O Fato Sem Politicagem 18/9/2020
Há muito tempo o homem vem convivendo com os desastres ambientais e nos tempos atuais essas circunstâncias têm acarretado preocupações mil ao ser humano, os danos causados não implicam apenas no prejuízo material que nos traz, atingem plantas, animais, água, solo e até mesmo o ar, todo sistema de sobrevivência aos seres vivos existentes na natureza e, por conseguinte no planeta terra.
É claro que o homem sempre procurou se desenvolver e esse desenvolvimento é gerador de progresso e riquezas, entretanto essa capacidade de se adaptar ao meio ambiente não condiz também com seu zelo com os recursos naturais e sua manutenção até mesmo como parceiros naturais na conservação e ampliação da vida sobre a terra.
Até hoje ainda não soubemos aquilatar o verdadeiro valor do desenvolvimento e o valor objetivo das fontes naturais que sempre nos deram qualidade de vida e a glória que é viver em harmonia com tudo que é natural, agimos como se fôssemos verdadeiros estranhos no ninho, ou nossa verdadeira casa, dessa forma, atuou como inconsequentes, por não dizer, inimigos de nós mesmos.
Não podemos deixar de considerar aspectos importantes, há desastres ambientais naturais, provocados pela própria natureza como os advindos em consequência da atuação do homem. Antigamente era fácil saber quando as secas vinham apenas pela ausência provocada por absoluta ausência de água, agora existem situações que essa falta d’água é por ação do homem agindo no meio.
Os fogos que surgem nas matas não correspondem também pela falta de chuvas, há situações fazem as derrubadas das árvores tocando fogo nos detritos, abrindo áreas para o plantio de lavouras ou pastos, atitudes justificadas pelo desenvolvimento em ação.
Sempre agimos dessa forma, a diferença é que hoje somos mais gananciosos, queremos mais terras sacrificadas sem respeitar as faixas necessárias à conservação da própria mata nativa e seus habitantes naturais, como aves, animais e os próprios rios que abastecem o solo, mantendo-o vivo e seus peixes com suas águas naturais.
Vendo as imagens fornecidas pelos noticiários tanto das TVs como pelos computadores e fones, trata-se de verdadeiro assassinato que estamos praticando contra a mãe natureza. Quem conhece a Amazônia como eu conheço, desde muito tempo, ali sobrevoei em várias viagens ao Norte do país em tratativas, de negócios entre Manaus, Belém, Rio Branco, Porto Velho e até mesmo Bela Vista, sente a desolação do sentir a mata derrubada por assassinos da natureza, covardes que exploram as madeiras em troca do dinheiro sujo e mal ganho.
Como executivo, principalmente de vendas, no segmento medicamentoso, ou qualquer outra área, sabe perfeitamente como é bom e agradável transitar no meio do pantanal, quando em viagens, principalmente por terra, de carro, ou mesmo ônibus, atravessando rios e pontes, convivendo com os répteis, animais mamíferos, aves das mais diversas possíveis, no inverno ou no verão. Sabe, assim como eu, como é difícil não chorar vendo cenas de verdadeiro pavor, como animais e árvores sendo consumidas pelas chamas incontroláveis do fogo cruel e violento.
Estamos encerrando uma semana de muita tristeza para nós brasileiros, estamos sendo vítimas de uma pandemia sanitária que tende a abrandar, já em curva decrescente, mas sabemos que na Europa há uma nova onda tomando conta da população de vários países já afetados anteriormente, nos mostrando com todas as letras que precisamos ficar atentos para não termos uma recaída.
Enquanto isso a nossa sociedade pelo menos tem se mostrado consciente e solidária na tentativa de contenção ao fogo que assola nosso pantanal e áreas também longe dele, locais em que as chuvas não querem chegar para aliviar o sofrimento de muita gente que começa a fazer racionamento de água, principalmente nas cidades maiores do interior brasileiro, mormente aqui no Estado de São Paulo.
Nessa sofreguidão que não é pouca para muitos brasileiros que se ressentem da perda de parentes pelo Coronavírus, já passamos de 130 mil mortos vítimas desse horrível fato, muitos ainda são atingidos pela insensibilidade de pessoas ligadas ao governo Federal que insistem numa queda de braço da bestialidade humana.
Por questões burocráticas, ou até mesmo resquícios políticos, não voltaram para o atendimento dos que precisam dos préstimos dos peritos do INSS, para conseguirem amparo legal e sobreviverem durante essa tragédia humana.
O que mais nos entristece é saber que nessa situação de desamparo humano são mais de 600 mil famílias que estão sendo tratadas como animais sem donos, lixo humano relevado a um terceiro ou quinto plano, onde está o sentimento de benevolência e aquiescência humana por parte desses infelizes que se dizem e se sentem autoridades.
O pior, estudaram para isso, fizeram juramentos e hoje dão bananas aos outros seres tão humanos quanto eles. Para quem podemos apelar! Judiciário, Legislativo, o Executivo não, esse se encontra longe dos pobres infelizes dessa pobre pátria, subserviente que é aos caprichos dos seus interesses eleitoreiros para 2022. Triste sina essa nossa, ou ainda não aprendemos a escolher os administradores dessa terra arrasada, que pena!!!
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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