O fato sem politicagem 13/09/2022
Rosa Maria Pires Weber, gaúcha de Porto Alegre, nascida em 02 de outubro de 1948, formada em Direito pela UFRGS, ano de 1971, é a representante número 03 das mulheres que chegaram ao comando do STF, presidência daquela casa de leis, podemos considerar, dentro da composição do atual quadro de magistrados, como uma profissional de carreira, sempre em evolução. Iniciou sua carreira em 1976 como Juíza do Trabalho substituta.
Em 2005 foi indicada, pelo presidente Lula, para o Tribunal Superior do Trabalho (TST), ficando no cargo até 2011, quando a presidente Dilma Rousseff a conduziu ao Supremo Tribunal Federal (STS). Enquanto ministra do STF foi presidente do (TSE) entre 2018 e 2020. Ontem, 12/09, a magistrada assumiu a presidência do STF, sem a pompa da posse do ministro Alexandre de Morais na presidência do (TSE) por 01 ano, mas como um verdadeiro prêmio ao seu currículo.
A cerimônia de posse foi bastante concorrida, principalmente pelas principais figuras do Judiciário nacional, com a presença dos seus principais presidentes, contaram ainda com o presidente da Câmara, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado e respectivamente, presidente do Congresso Nacional, não deixando de referendar vários ministros do Executivo, dentre eles a figura do festejado ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
Não podemos deixar de pontuar a figura de um único ex-presidente, José Sarnei, em cujo governo foi promulgada a Constituição, atual, de 1988. Vários políticos estiveram prestigiando a ministra Rosa Pires e seu vice-presidente, ministro Luiz Roberto Barroso. A presença sentida foi do atual presidente da República e candidato à reeleição, presidente Jair Messias Bolsonaro, acredita-se até para não causar constrangimento ao ambiente pelas suas dissidias com aquela Casa.
Esse fato isolado não tirou o brilho da festa da ministra Rosa Weber, acreditamos que ela terá um mandato, embora curto, de 01 ano, sua aposentadoria virá no próxima ano quando ela fará 75 anos e terá que deixar a magistratura, por força da lei. Não acredito que o (STF) em si terá alguma mudança radical, muito embora, como é sabido, a ministro não é admiradora dos holofotes, preferi trabalhar e se manifestar nos autos, diferente dos últimos presidentes que por ali passaram.
Talvez, essa postura pessoal e discreta venha corroborar com a ausência de parcimônia na veleidade que vem corroendo a empatia entre os Poderes, assunto esse recorrente durante todo período de governo do presidente Bolsonaro. Com o tempo exíguo para a realização das eleições, essa mudança poderá ajudar até na distensão entre candidatos e seja feito, emergencialmente, um pacto de boas condutas para os mais eufóricos. Nessa hora, apesar da lei, a presença feminina é um verdadeiro balsamo. Isso é um fato.
Genival Dantas
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