O Fato Sem Politicagem 16/9/2020
Caio Júlio Cesar, conhecido na história apenas como Júlio Cesar, tendo nascido 100 anos antes de cristo e vivido até 44 do mesmo século, vindo de patrícios italianos e julgado pela história para uns como o primeiro imperador Romano, para outros o último ditador do império romano. Teve sua existência revirada pelos historiadores pelas narrativas encontradas nos seus 56 anos de existência e o muito que ele representou na história romana, ele nasceu para ser protagonista de fatos e lendas até hoje acalantadas na historicidade clássica e popular ao mesmo tempo.
A frase famosa “Alea Jacta Est” lhe é creditada, há controvérsias em que momento da sua vida ele a pronunciou, muitas foram às situações por ele vivenciadas, em muitas batalhas nas guerras Gálicas, responsável que foi pelas conquistas de grandes extensões de terras e anexadas ao império romano, correspondentes hoje aos países como Bélgica, França e Suíça, como ainda, parcela do território da Alemanha.
Por ser autoritário e petulante, por isso, foi amado e odiado pelo seu povo, sendo assassinado na porta do Congresso romano por um levante dos senadores, dentre eles figurava como líder, e por ele considerado um filho, Marco Júnior Bruto. Em vida teve muitos amantes, indiferentes ao sexo, essa era uma prática normal em sua época, a sua mais famosa amante foi a não menos famosa Cleópatra. Muitos foram os filmes épicos produzidos em homenagem a essas duas figuras da história universal. Para os mais estudiosos sobre essa matéria o caminho mais seguro é a leitura dos escritos da historiadora e doutora no assunto, “Ana Luíza Mello Santiago de Almeida”, uma das muitas autoridades versadas no assunto.
O atual momento de crise política e social sempre me remete para algumas passagens da história antiga, até mesmo para termos alguns parâmetros, resguardadas sempre as devidas proporções. Lembremos, pois, Júlio Cesar é tido como um dos imperadores romanos autor de muitas reformas, tanto social como política, dado o alvoroço que o governo atual quer impor e pelas circunstâncias quererá o Bolsonaro marcar sua passagem pela presidência da República como um reformador? Se essa fosse sua pretensão ele deveria ser pelo menos um líder com espírito gerencial eficiente e eficaz.
Infelizmente, não temos nem mesmo um presidente cuidadoso com o trato para com seus liderados, se é que nesse caso podemos usar esse termo. O que presenciamos é uma sequência de desencontros e tempestades emanadas da estolidez de alguns assessores munidos de pensamentos e atitudes de despautérios evidentes, colocando em risco até mesmo o comprometimento da sequência mínima de um governo atabalhoado e perdido no seu próprio descompasso.
A área econômica do Governo Federal, distante do aparelhamento governamental e com absoluta falta de sintonia entre seus membros, para cumprir a promessa para implantação do Projeto Renda Brasil, em substituição à Bolsa Família, o secretário da Fazenda, Waldery Rodrigues, anuncia estudos de viabilidade econômica gerando a supressão de reajustes por dois anos ao salário mínimo pago aos aposentados e pensionistas que recebem esses valores.
Ainda, redução de parcelas no pagamento do salário desemprego aos desempregados, pior, até mesmo os que recebem o BPC (Benefício de Prestação Continuada), seriam afetados. Esse descalabro, apresentado ao presidente como soluções para viabilizar o Projeto Renda Brasil, fez o presidente Bolsonaro montar em um lança chama e sair querendo por fogo no resto do mundo, aonde, ainda as chamas das queimadas não chegaram, prometendo retribuir ao indecoroso autor dos estudos e proposta com um belo e meritório cartão vermelho.
Muito embora Bolsonaro seja portador de uma empáfia sobre-humana, desceu do seu pedestal e defendeu os menos favorecidos, se portando nesse momento como um verdadeiro estadista, atitude que se espera dele em todas as horas e não apenas nesses casos raros. Com esse veto decisivo do presidente, antes que o assunto tomasse rumo ao Congresso, espera-se que qualquer assunto semelhante e indesejável seja no mínimo estudado previamente antes de ser submetido ao presidente Bolsonaro, mesmo tendo certeza que esse tipo de tema, com todos esses deméritos não passa no crivo do Congresso Nacional.
Outro assunto que toma um rumo positivo é a frente formada por 230 organizações e empresas ligadas ao agronegócio e o meio ambiente, tomaram uma atitude inédita, eles que até então caminhavam em direção contrária, agora se unem e enviam documento ao Governo Federal em apoio a uma força tarefa ao combate ao desmatamento da Amazônia e queimadas no pantanal brasileiro.
Dessa forma, já há um movimento nesse sentido dentro dos governos Federal, Estaduais e Municipais, operando nesse sentido, inclusive com ajuda da sociedade civil como um todo. Isso prova que o brasileiro, antes de tudo, também é solidário, não apenas na alegria, principalmente na tristeza, esperamos que atitudes como venham minimizar um pouco as borrascas que passam os homens, principalmente, dos campos, cerrados, pântanos e selvas. Nesse momento sofre os homens, a própria terra com o calor das chamas que ardem e os animas, tão vítimas quanto nós dessa calamidade.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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