Que São Nicolau nos traga um novo ano de aprendizado
Atualizado: 28 de dez. de 2021
O Fato Sem Politicagem 27/12/2021
Após os festejos natalícios, tenho o hábito de comemorar essa data por tradição familiar e religiosa, fui criado em uma família Católica e educado em colégio Diocesano, ainda, por respeito a história do Cristianismo e seu líder maior, Jesus, o maior pensador de todos os tempos, parei por 48 horas refletindo sobre o momento delicado que estamos atravessando.
Mesmo que Jesus não seja o Santo que tanto se apregoa, tenho o direito e admito que ele seja o filósofo mais completo e admirado no mundo cristã, não pelos resquícios da sua passagem sobre a terra, até a própria memória oral transmitida por vários povos e em diversas línguas, claro que pela sua importância e profundidade, como a maioria dos pensadores, é polêmico.
Não sentei aqui para falar das dúvidas com relação a existência ou não de Jesus, mas os efeitos que sua presença ainda provoca sobre nossas vidas. Ainda sinto o cheiro no ar dos assados e o sabor das frutas servidas no jantar da maior festa cristã, entretanto não posso jogar para baixo do tapete as manchetes, notícias e imagens do enorme contraste na sociedade.
Enquanto eu me degustava como o que me apetecia, dentro dos padrões que o meu poder aquisitivo me pertencia, não podia esquecer, não muito distante do meu apartamento e por muitos cantos do mundo, quantas famílias procuravam comemorar aquela noite de forma mais simples, até nem comemorar, pois suas condições financeiras não lhes permitam.
Nem sempre saber da realidade que nos cerca nos faz bem, porém, viver como se não esteja acontecendo de ruim também não é razoável. Para quem tem a percepção aguçada é pior ainda. Enquanto eu via o sorriso no resto das pessoas eu ficava calada pensando nos números negativos, acusativos e denunciantes da nossa extrema miséria que nos encontramos.
O que me vinha à mente era desconfortável, quantas famílias órfãs, dizimadas pela pandemia que nos levou mais de 600 mil pessoas dos nossos círculos, não apenas matou, mas destruiu sonhos, adiou projetos sine die, desalentou corações, asfixiou a vida de muitos, apontou aos que sobreviveram, assim como nós, o quanto somos pequenos e frágeis.
Ainda não recuperado dessas lembranças, sou invadido pela nuvem negra, passando sobre minha cabeça, como a me torturar, da infame e perversa ação dos negacionista, patrocinada pelo agente maior, Jair Bolsonaro, tentando desinformar com a tese da vacina para crianças de até 17 anos não precisam de vacinação, mais uma resistência desumana, um desserviço ao Brasil.
Ante essa empáfia, quanto toda comunidade científica e médica aprova essa iniciativa, é para fazer o homem de bom senso perder o sono por muito tempo. Que triste realidade essa nossa, tinha que acontecer uma pandemia sanitária no meio de um governo assolapado pela sua própria ignorância; só nos resta pedir ao São Nicolau que nos livre de novos encostos maléficos.
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