O Fato Sem Politicagem 10/12/2020
Não faz muito tempo, o ministro do turismo, Marcelo Álvaro Antônio, estava envolvido com problemas de fomentador de esquema de candidaturas de laranjas, mulheres, no Estado de Minas Gerais e em prol do PLS, Partido que se reelegera (2018) em MG, ostentando primeiro lugar, em seu Estado, com mais de 230 mil votos, quando na eleição anterior, 2014, se elegeu com 60,3 mil votos, fruto do seu apoio ao candidato vitorioso para presidente da República Jair Bolsonaro.
Esse fato, ou escândalo, motivou a demissão à época do ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, presidente interino do PSL e durante as eleições daquele ano, 2018, ao mesmo tempo era o responsável pela distribuição das verbas públicas aos candidatos do seu Partido nos respectivos Estados. Como Marcelo Álvaro Antônio também foi envolvido no desvio dessas verbas não demorou muito e a Polícia Federal, em outubro de 2019, indiciou o referendado sob suspeita de envolvimento no esquema de laranjas.
Mesmo com farta evidência do imbróglio, Bolsonaro bancou a permanência do ministro na Pasta do Turismo, mesmo tendo contra ele grande parte dos seus apoiadores. Ontem (09) Bolsonaro foi irredutível e demitiu seu auxiliar direto e começa uma nova operação para abrir espaço no seu governo e acomodar aliados do Centrão, palavras do demitido que ainda acusou Luiz Eduardo Ramos da Secretaria de Governo.
O que ficou caracterizado por vazamento de textos é que o agora ex-ministro do Turismo fez declarações desmerecedoras ao secretário de governo, acusando-o de traíra e negociador de cargos no governo Bolsonaro em troca de apoio ao candidato de Bolsonaro à presidência da Câmara, Arthur Lira (Progressistas/AL) Líder do Centrão. Ao mesmo tempo Rodrigo Maia (DEM/RJ) se diz apoiado por bloco de 06 partidos: DEM, MDB, PSDB, Cidadania, PSL e PV, com a simpatia de outros deputados independente que farão oposição ao candidato do Bolsonaro.
No Senado Federal e na impossibilidade de se candidatar à reeleição da presidência daquela Casa, Davi Alcolumbre se alinha com Bolsonaro e tenta emplacar seu candidato a sua própria sucessão. São situações distintas e antagônicas, entre Maia e Alcolumbre, quem sairá vencedor nessa peleja não será fácil diagnosticar um favorito, vai depender de muito jogo de cintura político e o que de fato existe de real nessa troca de favores que começa a ser aventado depois que Bolsonaro jogou por terra seu projeto político e se alia ao bloco que ele tanto condenou para se eleger presidente da República.
Voltando a falar de pandemia e Coronavírus há um assunto que fica remoendo na cabeça de muita gente. Quais os motivos pelos quais fizeram os Governos, tanto Estaduais como Federal, desativar as UTIs provisórias e de campanhas, instaladas em vários Estados e sem nenhum motivo aparente, exceto o custo diário de manutenção, se não tínhamos nenhuma certeza do encerramento da crise do Coronavírus em nosso país.
Com a nova onda da pandemia se alastrando as Secretarias Estaduais estão começando a entrar em pânico com a exiguidade nos leitos de UTIs, mormente do setor público, que não atendem as necessidades de acomodações em caso de emergências fora da curva, como ocorreu entre junho e julho, pico da pandemia.
Fica claro que sem nenhum planejamento prévio, visão de futuro, e medida de valores condizentes com a realidade palpável, nenhuma administração consegue ter êxito, mesmo considerando uma casa, uma empresa e principalmente um Governo. O que muda é o tamanha do problema a dimensão é a mesma e o resultado final é infinitamente superior quando há comedimento e postura de liderança. Infelizmente o que verificamos são rascunhos de ideias natimortas, sem nenhuma chance de sucesso, o que é uma pena!
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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