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Teremos pegadinha hoje à tarde? (15/11/2020)

Foto do escritor: Genival DantasGenival Dantas

Atualizado: 19 de nov. de 2020



O Fato Sem Politicagem 15/11/2020

Vai chegando o momento em que vamos ficar sabendo a verdade inserida nas pesquisas junto ao eleitor brasileiro no decorrer de toda campanha até dia 13 último. Ibope, TV Globo e Estadão fizeram parcerias nesses levantamentos e o resultado de ontem não trouxe nenhuma surpresa de última hora, os candidatos das Capitais que vinham crescendo no gosto popular e os que estavam em curva decrescente continuaram no ritmo de sempre.

Pode até ser que tenhamos alguma surpresa no final do dia de hoje, não acredito que sejamos surpreendidos por algum ponto fora da curva que seja de maior impacto; o que os números nos revelaram uma realidade bem cruel para os que sempre acreditaram na mentalidade provinciana do povo brasileiro, esqueceram esses senhores acostumados aos votos de cabrestos e por troca de favores com pagamento muitas vezes após as eleições, essa prática praticamente foi superada pela incoerência dos próprios partidos e políticos que tanto fizeram que levassem o eleitor a ficar desconfiado de promessas vãs.

Muitos serão os perdedores depois desse primeiro turno, políticos aventureiros, mentirosos, demagogos e, fundamentalmente, os corrutos que tiveram seus campos minados por um processo conhecido como Lavajato, desde lá a política brasileira sofreu uma metamorfose de difícil retrocesso.


Surge à perspectiva de uma nova safra de jovens políticos e até mesmo neófitos que se encorajaram, apoiados pelos grupos que procuram instruir novos talentos para o ingresso na política, dessa forma alguns já estão nesse caminho desde a eleição passada e agora tomam gosto por essa atividade que devia ser sacerdotal, infelizmente ainda é tratada como profissional.

O que fica mais patente é que os velhos caciques estão sendo preteridos pelas novas cabeças douradas e privilegiadas, não havendo nenhum resquício de ideologia, há sim, propostas bem elaboradas e de fácil absorção pela sociedade e comprometimento de ações pontuais e assertivas dentro das maiores necessidades sentidas pelas comunidades mais carentes e de cunho emergenciais.

Não temos tempo nem espaço para narrar todas as experiências que avaliamos e por todos os Estados, entretanto faremos uma abordagem mais direta e específica daquilo que efetivamente trará significado mais objetivo no todo, como de maior impacto também:

· Quem perde com os novos caminhos políticos – Os dois partidos que fizeram o protagonismo em 2018, neste ano de 2020 foram os que realmente vão perder mais, no caso o PT pela sua falta de credibilidade junto ao eleitorado, principalmente por tudo que fez no passado recente, em termos de corrupção e práticas não Republicanas, condenáveis e condenadas por todos nós, não esquecendo que seu maior representante e ídolo do partido é figura apagada e esquecida, Luiz Inácio Lula da Silva, o condenado em liberdade;

O PSL, aquele partido nanico e que em 2018 de dois deputados na Câmara Federal, surpreendeu o País com 54 novos congressistas naquela casa, postulantes a cargos, tanto no Executivo como no Legislativo está levando uma lavada da própria sorte que lhes virou as costas, com raríssimas exceções ainda figuram em patamares bem inferiores quando comparados aos demais concorrentes;

Nesse bojo encontra-se a figura do presidente Bolsonaro, por razões até de comportamento esdrúxulo, o que lhe é recorrente, fatalmente ele será o grande perdedor nessas eleições, por várias razões e questões da sua incapacidade de governar e se comportar politicamente, em vários aspectos. Essa última quinzena foi riquíssima em pérolas produzidas pelo nosso presidente, desde sua atitude de indisposição com o vice-presidente, Hamilton Mourão, em verdadeiros desencontros de opiniões, primordialmente quando se trata da Amazônia Legal e a política devastadora comandada pelo Bolsonaro;

A situação descompensada não para por aí, em pronunciamento desencontrado e desnecessário o presidente Bolsonaro, mais uma vez, irrita o Comandante do Exército, General Edson Leal Pujol, aliado aos demais Comandantes, Marinha e Aeronáutica, ainda com a participação do Ministro da Defesa, emitem uma nota pública ratificando o verdadeiro papel das Forças Armadas, enfatizando que são instituições de Estado, e não de governo, portanto sem partido, o único partido que eles defendem é o Brasil, independente de governos, mudanças e permanências;

Esse fato levou o presidente Bolsonaro a fazer uma réplica, em nova manifestação, ele, Bolsonaro, lembrou que fora ele quem nomeara Pujol, militares não querendo fazer parte da política vai de encontro ao seu ponto de vista sobre o real papel das Forças Armadas no contexto nacional. Essa desagradável polêmica é antes de tudo imprópria, inconsequente e despropositada. O que podemos avaliar é a característica principal do seu comportamento, pelo menos político, procurar fazer com que as coisas fiquem piores e mais desagradáveis do que se encontram, sem o menor traquejo no trato com interlocutores, seja dentro ou fora do próprio governo.

Essa situação justifica o descredito que Bolsonaro tem junto ao eleitorado, os seus afilhados políticos, na maioria, estão em verdadeiras camisas de forças, se pegarmos os dois principais Estados com os maiores colégios eleitorais, São Paulo e Rio de Janeiro, fatalmente os seus candidatos, Celso Russomano (Republicanos) e Marcelo Crivella, também do mesmo partido, não chegarão ao segundo turno e se forem, certamente não serão eleitos, essa situação não é diferente no resto do País.

· Quem sai ganhando com abertura das urnas – Não tenha dúvida que o maior ganhador nessas eleições será o DEM (Democratas) duas razões simples fazem do DEM o partido do pós-eleições, ele já tem o comando da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, por conseguinte o Congresso Nacional. Ademais, os números das pesquisas apontam grande número de prefeituras que o partido ganhará, isso posto, já há projeto dentro do partido para seguirem rumo a 2022, com candidato forte ou apoio para presidente da República;

Não podemos esquecer que o DEM é o antigo PFL, tem no seu DNA o vírus do Poder, principalmente em parceria com outro partido, isso vem de longe e não abre mão dessa prerrogativa política. As demais forças políticas vão pulverizar no interior do Brasil em busca de notoriedade e capital política para as próximas eleições, até lá não sabemos definir qual serão os caminhos percorridos, Temos certeza de uma coisa, o Centrão vem a galope na garupa do Planalto, agarrado no cabresto da Câmara Federal e agora, surpreendentemente chibatando o cavalo baio do Senado.

Amanhã, 16/11, faremos uma avaliação do que efetivamente ocorreu com as vozes das urnas, se os pesquisadores estavam corretos, ou simplesmente os eleitores fizeram questão de transformar a eleição do Coronavírus em pegadinha de domingo à tarde.

Genival Dantas

Poeta, Escritor e Jornalista



 
 
 

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