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Foto do escritorGenival Dantas

Um País Sério Se Faz Com Homens, Leis e Ética Cristã(26/01/2020)

Atualizado: 27 de jan. de 2020



Nicolau Maquiavel, 1469/1527, filósofo, nascido em Florença, Itália, sua obra enquanto escritor corresponde ao número de 20 obras principais, dentre elas “O Príncipe” é a obra prima do autor, sem dúvida a mais conhecida e polêmica, tanto é que a igreja católica a proibiu, além de outros castigos recebidos pelo Maquiavel.


Existe uma confusão muito grande gerado em torno do “O Príncipe”, tudo por falta de interpretações, mais esmiuçadas, do seu contexto, trata-se de um tratado em que sua narrativa leva os políticos, do céu ao inferno passando pelo paraíso e cujo desenrolar e tratado no tempo pretérito, algumas situações no presente, deixando de lado o futuro, normalmente esse tempo é usado pela grande maioria dos pensadores em suas obras.


Dessa forma e sendo os conselhos e informações colocados no fato já concreto Maquiavel passou a ser um pensador realista e não futurista. E por ser objetivo sempre tratando a realidade dentro da ética política e cristã, as duas não se combinam, levando os leitores a determinar o autor como cruel e generoso ao mesmo tempo. Essa bipolaridade em termos de atuação transformou Maquiavel em maquiavélico, sinônimo de pérfido, proditório, hipócrita e tantas outras desqualificações imputadas ao seu pensamento.


Infelizmente, o leitor muitas vezes se esquece de que Maquiavel aos 29 anos já era um ativo batalhador pela manutenção da República, na sua terra natal, Florença, exercendo o cargo de segundo secretário da Chancelaria, cargo esse de muita relevância na República de Florença.


Depois de 14 anos no cargo o nosso referenciado é demitido, praticamente desterrado e isolado numa pequena propriedade que lhe restou, depois de ser maltratado e humilhado pelo governo que ele tanto defendeu, administrava a República de Florença, Lourenço de Médici, de quem tinha sido grande amigo.


Convém ressaltar, a obra “O Príncipe” foi escrita em 1513 e lançada postumamente em 1532, portanto, o autor não pode usufruir do seu sucesso.

Há quem afirme que “o Príncipe” foi escrito apenas para agradar Lourenço de Médici Neto, quando esse se tornou o governante de Florença e Maquiavel, que tinha sido colaborador do seu avô, queria recuperar o posto perdido no governo. O grande problema do Maquiavel foi ele ter se tornado maldito, na concepção geral, pois seu pensamento era conflitante.


Enquanto preconizava que o político devia ser do bem, também afirmava que o político que usava o preceito positivo, quando praticava apenas o estoicismo estava fadado ao insucesso, era então seguidor da teoria da regra quando se afirma que os meios justificam os fins, mesmo sabendo que essa frase nunca foi pronunciada por ele, o preconceito permaneceu.


Maquiavel teve e tem o rótulo de vulnerável, quando na realidade ele apenas sabia que o uso do bem o tempo todo sem a aplicação do mal, por alguns momentos, em benefício do povo era uma prática improdutível e não fazia do político um vencedor.


Fazendo um paralelo entre “O Príncipe” idealizado por Maquiavel chegamos à conclusão que o presidente Jair Bolsonaro tem certa semelhança com aquele príncipe de 500 anos atrás, com os três eus bem caracterizados nos comportamentos do nosso presidente.


O eu que a esquerda acredita que seja feito o Bolsonaro, com toda sua impulsividade e maledicência, verdadeiramente desumana e tirana; o eu visto pela direita sensata que sabe entender os dois lados, o bem e o mal nas suas atitudes e o eu da direita fanática que não enxerga o lado negativo, dessa forma, verdadeira cega política, sem nenhum critério quando chamado ao julgamento, simplesmente ausente de imparcialidade. Ainda há o quarto eu, aquele que o Bolsonaro acredita sê-lo.


Os últimos acontecimentos no Executivo brasileiro têm nos deixado bastante intrigados não só pelos acontecimentos em si, mas pelo grau de desrespeito que o presidente Bolsonaro tem usado para com o, e principalmente, ministro Moro, da Justiça e Segurança Pública, quando ele pensa em dividir o cargo que é ocupado pelo ministro, apenas por pressão política e por aqueles que querem Sergio Moro longe da disputa política, sabem esses que o ministro será uma pedra no sapato de todos eles, pela sua coerência, credibilidade, honradez, reconhecimento público e tantos outros predicados apesentados por Sergio Moro.


O fato de o presidente ter reconsiderado a possibilidade de desmembramento do ministério do Moro e retrocedido na sua ideia o mantém, o Bolsonaro, como uma pessoa inconstante e sem a ponderação esperada de uma autoridade do seu porte. Acreditamos que o nosso presidente se encontra dentro da margem da existência dos políticos que se dão bem pelo simples fato de usar o bem para mostrar ao público seu lado positivo, oscilando com pitadas de maldades na tentativa de manter o equilíbrio do seu governo.


Como eu acredito na ética Cristã e abnego da ética política, por mil razões, considerando esse fato, vejo com preocupação toda e qualquer administração, pública ou privada, composta de determinados princípios que fujam da racionalidade, justiça e distância dos valores humanos. Já tivemos, recentemente, exemplo de uma um governo tirano em nossa República, abjudicamos qualquer tentativa nesse sentido novamente em nosso País.


Genival Torres Dantas

Poeta, Escritor e Jornalista



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