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Foto do escritorGenival Dantas

Reflexão de um Democrata sem fanatismo

Atualizado: 23 de jan. de 2019



Meu caro Presidente Jair Bolsonaro


Passada as eleições do segundo turno, com a supremacia da sua candidatura sobre o adversário, de esquerda, Fernando Haddad, PT e simpatizantes, muitas idas e vindas, informações desencontradas, montagem da equipe de governo, escolha dos mais capazes e leais parceiros, em conjunto com a maioria dos eleitores dos votos válidos, que estruturaram e pavimentaram o caminho direto da sua residência, no Rio de Janeiro, ao Palácio do Planalto, Brasília - DF. Além de Presidente da República Sua Senhoria foi mitado pelos ditames apregoados. Durante sua posse e dos seus comandados, ministros e secretários, muita pompa e discursos para todos os gostos. A festa foi de uma retumbante alegria do povo que gritava seu nome e grandiloquência nos discursos dos que chegavam e dos que saiam uma transmissão de cargo bem programada. O ápice ocorreu em dois momentos, o percurso feito em carro aberto, conversível, da Catedral ao Palácio e o discurso, em libras, em defesa da inclusão de surdos, da primeira dama Michelle Bolsonaro, se constituindo, apesar da quebra do protocolo, na surpresa positiva do ato, além, evidentemente, dos aplausos calorosos do público presente.


Até aqui tudo bem, tudo dentro da ritualística permitida pela Democracia, era de se esperar toda empolgação dos neófitos da direita chegando ao poder executivo depois de 16 anos, nesse interstício, quando o Brasil foi administrado pelo partido dos trabalhadores (PT) e seus aliados, com forte viés ideológico, pautado na esquerda socialista, tangenciando o comportamento esquerdizante dos aloprados barulhentos. Foi o período de muito trabalho para a Justiça e a Polícia Federal, atuantes conjuntamente com Ministério Público, resultando em buscas e apreensões.


Com prisões de empresários, políticos como governadores e ex-governadores, senadores e ex-senadores, deputados e ex-deputados, isso no âmbito Federal e Estadual, além da área Municipal, sendo arrolados Prefeitos e Vereadores, incluem-se funcionários públicos e de estatais, acusados, responsáveis e condenados por desvios de recursos cujos valores ainda estão sendo levantados, tendo um levantamento feito parcialmente chegado à soma correspondente a profusos bilhões de Reais. Dentre todos os envolvidos nos escândalos de corrupção há o ex-presidente Lula, julgado e condenado por mais de 11 anos em regime fechado, inclusive estando preso na Polícia Federal em Curitiba/PR.


A direita brasileira retoma a Presidência da República, Democraticamente, pelo voto direto, capitaneado, literalmente, pelo ex-capitão e deputado Federal Jair Bolsonaro, acompanhado pelos seus colaboradores e eleitores simpatizantes ao seu trabalho como político. A vitória do atual Presidente Jair Bolsonaro decorrido contra o candidato da esquerda, muitos eleitores, certamente, votou na direita com a intensão única de derrotar o candidato da esquerda, o que ocorreu. Confesso que me incluo nesses eleitores que ficaram sem opção e assim procedi votando no fato novo na esperança que ele, o Presidente eleito, apontasse novo caminho para o Brasil.


O novo governo começou dia 01/01/2019, portanto, estamos com cinco dias de governo Bolsonaro, nas últimas 24 horas, já ocorreram algumas situações de desconfortos, quando o Presidente bateu de frente com alguns ministros e secretários em função de declarações feitas pelo próprio Presidente à imprensa, sem a participação prévia aos seus auxiliares, ocasionando uma verdadeira correria para apagar o fogo, causado pelo ruído de comunicação, provocado pelas palavras do presidente antecipando informações de medidas tomadas o que demonstrou um verdadeiro desencontro de pensamentos na área econômica. O ministro Paulo Guedes teve que se virar e arranjar desculpas até mesmo um equivoco do Presidente, foi colocado no meio das desculpas.


Na linha de desculpas há a colocação do Presidente, na reforma da previdência, anunciando a redução de idade para a aposentadoria de 62 e 57 anos, quando já há uma proposta no Congresso estabelecendo o limite mínimo de 65 para os homens e 62 para as mulheres. Há a história de aumento do IOF (imposto sobre operação financeira) e mudança na tabela do IR (imposto de renda), para pessoa física, nesse caso haveria uma redução na última faixa de 27.5 para 25%, quando o secretário especial da Receita Federal disse que era equívoco e estava mantida a promessa do Presidente de não se aumentar impostos, mantendo-se os patamares atuais, sem aumento do IOF nem redução do IR.


Essa rotina de equívocos, para não falar em desmentidos, fica no mínimo ruim para todos. O Presidente tem que entender que ele já não é mais um candidato, mas um Presidente, dessa forma, mais do que nunca, precisa haver um controle maior na hora que ele for falar para não ter desencontros entre ele e seus subordinados, em qualquer nível. Em toda e qualquer organização, órgão ou departamento, quando o chefe fala as palavras são entendidas como uma determinação, para isso o chefe tem que ter credibilidade e respeito dos seus comandados, caso contrário às palavras viram chacotas. Esse tipo de situação só é bom para a oposição, principalmente a esquerda barulhenta que é boa nesse campo.


Em nenhum momento podíamos imaginar que pudesse ocorrer uma situação dessas, em qualquer momento, da sua administração, principalmente pela larga experiência que o senhor Presidente tem nas suas passagens pelo Exercito brasileiro e a Câmara Federal e por longos períodos, isso nos coloca numa verdadeira saia justa. Não acredito que o Presidente Bolsonaro não tenha um conselheiro, dentre tantos amigos e correligionários que possa se aconselhar, não é demérito nem vergonha para ninguém buscar apoio quando necessário, somente de colaboradores diretos o senhor Bolsonaro tem 22, de altíssima relevância e capacidade técnica.


Continuo acreditando que o ocorrido foi apenas acidente de percurso, que a vida palaciana siga sua normalidade, que seus colaboradores e o povo brasileiro entendam esse fato como um hiato ocorrido e sem previsão de repetição, mais um aprendizado quando se busca o acerto, inerente a qualquer homem em qualquer cargo, mesmo porque a repetição de fato semelhante seria intolerável para quem quer trabalhar em paz, dentro de uma harmonia coletiva e sem desgastes junto aos seus escolhidos. Aos brasileiros e brasileiras livres e de bons costumes, comandantes e comandados, que esse ano seja o porto de partida para singrarmos em novos mares de calmaria, definitivamente, em busca do tempo e de outros valores perdidos e no reencontro com a coragem, determinação, confiança, honestidade e esperança façamos uma promessa de união e trabalho pela nossa família e o nosso País.

Genival Torres Dantas

Poeta e escritor

genivaldantas.com.br





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