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Surfando no populismo

Foto do escritor: Genival DantasGenival Dantas



A semana que se encerrou 11/172019 ela se foi carregada de acirramentos grotescos e estapafúrdios, sentimentos trêfegos, no linear da realidade cognitiva, de conformidade com a literatura psiquiátrica, tangenciando a distorções cognitivas, um verdadeiro pesadelo político a nos perseguir. Já estamos nos acostumando das belicosas saraivadas protagonizadas pelo Presidente Jair Bolsonaro, ultimamente ele tem se aprimorado nas suas investidas, avalizado pelo populismo que lhe é peculiar.


Seus seguidores e apoiadores incondicionais vêm fazendo manifestações por onde ele passa, pelo nordeste, sudeste e centro sul, em todo território nacional, sendo ovacionado em aeroportos e qualquer recinto em que o Presidente se disponha a falar, nesse aspecto ele está sempre apto. Convenhamos que seja uma situação normal a um chefe de Estado, entretanto, há certo exagero nos apupos, sempre provocados por frases jocosas, sobretudo endereçadas aos seus oponentes políticos.


Bolsonaro passou por vários Estados e cidades, com maior presença no estádio de rodeio de Barretos/SP, Arena Roberto Cardoso Alves, Robertão, ali sendo aplaudido pelos torcedores presentes, ao vê-lo, principalmente montado no seu cavalo trigo, cercado de admiradores e seguranças, numa demonstração pura e simples do político que surfa no populismo desmedido, mas, que faz parte da carreira política de qualquer cidadão que se dispõe a encarar essa realidade, muitas vezes espinhosa e até perigosa como se expôs publicamente como ele tem se exposto nos últimos tempos.


Tudo bem, tudo normal, não fora as circunstâncias que envolveram alguns assuntos inerentes às controvérsias políticas que nos cercam. O Congresso Nacional aprova, em caráter de urgência, o projeto de Lei que criminaliza o abuso de autoridade; o que chamou atenção foi as circunstancias em que o fato ocorreu. Projeto que se encontrava em votação, tramitação normal, transformado em caráter de urgência, inexplicavelmente, com apoio da maioria dos congressistas e partidos, até mesmo os da base aliada do Governo, Governo que tratava o assunto de forma diferente e através de outro projeto encaminhado pelo Ministro da Justiça Sergio Moro.


Esse assunto foi motivo de correria nos corredores dos três Poderes, todos têm interesses no assunto, há queixumes de todos os lados. Fica uma pergunta que ninguém quer responder: trata-se de um projeto em benefício próprio, nesse caso em benefício do próprio Legislativo que convive com vários integrantes envolvidos, pelo menos, citados em operações em andamento, mormente, Operação Lava Jato? Seria legislar em causa própria? O Judiciário, alguns ministros citados em operações nada republicanas, também têm interesse.


É lamentável que o Legislativo, tendo os dois Presidentes envolvidos em desvios de conduta não tenham reconhecido que eram suspeitos nesses fatos e passado o martelo, condução da mesa administrativa, na hora da aprovação, do projeto que segue para o Presidente da República sancionar ou não, com poder de veto, nesse caso, retornando esse projeto ao Senado para ratificação. Trata-se de uma situação complicada, caso o Presidente simplesmente sancione a nova Lei na íntegra, fica o Ministro Sergio Moro definitivamente desprestigiado pelo seu chefe imediato, caso ocorra supressões no texto, Sua Excelência, o Presidente, vai ter que se explicar com o Legislativo.


Outro assunto que vem merecendo atenção no meio político diz respeito à Justiça, Polícia Federal e o Coaf, três assuntos interligados pela Lava Jato e da alçada do Ministro Sergio Moro que sente a interveniência do Presidente da República, remanejando pessoal de direção regional e o órgão Coaf, parecendo mais um filho rejeitado, sendo empurrado de um lado para outro, agora com mais um destino ainda incerto, no caso, Banco Central.


Um caso que parece mais uma carga de nitroglicerina pura, transportada em dia chuvoso, em serra de estrada sinuosa e com os freios do caminhão em desalinho, foi a expulsão do Deputado Alexandre Frota (PSL/SP), deputado de primeiro mandato, e do baixo clero, sem muita importância e relevância política, porém de um comportamento imprevisível dado a sua extemporaneidade e absoluta falta de lealdade aos seus companheiros, inclusive, já sendo visto de Namoro forte e firme com o PSDB, leia-se Governador João Doria, esse com a lua de mel desgastada com o Presidente Bolsonaro.


Finalmente e de forte cunho degradante, foi à atuação da imprensa maléfica, sem nenhum fundamento elucidativo ou informativo, jornalisticamente falando, ataca abjetamente uma senhora de 80 nos, com condenação pela Justiça por tráfico de drogas, na sua vida pregressa, apenas por ser avô da Sra. Michele Bolsonaro, esposa do Presidente da República, com único e lastimável objetivo de atingir o Chefe de Estado.


Essa é uma atitude que não merece o nosso respeito como cidadão brasileiro, quando queremos atingir alguém, se estivermos com razões razoáveis, vamos direto ao sujeito, nada de usar a terceira pessoa, nesse caso uma senhora em leito hospitalar, apenas para atingir o intento.



Genival Torres Dantas

Poeta e Escritor

genivaldantasrp@gmail.com

 
 
 

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