias, assinei como Sergio Kante. O texto consta do livro Rainha Proibida, seleção do site: www.kantepoemas.com.br. Nesse site constavam 500 textos diversos e desapareceram em uma nuvem e não mais o encontrei; muitos deles não foram editados e nem salvos.
Genival Dantas/Sergio Kante (Pseudônimo)
Poeta, Escritor e Jornalista
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