O fato sem politicagem 25/06/2022
Estamos testemunhando o primeiro semestre se fechar com a aproximação do final de junho e as perspectivas de resultados melhores passaram a remontar pesadelos para os que ainda sonham com um final de melhor sina aos desafortunados brasileiros presos aos elos da corrente que tanto tem atormentado as últimas décadas da nossa história política nacional, com requintes até de crueldade praticada pela terrível ameaça do velho continuísmo desagregador social.
Estou me referindo ao verdadeiro desacerto provocado pela absoluta inércia dos que tomam conta da vida política e jurídica do país, sem, entretanto dar conta do que efetivamente interessa aos brasileiros decepcionados com a conduta amoral por parte daqueles embriagados pelo fascínio que o Poder provoca nas pessoas alheias aos preceitos de honestidade e solidariedade humana, primordialmente em momentos de crise, acobertado pela desfaçatez dos politiqueiros.
Na próxima semana estarei completando o sétimo volume da minha trilogia, “os fatos sem politicagem”, abrindo espaço para o oitavo e último tomo, todos escritos nos últimos 42 meses. Confesso que foi um desafio realizado com muita inspiração e transpiração, ao mesmo tempo. Para aqueles que acompanham o desenvolvimento o meu trabalho podem observar o quando foi difícil manter a coerência sem a necessidade de me desviar do rumo previamente planejado.
Junto fragmentos de fatos gerados nos últimos dias, tivemos casos atípicos, desenvolvidos em cenas surreais para o desenrolar dessa fase incongruente, que se reverbera de forma acintosa na visão dos homens de bons costumes.
Dentro desse prisma podemos citar a oportunidade criada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL) na sua residência oficial, possibilitando o encontro entre o presidente Jair Bolsonaro e o seu desafeto, ministro do STF, Alexandre de Mores.
Muito embora tivesse um caráter republicano, a iniciativa do Arthur Lira não resultou em nenhum objetivo concreto e de forma positivo, valeu pelo menos o esforço empreendido, quem sabe com o surgimento de novas oportunidades a paz não se restabeleça entre o Executivo e o Judiciário; esse tipo de iniciativa precisa ser estimulado nesse momento de distensão entre os Poderes da nação brasileira, quando o esforço coletivo se faz necessário objetivando um melhor futuro.
O desfecho fatal do caso do indigenista Bruno Pereira e do repórter Dom Phillips, ocorrência verificada na nossa Amazônia, não foi nada exemplar. A morte das duas personagens intriga, mais ainda, o descaso que vem sendo dado pelas autoridades brasileiras aos problemas existentes naquela área de selva e o risco que o Brasil tem passado com atuação de pessoas ligadas ao crime, tanto do tráfico de drogas e madeiras, além dos conflitos regionais entre Índios e contraventores.
Outra situação que envolve toda nossa camada social e os casos ligados à fase da infância e juventude foi o assunto de repercussão nacional. Uma menina de 11 anos, em Santa Catarina, grávida, em estado avançado, foi conduzida para internação, com autorização judicial, logo em seguida encaminhada para interrupção da gravidez, via procedimentos médicos, o que efetivamente foi feito. O que parecia inicialmente ser um estupro a nova versão parece ser um caso de permissão consensual.
Esse assunto vem nos mostrar que não devemos nos apressar na hora de apresentar um problema aos meios de comunicações, nessa hora corremos o risco de definirmos um assunto, em o devido cuidado, de até praticarmos o crime da irresponsabilidade. Não sei, objetivamente falando, se esse é um crasso erro de avaliação, ou até mesmo, se estamos transformando fantasmas em tragédias humanas, tudo isso por conta a bendita pressa que nos envolve no nosso dia a dia.
Mais um caso de absoluta prática de mau caratismo foi à agressão sofrida pela procuradora-geral, Gabriela Samadello Monteiro de Barros, 39 anos, da cidade de Registro/SP; o agressor, procurador Demétrius Oliveira de Macedo, por problemas pessoais, a vítima era sua chefe imediata, foi gravemente ferida, e na sequência, depois das devidas apurações, o agressor foi preso e deverá responder, judicialmente, pelo estado de fúria que fora cometido.
Esse tipo de violência parece até que passou a fazer parte do nosso cenário do cotidiano, com as mulheres de todos os níveis e classes, sendo agredidas por determinados homens, sem nenhuma classificação, tentando mostrar sua virilidade e superioridade, como se isso realmente importasse na conduta dos seres humanos na nossa sociedade absolutamente pasma de tanta crueldade por parte de quem deveria cuidar dos mais frágeis e indefesos.
Fica o nosso protesto contra esse tipo de arbitrariedade praticada por quem quer que seja, levando a certeza da nossa falta de respeito, paciência, tolerância e qualidade humana, por grande parte de uma sociedade machista e alienada, vivendo, ainda, nos tempos das cavernas, sem o menor sentido do desenvolvimento humano e os princípios básicos das relações humanas, com os devidos cuidados para com os mais frágeis e delicados.
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