Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém (05/04/2021)
Genival Dantas
5 de abr. de 20213 min de leitura
O Fato Sem Politicagem 05/04/2021
Se fôssemos levar ao pé da letra até mesmo o que está escrito no livro mais famoso da cultura cristã, o ser que reza pelo livro mais famoso do cristianismo, certamente, seria um poço de seriedade, honestidade e respeito por si e pelos outros. Nem tudo é conforme o que se escreve tanto as leis feitas para atendimento da espiritualidade como aquelas que conduzem os homens nas suas respectivas sociedades são consideradas relativas.
Partindo desse pensamento raso, temos interpretado as leis, normas e entendimentos, conforme nossas conveniências. Infelizmente tudo é feito, principalmente nas escritas, de forma que possa haver uma segunda, terceira ou quanta interpretação, talvez até mais, até que a nossa intenção seja absolutamente atendida, isso não é um pensamento vago, simplesmente uma constatação empírica, a tese científica ficou relativizada e faz muito tempo.
Depois que os Poderes da República brasileira passaram a se estranharem e inquirirem e ao mesmo tempo subjugar ao seu poder a égide de tudo que lhe for possível, mesmo o inaccessível desejo de ser superior aos demais Poderes, nem que para tanto tenha que usar a ilicitude para combate-la, mais conhecido como ditadura do Judiciário, ele que tem premissa de ser o ponto final numa demanda entre os demais poderes, até mesmo dirimir dúvidas na constitucionalidade da lei ou não.
Nos últimos tempos a situação de embate entre os Poderes, e até mesmo dentro deles, vem sendo corriqueiro. Nesse último final de semana, o ministro noviço, do STF, julgou um caso de origem em Belo Horizonte (MG), Kassio Nunes Marques, com posição contrária ao tinha sido determinado pelo prefeito municipal, daquela Capital, suspendendo a proibição de realizações de cultos religiosos, posicionamento que atende, pelo menos, aos seguidores do Bolsonarismo.
Justificando minha tese, na data de hoje, 05/04, outro ministro da mesma Corte Gilmar Mendes, negou medida cautelar e manteve a decisão do Decreto Estadual 64.563/2021, de São Paulo, que veda integralmente a realização de cultos, missas e outras atividades religiosas coletivas, como medida de enfrentamento da Pandemia do Coronavírus. Essas duas sentenças antagônicas vão ser levadas ao plenário do STF, 07/04, para solução coletiva.
O que de fato há nessa questão é uma disputa política, o ministro Kassio defende o ponto de vista do presidente Bolsonaro, na tentativa de melar toda e qualquer iniciativa de prefeitos e governadores que sejam contrárias ao seu gosto, enquanto que o ministro Gilmar defende a ideia daquela Casa que tanto os Estados como os Munícipios podem determinar ações de combate ao Coronavírus, pelo menos enquanto persistir essa pandemia.
Essa situação cria constrangimento para todos, não é possível viver nessa tensão sanitária, com o número de infectados e mortos se mantendo em um patamar elevadíssimo e os baluartes da inconsistência republicana não se sintam envergonhados de tamanha insensatez. Nesse momento até mesmo a sociedade civil procura se manifestar de alguma forma no sentido de ajudar no que for possível para tornar o fardo que carregamos menos pesado e penoso.
Para piorar a situação, os nossos ilustres políticos de meia pataca, imunes ao momento cruciante que passamos, meia dúzia desses abnegados da insolência se juntam para formarem uma corrente, com um único objetivo, derrotar o postulante ao cargo que ocupa no momento, o incompetente Jair Bolsonaro, nas eleições de 2022. O grupo é formado por: Ciro Gomes (PDT) – Eduardo Leito (PSDB/RS) – João Amoedo (Partido Novo/RJ) – Luiz Henrique Mandetta (DEM/MS) – João Doria (PSDB/SP) e Luciano Huck (???) esse último sem partido.
Para a formação desse grupo sentimos a ausência de duas figuras que constam sempre no noticiário político, mas estão distante desse tipo de conchave, por enquanto. É o próprio Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-juiz Sergio Moro (???) também sem partido. Sinceramente, se colocarmos o Bolsonaro nessa lista, verifico que, apenas o Sergio Moro ainda não faz parte da relação dos mais criticados no cenário político nacional.
É profundamente lamentável que ainda não tenha aparecido um nome de expressão nacional que venha justificar uma chance para administrar o país, depois dessas últimas tragédias que temos passado nas últimas três décadas, a impressão que temos é que o infortúnio político nos persegue, e até quando!
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