Tão poucos dias de fevereiro e quantos problemas já acumulados para o Executivo, considerando apenas a parte interna do governo e os transtornos advindos dos auxiliares diretos do presidente Bolsonaro. Alguns casos surgidos no decorrer do ano anterior e com aliados que têm assento no primeiro escalão do governo. Muitas situações foram resolvidas com substituições de titulares de cargos, com troca de posições ou mesmo demissões, tanto na área civil como militar, mas os problemas foram sendo equacionados na proporção que o tempo passava e as situações tornavam-se insustentável política e administrativamente.
O momento está sendo de difícil contorno se muitas pendencias não foram resolvidas ou mesmo esclarecidas. Vamos começar pela difícil fase do Ministério da Educação e seu ministro, que passa por mais uma crise de permanentes crises criadas pelos seus próprios gestores. O atual ministro, Abraham Weintraub não goza da simpatia de muita gente que apoia o atual governo e, principalmente dos opositores da esquerda, querem sua queda a qualquer custo.
Com o último incidente envolvendo o MEC/Enen, e as derrapagens ocorridas na aplicação e apuração das notas concernentes a última prova e o tumulto gerado para os estudantes, depois de o senhor ministro vir a público e fazer um discurso até enfadonho pelo bom andamento e tranquilidade do evento, ficou muito difícil para o governo continuar apoiando a gestão do seu ministro, é possível que Bolsonaro venha a tomar alguma atitude dentro desse ministério e especificamente com seu ministro.
Ministro Ricardo Salles do Meio Ambiente tem se sustentado graças ao perfil de extrema confiança para com o Presidente Bolsonaro e seu entorno mais prestigiado, não é de agora que há manifestações contra sua gestão, mais acentuada ainda depois do incêndio ocorrido na Amazônia Legal e suas consequências danosas ao nosso bioma e sua ali nativa e as críticas vindas de autoridades internacionais, forçando o governo a criar uma agência específica para cuidar daquela região e suas complicações com indicação do nosso Vice-Presidente Mourão, para cuidar e zelar por ela, fazendo crer que o cargo do ministro Ricardo Salles começa a sofrer processo de esvaziamento.
O chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) Fábio Wajngarten, do governo Jair Bolsonaro, por indicação da Justiça Federal vira investigado da Polícia Federal, por supostos crimes de peculato, corrupção passiva e advocacia administrativa, com base em reportagens do jornal Folha de São Paulo. Esse fato gerou explicações do secretário ao Bolsonaro e pronunciamento público do secretário, quando ele alega que o assunto gerador desse impasse é anterior a sua posse no atual cargo no governo, dessa forma manteve-se prestigiado no cargo, por enquanto.
Ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, depois de ter sua pasta esvaziada com a transferência do Programa de Parceria de investimento (PPI) para o Ministério da Economia e ter sofrido baixa de quatro auxiliares diretos, caso do seu secretário executivo, Vicenti Santini, em decorrência da viagem que ele fez em aeronave da FAB, ao exterior, acarretando custos exorbitantes sem justificativas aplausíveis, além do Assessor de Comunicação de Onyx, Gustavo Chaves Lopes, além do secretário especial de relações Governamentais, Giácomo Trento e o ex-senador Paulo Bauer (PSDB/SC), Assessor Especial da Secretaria de Relacionamento Externo da Casa Civil. Depois dessa monta o ministro Onyx informa que pretende fazer uma reestruturação na sua pasta e que novas baixas podem vir.
Todos esses casos são de relevância e complexidade no que tange a uma resposta ao público fiel de Bolsonaro, principalmente por se tratar de atos de extrema extravagância e beligerância provocada internamente por seus assessores e cujos assuntos são de combate do próprio presidente. Entretanto, o caso de maior repercussão e emblemático é o do ministro Sergio Moro, que vem sendo importunado na sua pasta por todo tipo de político, primordialmente por aqueles que são acusados de participação na Lava Jato, processo que o ministro foi responsável direto pelo seu sucesso.
Sergio Moro tem sido menoscabado pelo próprio presidente Bolsonaro, mormente quando Sergio Moro procura por em prática seu posicionamento Jurídico e tentar transforma desejos em Leis, o presidente faz cara e gestos de desentendido não lhe dando nenhum respaldo fazendo que o ministro muitas vezes tenha suas ações preteridas e substituídas por teses até mesmo alheiras as suas vontades.
Isso tem dois nomes: Inveja e Ciúmes, tanto dos seus adversários e pretendentes ao Palácio da Alvorada como até mesmo do presidente Jair Bolsonaro, considerando que Sergio Moro se constituiu, com o tempo, na maior pedra no sapato de todos os pretensos a concorrerem em 2022 para presidente da República e Moro é nas pesquisas iniciais no nome mais forte na preferência popular e pode até mesmo superar o candidato Bolsonaro, se vier a sê-lo.
Genival Torres Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
genivaldantasrp@gmail.com
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