
O Fato Sem Politicagem 12/04/2021
Com a provável abertura da CPI da Covid/19, depois da autorização monocrática do ministro Luiz Roberto Barroso, e as imediatas consequências políticas em Brasília, têm observado que, pela dissonância nos bastidores, a Capital Federal passou a ser imaginada como um gueto politiqueiro de muitas contendas de politicagem, vindas em várias ondas díspares em tamanho, cores e linguagem coloquial; ainda mais me remete aos arroubos infantis em briga de ruas.
Nada mais circense que verificar o frenesi de pessoas galgadas ao plano superior na política e essas se digladiando, cada qual oferecendo suas defesas na tentativa de fuga do que são mais imorais e degradantes para o ser humano que é a tentativa de se mostrar ileso na vaga sensação de superioridade coletiva, quando a realidade nos mostra a desqualificação de todos, uns mais, outros menos comprometidos.
O que há de verdade nesse triângulo nefasto envolvendo os três Poderes da República, não é difícil de raciocinar sobre o que vem ocorrendo nas últimas horas na nossa República de bananas e bananeiros. O pedido de instalação partiu do senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP) declarado desafeto do presidente Bolsonaro, peça levada ao Judiciário por dois senadores, Alessandro Vieira e Jorge Kajuru (ambos do Cidadania).
O presidente Bolsonaro se vendo acuado se comunica, por telefone, com o senador Kajuru, sobre a especificidade da CPI, exclusiva para levantar os erros ocorridos na gestão do, e então somente, Governo Federal, nesse caso, toda carga de cobrança, certamente, para o presidente da República e seu imediato na área, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, nada agradável para quem vem sendo acusado de instigar o aglomeramento público e não priorizar a vacinação e o uso de máscara, no combate ao Coronavírus.
Acossado como foi, pelas circunstâncias óbvias, Bolsonaro cobra do senador Kajuru uma atitude mais abrangente e que se faça, antes da CPI ser instalada, movimento junto a quem de direito, até mesmo o próprio Judiciário, para que as investigações fossem extensivas aos Governos Estaduais e Municipais.
O senador Kajuru prontamente se prontificou, inclusive, deixando claro, uma ação sua junto ao próprio STF, e recorrendo ao mesmo ministro, Barroso, para também autorizar a instalação da CPI, contra o ministro do próprio STF, Alexandre de Morais, cujo processo já se encontra na mesa da presidência da Casa, sob malhete.
Paralelamente corre pedido de abertura de outra CPI, pelo senador Eduardo Girão (Podemos/CE) com alcance desejado pelo presidente Bolsonaro. Isso posta há uma verdadeira correria dentro do Congresso para montagem da comissão que fará o desenvolvimento da CPI, a briga fica por conta do presidente da Comissão e seu Relator, com apenas 11 titulares e o grupo que formar maioria, número de 06, praticamente terá o comanda da CPI, para o mal ou para o bem.
Essa guerra no mundo político, em plena pandemia sanitária, é que governadores e prefeitos, não são poucos, pegaram dinheiro para investimentos no combate da pandemia em questão, simplesmente acertaram suas contas de caixa, investindo poucos recursos para o que se destinava agora a opinião pública e os órgãos de controles da Federação querem um encontro de contas; não vai ser fácil aparar as arestas quando o montante do envolvimento financeiro é bilionário.
Fica uma colocação para ser esclarecida por todos os envolvidos, tanto na área federal, estadual e municipal, é bom que a CPI seja realmente instalada com a devida responsabilidade, isenção e ausente de paixões políticas, depois de tantas conversas desencontradas, informações incorretas com um saldo de mais de 350 mil mortos e um país devastado pela absoluta falta de responsabilidades maiores.
É preciso que se separe o joio do trigo, sem iniciativa de melar o jogo antes de começa a peleja, sem recuo e nem desfaçatez. Deixando claro que o povo brasileiro, nessa guerra de insensatez política, ele, o povo, quer apenas ultrapassar essa fase sem muita fome, para tanto, se faz necessário que os Poderes constituídos voltem seus esforços para o bem estar coletivo, vamos deixar de insipiência, os senhores não são incipientes.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista

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