O mais fervoroso devoto do Bolsonarismo, com tendência até mesmo a imolar-se pela causa, jamais ia imaginar os percalços imanentes na escolha do Ministro da Educação, professor e economista Carlos Alberto Decotelli, e afastado em apenas cinco dias, antes até mesmo de tomar posse oficial, para ocupar o cargo de tanto prestígio e de múltiplas facetas dos seus proponentes.
Definitivamente, tivemos um Ministro, na pasta, para cada semestre do Governo Bolsonaro. Depois da fuga cinematográfica, do país, do Ministro trapalhão Abraham Weintraub, e muitas incongruências no exercício do cargo, pareciam um refrigério para a educação brasileira a presença de alguém com capacidade técnica na coordenação de um órgão tão importante ao desenvolvimento do Brasil.
Em prova inconteste que as escolhas para ocupação de cargos e principalmente na área da educação, os selecionadores têm falhado de forma continuada e obtusa. Toda empresa que presa, ou órgão público procura zelar pelas suas seleções e escolhas pontuais. Nesse ministério específico tivemos uma sequência de desatenção deixando no ar uma série que perguntas que nos leva a pensar em descaso, ausência de responsabilidade para com nossa educação, até mesmo incoerência em termos de projeto administrativo.
Definitivamente, não temos obtido sucesso nos últimos 18 meses, tanto na educação como na área científica, da mesma forma a área cultura tem sido tocada por ações desajustadas, sem o mínimo de apreço, por parte do Governo Central, tanto é que, até agora a entrada e saída da secretária da cultura, da ilustre atriz Regina Duarte, sendo aproveitada, anuncio feito pelo governo, por um departamento do órgão, ficou sem pé e sem cabeça.
O povo brasileiro merece explicações do Governo brasileiro pelo desfecho desse caso, a respeitável e respeitada atriz, ela que foi convidada para ocupar cargo de confiança no Governo Federal, para tanto, teve que se demitir do emprego antigo e rentável para virar títere no meio da pandemia, se eu estiver errado peço perdão pela avaliação precipitada. Não tenho nenhuma procuração para defender a ex-secretária, nem mesmo a conheço pessoalmente, entretanto ela fez parte da formação enquanto jovem e por ele tive e tenho o maior carinho por tudo que ela representou e representa para a televisão brasileira.
As citações desses dois casos fazem parte de várias situações evidenciadas no primeiro semestre do ano em curso. Enquanto fomos tomados pela pandemia do Coronavírus, logo no início do ano, outros pandemônios foram ocorrendo paralelamente, tornando o país uma seara às avessas no contexto mundial e de inequívocos transbordamentos da empáfia apresentada por quem deveria comportar-se de forma participativa e solidária com a população que vem convivendo com a tragédia anunciada.
Exceto a área econômica que tratou de atenuar o caos com apoio financeiro aos desvalidos, desempregados e isolados, ainda, depois de pagar três parcelas de auxílio emergencial faz complementação de mais duas parcelas pagáveis em até duas vezes cada e por dois meses subsequentes e no mesmo valor dos valores anteriores. Para os micros, pequenos e médios empreendedores, assim como aos autônomos, o Governo Federal continua anunciando que fará nova investida no sentido que esse grupo seja, de alguma forma, comtemplado com o apoio governamental.
Convém salientar, o semestre anterior passou, porém suas agruras continuam no encalce de todos nós, não sabemos até quando o Governo vai continuar com sua política assistencialista, temos consciência que todos os recursos são finitos, principalmente os recursos financeiros; esperamos que antes da escassez a pandemônia médica e sanitária sejam definitivamente superada e possamos pensar no planejamento de 2021, considero que esse ano em curso praticamente ficará no vermelho para todos nós, não podemos é desistir da luta e focarmos na superação com muita objetividade.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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