
O Fato Sem Politicagem 22/02/2021
Depois da lambança jurídica protagonizada, a priori, pelo ministro Alexandre de Morais e seguido pelos seus pares do STF, por unanimidade, com muitos apoios, principalmente da esquerda política brasileira e contestada pela maioria dos juristas independentes, sem víeis ideológicos, portanto neutros, me levou ao mundo das contradições e tempestividades, em um clarão de luz, me lembrei de uma máxima, simples e cirúrgica: “Ordem sem ordenamento jurídico é desordem”.
Isso posta, hoje, vou me ater ao Poder Executivo, que mesmo distante do caldeirão em efervescência, Bolsonaro não fugiu da sua postura de construtor de intrigas e novamente os holofotes foram direcionados em sua direção, oportunamente, para ele, colocou o dedo numa ferida aberta, na área econômica, e sem prenúncios de cicatrização, indo direto ao assunto foi eloquente no seu linguajar modesto e até certo ponto sofrível para quem passou por uma academia militar.
Mantendo-se fiel aos seus discípulos mais fieis, dentre outros, Bolsonaro levantou a bandeira do paladino enérgico contra aqueles, ou aquele, que desferiu golpe fatal contra os caminhoneiros, os primeiros brasileiros na contestação ao novo aumento do diesel e a gasolina, justificado pelo seu agressor mais malévolo, a Petrobrás. Quando é para falar em operação desmanches o nosso presidente é ágil, objetivo e enfático: “não vou intervir na política de preços da companhia”.
Sem titubear, foi sucinto, contra golpeou o algoz dos seus vassalos, de dedo em riste, ante aos seus dedicados seguidores, separados por um cerca que não é imaginável, pulmões cheios de ar, não surpreendeu: “sem intervenção, porém dentro daquilo que as normas e procedimentos me franquia demitirei o atual presidente da Petrobrás e o substituirei por alguém mais susceptível aos anseios populares, claro, quando o conselho da empresa assim aprazer.”
Dessa forma estava anunciada a degola de Roberto Castelo Branco, aquele que tirou a Petrobrás do atoleiro, ela que foi a grande sangria de administrações anteriores, com insofismável desvio de valores financeiros, juntando-se a outros prejuízos, se constituiu um dos maiores escândalos de um governo Democrático e Republicano, que se tem notícia em todos os tempos. Isso para Bolsonaro são águas passadas, desse jeito não movem moinhos, o que importa é a nomeação de um novo presidente à frente daquela que já foi nossa maior empresa nacional, o general da reserva, Joaquim Silva e Luna.
O contemplado para o cargo é considerado uma pessoa próxima de Bolsonaro, vem de o governo Michel Temer, quando foi ministro da Defesa, atualmente exercia o comando da hidroelétrica Itaipu binacional, tido como executor de obras, bem avaliado pelo presidente Temer, cumpridor de ordens, seu nome precisa ser aprovado no Conselho de Administração da Petrobrás, para que de fato e de direito ele assuma sua função e justifique sua fama de leal administrador.
Nem tudo são flores e nem, a saída do presente ainda em exercício não foi bem digerido pelo mercado financeiro, as ações da empresa já caiu mais de 5%, com reais possibilidades de despencar mais de 15 pontos, ultrapassando os 20% nas próximas horas, há sinalizações nesse sentido. O receio do mercado não é pela capacidade o indicado é pela ausência do demitido que vinha trabalhando com toda capacidade empenhada.
Essa situação vem provar mais uma vez a instabilidade administrativa do nosso presidente Bolsonaro, ele prefere investir todo seu capital conceitual em projeto da sua reeleição a ter que ser ativo e coerente com as necessidades que o Brasil nos apresenta, prementes e pontuais, dessa forma fica o questionamento no ar: hoje estamos vendo uma empresa ser cruelmente desvalorizada aos olhos do mundo investidor, em situação de igual teor podemos ter a depreciação de um Banco do Brasil, Eletrobrás, e tantas outras empresas que representam muito para o nosso orgulho.
Com essa postula desequilibrada o Executivo passa a fazer parte de um triunvirato nada razoável para a triste figura dos três poderes, ambientes que já foram orgulho nacional, hoje eles mesmos se acusam, mutuamente, e são lançados no conceito da temeridade, na prática abusiva que os cargos lhes outorgam, para nossa tristeza, tanto o Executivo como o Legislativo.
Seus componentes estão lá por termos sidos inconsequentes e ausentes de qualquer critério mais sério em nossas escolhas, enquanto o Judiciário é escolhido por esses dois poderes anteriores pela faculdade do exercício da lisura, entretanto, todos se aliam e se defendem ao mesmo tempo, do povo humilde e simples, que lhe pagam salários extraordinários e as mordomias só imaginadas nos poderes satânicos das oligarquias criminosas de séculos anteriores e por Continentes diferentes, indubitavelmente o mais corrupto, o Europeu.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista

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