


O maior prêmio na vida é fazer alguém feliz – 03/03/2025
Há todo um ceticismo no entorno dos fatos que nos cercam, quanto mais elitizado o tema mais incoerente se torna mesmo que a maioria não perceba a ocorrência, pois muitos preferem ficar na ignorância que admitir sua incapacidade de reconhecer sua fragilidade cultural, dessa forma seguem como quem acompanhando o gado em direção ao matadouro na mais absoluta inobservância da realidade.
A festa do Oscar é uma dessas ocorrências em que a arte popular, no caso o cinema, é avaliado por uma seleta plateia composta por críticos e entendidos da arte de representar, mesmo sendo eles elementos talhados para as análises mais profundas, mesmo assim, como seres humanos não fogem do senso ideológico e os erros de avaliações ficam sempre escondidos nas entrelinhas.
Walter Salles, o cineasta, responsável pelo sucesso do filme “Ainda Estou Aqui”, reconhecidamente como uma pessoa capaz, ao ganhar o prêmio do melhor filme internacional, nessa última noite, foi no mínimo infeliz, ao afirmar que demorou quatro anos para completar a obra, por ter esperado o final do Governo Bolsonaro para continuar seu projeto, como o ex-presidente fosse um empecilho ao seu trabalho.
É claro que em todo governo há sempre um cunho de política, nem sempre as versões são verdadeiras, porém somos sempre polêmicos quando queremos defender nossos trabalhos, mormente os mais intelectuais, sempre defendemos nossas crias, qualquer obra intelectual é um filho, até aí tudo bem, o que não concordo é querer crescer em cima de alguém ausente sem a mínima necessidade.
Os homenageados da noite são pessoas meritórias, dentre elas a Fernanda Torres, mesmo fazendo parte de uma corrente política contrária à minha não posso negar sua capacidade profissional, e sua atuação marcará doravante o cinema nacional, assim como ficou marcado o surgimento do cinema novo. A arte precisa ser mostrada e diferenciada com toda veemência, sem mais, nem porquê.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista

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