O Fato Sem Politicagem 05/10/2020
É muito difícil pensarmos em administração sem fazermos um comparativo com o que ocorre na economia, tanto na pública como na privada, ciências que se complementam, andam “pari e passu”, referendadas em momentos distintos, a administração é citada desde o meados do século XlX, enquanto a economia vem evoluindo e tomando corpo a partir do final do mesmo século.
A administração por ter começado seu protagonismo antes ela vem calçada e pontuada por cientistas dos estudos sociais e políticos, como Henri Fayol, coordenando as primeiras funções do administrador, nas etapas do planejamento, organização, coordenação, comando e controle.
Além de Fayol Frederick Taylor, Henry Ford e Max Weber deram suas contribuições com teorias fundamentais na construção dessa ciência, mas foi Honoré de Balzac que definiu bem, em poucas palavras, o valor da administração: “A Administração é a arte de aplicar as leis sem lesar os interesses”.
Nos últimos dias uma das últimas discussões no Brasil é uma das vertentes da administração, exatamente a economia, essa ciência que já deu tantos nomes importantes para o Brasil, com destaque para dois esquerdistas que eu reputo como um dos mais brilhantes nessa área, um deles é do saudoso Celso Monteiro Furtado, paraibano de Pombal, se vivo estivesse estaria completando 100 anos de muita participação política e intelectual, com passagem por vários Governos e sistemas aqui no Brasil.
O outro tem sangue nordestino, nascido no Rio de Janeiro e com passagem pela política, vinha despontando como um dos maiores economistas da sua época e atual, hoje ele tem 75 anos e ainda atua como vereador na cidade onde nasceu, foi por três vezes prefeito da sua cidade, tento corrido a vários cargos sem sucesso, hoje, seu destaque maior é ser pai de Rodrigo Felinto Ibarra Epitácio Maia, Rodrigo Maia, 50 anos, Deputado Federal e Presidente daquela Casa de deputados.
Rodrigo Maia que é chileno de nascimento, porém por ter sido registrado no consulado do Brasil, em Santiago do Chile, o caracteriza brasileiro nato, dessa forma não adiante ficar insinuando que ele não pode chegar ao cargo de Presidente da República, ele tem condições técnicas e políticas para tanto, única coisa que ele não conseguiu ser até hoje é economista, assim como seu pai, até que ele tentou estudar nessa direção, mas não terminou seu curso de economia na Universidade Cândido Mendes.
Todo esse rodeio é para falarmos do desatino que vem ocorrendo entre Rodrigo Maia e seu maior desafeto no Governo Bolsonaro que é o Paulo Guedes. Em várias situações os dois se defrontam e em muitos casos quem sai perdendo, com a briga dos dois, é o povo brasileiro, com os desfechos que nunca ocorrem, ficando para os mais pobres com o ônus das causas, muitas vezes inglórias.
Esta semana começa com um grande número de pessoas, tanto políticos, empresários, governistas ou não, tentando uma aproximação dos dois elementos que figuram com grande peso para o Governo, o Paulo Guedes como comandante da economia, mesma em queda no conceito geral, tem sua importância para andamento dos projetos no Congresso para análises e aprovações.
O Rodrigo Maia é fundamental na aprovação das pautas naquela casa, é ele quem diz sim ou não para o começo de todo e qualquer processo entrar na ordem do dia. Há confirmações a que ocorrerá jantar, hoje à noite, com a presença das duas personagens e outras autoridades, inclusive com a participação de autoridades interessadas na normalidade política entre os Poderes, incluindo-se o próprio Presidente da República.
O maior impasse que ocorre no momento entre Paulo Guedes e o Rodrigo Maia fica por conta de onde virá os recursos que farão frente aos custos do novo projeto social em substituição ao Bolsa Família, a Reforma fiscal também se constituem em entrave nas negociações com participação dos dois.
O que de fato ocorre é excesso de vaidade das partes, cada qual querendo mostrar poder e capacidade de enxergar além do horizonte político e econômico, enquanto isso nossa economia vai sofrendo de delirantes desejos de recuperação, para tanto se faz necessário à capacidade de humildade dos envolvidos nos processos de desencalhes.
Nesse descaso com o alheio ficamos assistindo, de fora do palco, vendo as luzes coloridas sobre os artistas de a empáfia praticar suas embófias, em verdadeiro desrespeito ao brasileiro dependente de atitudes mesquinhas de quem deveria cuidar com apreço e o devido zelo dos destinos da nossa nação. Haja coração para conferir!
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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