Sonhar é para os justos e prósperos, somos injustos e necessitados (20/05/2021)
O Fato Sem Politicagem 20/05/2021
Em decorrência da presença inesperada da pandemia do Coronavírus muitas providências, do dia a dia no setor governamental, foram deixadas de lado, tanto pela urgência e emergência da situação sanitária que ela exigia como pela ausência de uma política declarada sobre casos que deviam ter sido focados, mesmo com alguma e ou muitas dificuldades, seria possível que ocorressem sim, entretanto nem mesmo no início e durante todo o ano de 2019 nada foi apresentado de novo para a República.
Dentre as plataformas políticas apregoadas pelo novo ocupante da Presidência da República, Jair Messias Bolsonaro, tinha como objetivo mudar a cara do Brasil, tirando o País daquele marasmo que vinha ocorrendo com gigante onda de corrupção dentro da administração do governo Lulopetista e a consequente degradação da classe política naquele momento. Confesso que também entrei naquela possibilidade de mudança com uma virada de mesa e a consequente saída de cena da esquerda socialista maléfica.
Não estou totalmente arrependido de ter acreditado naquela esperança, claro que a ausência no governo daquele grupo que só malfeitos fizeram ao Brasil foi o ponto fundamental para a retomada de uma nova dinâmica. Porém o pior estava por vir, aquele que seria o impulsionador de um novo projeto para a nação simplesmente se converteu em verdadeiro fiasco, chegou sem nenhum projeto, seja na parte social, econômica, saúde e muito menos na educação, uma verdadeira pane nos corredores do Brasil.
Depois de dois anos e cinco meses estamos aqui plantados em uma planície de uma ilha, cercados por águas turvas por todos os lados, sem os verdejantes louros do sucesso, ancorados em um porto solidão, com a saúde imersa na calamitosa situação dos desenganados, alheios numa crise médico sanitária, contabilizando quase meio milhão de mortos e milhões de contaminados e os imunizantes chegando do exterior, seus insumos, em doses homeopáticas, quando precisamos da alopatia em dose cavalar.
Sem considerar que a nossa economia entrou em parafuso, como nessa situação ficou a economia do planeta, lá fora o grande problema ocorreu pela incidência da pandemia, quanto aqui no Brasil ela foi turbinada, a situação já estava crítica bem antes da crise ter nos alcançado. Piorando tudo, a educação que era um quadro triste, no governo Bolsonaro, simplesmente degringolou, levando como arrasto a área técnica, científica e cultural, pela indiferença total do presidente Bolsonaro para com esses setores.
Com a falta de um projeto basilar de governança, ministros do governo sem o menor apoio, ou até mesmo sem autonomia, começaram a debandar, evitando ser mais um náufrago dessa nave sem piloto à deriva. As melhores cabeças, nessa hora de decepção pelo comando, a iniciativa é realmente procurar outros meios de subsistência no meio da tragédia, isso é natural; dessa forma, não houve uma conjuração, mas uma opção das mais louváveis, em sã consciência ninguém é obrigado a seguir quem não sabe guiar.
Colocando a bola no chão, chamo atenção o que vem ocorrendo, no meio dessas noites e dias de inverno frio e de ventos uivantes. Uma meta do governo Bolsonaro era a privatização, agora é que vem surgindo uma luz lá bem no fundo do poço, parece mais o lusco fusco de um entardecer tristonho e sonolento. A Câmara Federal vai encaminhando o processo de privatização da Eletrobrás, essa empresa precisa urgentemente de reforço de caixa para os devidos investimentos, o governo sem recursos precisa procurar o setor privado, que a oposição não dificulte essa ação.
Numa outra ponta, em processo de encaminhamento mais lento, encontram-se os nossos Correios, muito embora ela tenha se transformado em empresa não mais deficitária, principalmente no período de 20132/2016, apresentando prejuízo de R$ 3,943 bilhões, por conta da administração e rombos nos planos de previdência (o Postalis Saúde) dos funcionários daquela empresa. O ano de 2020 fechou com lucro de R$ 1,5 bilhão, mesmo assim, é preciso que se faça sua privatização para desinchar o governo brasileiro, é necessário que o setor privado empreenda e o governo administre impostos.
Uma situação tem que ser colocada, o Estado não foi constituído para administrar empresas, gerar recursos de produção, ele é para equacionar os recursos obtidos de impostos das empresas privadas, e encaminhando, da melhor forma, as despesas, advindas dos serviços prestados ao pagador de impostos, mais do que isso é fantasia de socialista que nunca pisou em chão de fábrica, ou teve qualquer atividade produtiva. Sonhar é bom para quem pode dormir sem ter a preocupação da sua sobrevivência no dia seguinte, esse, certamente, não é o nosso caso.
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