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Foto do escritorGenival Dantas

Resto do chorume de uma escória humana a permanecer (22/02/2020)

Atualizado: 23 de fev. de 2020


A figura asquerosa que passava do outro lado da calçada

Assustava e causava repulsa como alguém nauseante

Parecia muito mais um protótipo da deselegância

Modelo de uma marmota faminta fugitiva da mata

O sol por entre nuvens claras surgia de repente

Anunciando fortes ventos espantando a chuva;


O espectro era triste e continha nele marcas das decepções

Não nascera esquálido, porém tinha a imagem da preguiça.

Nada de anormal, não fora o absinto do seu lamuriar

E o desprezo que tinha quando se falava em atividades

Um trabalho por menor que fosse para sua sobrevivência

Nem mesmo se encorajava quando era chamado a se alimentar;


Tratava-se realmente de uma peça de muitos defeitos

Poucas qualidades e raríssima capacidade de criatividade

Tudo que pensava era voltado para a promiscuidade e o errado

Tinha sede da maldade, de vingança eram compostos seus desejos.

Sempre materializou a descompostura e a malignidade

Apenas comparado aos ratos malandros da caatinga e do cerrado;


Tanto fez contra a humanidade que se juntou aos desautorados

Depois de tanto luxo e poder, se resumiu a insignificância do Ser

Despido da deontologia e longe das mansões e talheres de prata

Se embuziava na lavagem recolhida aos mais esfaimados porcos

Vida dedicada aos delitos, sáfaro no seu jeito rude de viver

Desqualificado no seu mais simples gesto de delicadeza;


No final da vida não existia mais amigos, companheiros ou parceiros

Os antigos aliados de bravatas, agora irmão e cúmplice da charlatanaria

Dispersos por entre muros e colunas conhecidas como segurança máxima

Contabiliza o saldo negativo das investidas nos crimes praticados

Na parlapatice do incrédulo recolhido busca uma fuga milagrosa e insana

Já velho e sem forças para reação o mitomaníaco solitariamente ficava;


Perdoado pelo avançado da idade, sem parentes nem aderentes, agora livre

Livre apenas das cercas e mordaças físicas, virou homem de rua

Alojado sob marquises pontes e viadutos o lacaio procurava adormecer

As amarras provocadas pelas suas sabujices mantinham sua alma distante

Ausente da realidade em um lixão urbano e ignorado na falência múltipla

Na sua lápide: resto do chorume de uma escória humana a permanecer.


Genival Torres Dantas

Poeta, escritor e Jornalista


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