

O Fato Sem Politicagem 17/08/2021
A iniciativa do presidente Bolsonaro de pedir o impeachment dos ministros Luiz Roberto Barroso e Alexandre de Morais deu azo para que a sociedade brasileira se mobilizasse com manifestações favoráveis ao STF, muitas entidades de classes e até mesmo o Senado Federal teve uma reação surpreendente, na pessoa do seu presidente, Rodrigo Pacheco coloca sob malhete a tramitação do processo para indicação do Advogado Geral da União, André Mendonça, para o STF.
Como já era sabido o comportamento, intempestivo e distante da realidade, fez do próprio Bolsonaro um político ausente dos seus parceiros políticos, ficando peremptoriamente dependente de outros Poderes na condução dos seus trabalhos. Costumeiramente todo ato do Bolsonaro vem sendo questionado, anulado, tornado sem efeito, por inconstitucionalidade, quando não, derrubada no Congresso Nacional, esse fato tornou-se corriqueiro logo após sua posse.
Na última semana ocorreu um jantar na casa do Roberto Barroso com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, para tratativas de governabilidade, dentro desse clima de tensão política a estabilidade é um tema recorrente entre as principais figuras nacionais. Claro que esse fato, o jantar, foi motivo de ciúmes do presidente Bolsonaro, se sentindo traído pelo seu vice, é bom salientar que Bolsonaro isolou completamente general Mourão nas suas atividades.
Esse tipo de cisão é normal no meio político, principalmente quando alguém começa a aparecer mais que outro, mormente quando ambos têm pretensões ao mesmo cargo. É de se admitir que na atual conjuntura, o vice-presidente Mourão, pela sua neutralidade no governo atual, tem mais chances de sucesso que o próprio presidente, desde que ele venha representando a terceira via tão procurada pela Direita e contra os Bolsonarista e os Lulopetistas.
Enquanto os políticos ficam a se digladiando, faltando com seus deveres para com a nação, continuamos cercados pela pandemia do Coronavírus, muito embora a vacinação tenha melhorado bastante no seu controle, os Estados se mantêm na retaguarda, liberando aos poucos as relações comerciais, tentando minimizar os males que tanto nos afligem, mais ainda, as sequelas sociais, financeiras e médicas têm nos trazido transtornos diuturnamente.
Temos convivido com um quadro ameaçador, agora não apenas a morte nos ronda, a inflação, nossa velha conhecida tem nos perseguido de forma contundente, nos deixando em verdadeiros ensaios de contorcionismos, quando o assunto é custo de vida e a morosa recuperação da nossa economia, ainda tão debilitada pelo enorme tempo em que estamos de quarentena, numa verdadeira escolha de Sofia, se ficar o bicho pega, se correr o bicho come.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista

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