Quando o Natal chegar despontando no horizonte tal qual a lua cheia iluminando todas as cidades, montes, morros e bosques, a nos lembrar de que é chegada a hora de fazermos uma reflexão sobre o momento que estamos vivendo e até fazendo a história da nossa geração, essa mesma geração que entregará aos futuros integrantes da nossa terra um planeta bem pior que recebemos dos nossos ancestrais, eles aqui viveram desde o inicio da vida sobre a terra, nós com um pouco mais de 50 anos fizemos do nosso planeta uma verdadeira terra arrasada. Vamos ao que nos interessa que é o tema principal desse texto, o Natal:
Reconheço que a festa Natalina é igual a tantas outras planejadas pelo setor comercial com objetivo principal de movimentar o comercio de presentes, bebidas e alimentação, ou seja, voltada para o setor festivo, mesmo tendo surgido nos templos religiosos. Assim a festa de Natal surgiu no século lV, pelas mãos da Igreja Ocidental e encampada pela Oriental a partir do século V, sempre dia 25 de dezembro quando se comemora o aniversário de Jesus Cristo, tradição nas línguas neolatinas.
Há historiadores que pregam a primeira celebração na cidade de Roma, em 336 d.C., outros julgam ser na Turquia a primeira noite religiosa e festiva do Natal no início do século ll, mantendo-se o dia 25 de dezembro como a data referência . Nos países eslavos e ortodoxos, guiados pelo calendário Juliano o Natal é comemorado dia 7 de Janeiro, sendo o Natal o ápice das festas de final de ano, juntando-se a temporada de férias. Para estimular a adesão dos povos que viviam no paganismo à Igreja Católica soube com galhardia usar a data com essa finalidade.
Muito embora seja uma data cristã, votada ao Cristianismo, outros povos também festejam 25 de dezembro, alusiva ao nascimento do menino Jesus. Alguns costumes populares, assim como vários temas antecedem ao cristianismo. A troca de presentes e cartões entre familiares e amigos, as árvores de Natal, com pisca-piscas, já na era moderna, guirlandas e presépios. As cidades, praças e monumentos decorados, as próprias casas e prédios enfeitados com temas voltados a grande festa anual dos cristãos.
A figura mitológica do papai Noel está diretamente ligada à distribuição de presentes às crianças, um grande número delas ficava e ainda ficam ansiosos para receber a presença do bondoso velhinho, fiz parte, na infância, desse exército infantil na esperança de um presente diferente de todos que costumava ganhar, entretanto, sempre me conformava com os quais ganhava, sempre era mais de um, tive a sorte de contar com meus pais que nunca nos deixaram sem presentes nessa data, além de uma tia, fazendo a visita surpresa, não sendo mais surpresa ao passar dos anos, tamanha era a fidelidade dela nessa noite.
Infelizmente a famosa noite feliz virou um momento de grande comercio, o consumismo tomou conta e o principal motivo foi relegado ao segundo plano, à janta virou um encontro social, uma grande comilança e o menino Jesus largado num presépio no canto da sala, servindo de decoração, qual o que, uma fantasia, tendo como pano de fundo uma música cujo tema era exatamente Noite Feliz.
Essa prática precisa ser revista e voltarmos à simplicidade, sem a luxúria dos últimos anos, colaborando até na coerência cujo exemplo maior é a manjedoura onde Jesus Cristo nasceu símbolo de simplicidade e humildade. Quanto mais o tempo passa mais avançamos numa seara de fácil acesso e difícil retorno, lá sua fé ainda é maior que seus recursos materiais. A sociedade consumista fica se dedicando apenas aos símbolos tangentes, quando necessitamos de focar o lado espiritual, a data é para agradecermos ao menino Jesus por tudo que conquistamos, se ele não nos proporcionou ou proporciona tudo que foi pedido, certamente, foi o que estava ao alcance dele, ou o recebido correspondia ao que éramos merecedor, muitas vezes esperamos além daquilo que merecemos.
Há muitas altercações sobre o Natal, essa situação antecede sua implantação no calendário religioso, um dos mais conhecidos motivos de conflito ocorreu quando o Parlamento Inglês, mais conhecido como Parlamento Puritano, esse proibiu a celebração do Natal, alegaram que se tratava de um festival papista e por não haver uma justificativa bíblica. Há ainda hoje conflitos entre Estados e exaltados contrários ao feriado correspondente ao dia de Natal, notadamente os EUA que convive com uma verdadeira guerra religiosa em função desse fato.
Genival Torres Dantas
Escritor e Poeta
genivaldantasrp@gmai.com
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