Quanto mais o tempo passa mais evolui em direção ao mesmo, são mais de noventa dias do novo Governo Bolsonaro, muita conversa de bastidores, ideias jogadas ao vento, tudo aquilo que parecia uma nova era vai se transformando em balão de ensaio, sem resultados práticos, conjecturas sobre a cabeça dos bafejados pela sorte e escolhidos pelos deuses do iluminismo pregado pelos místicos transformados em Gurus e advindos da cultura rasa editada pelas frestas do mundo virtual alocada entre o vácuo das paredes limítrofes da realidade que nos dilacera dentro da nossa própria estupidez.
A política nacional saiu do julgo socialismo maquiavélico arremessado que foi aos braços do imponderado desejo de acertar sem, até então, ter as devidas assertivas apresentas como credenciais pelos novos comandantes da nau sem rumo e a deriva navegando em um mar revolto. É de se imaginar que quando o controle sai das mãos do controlador tudo passa a ser uma questão de sorte e esperança. Somos acionados, administrativamente falando, por uma manivela sem regulagem precisa e gasta, cujo motor encontra-se em estágio com sinais de fundição iminente, nesse caso, a possibilidade de segurança passa ser próximo à zero, com grande chance de um colapso geral.
Esse quadro de natureza morta, pintado em preto e branco, de um autor qualquer, longe das cores coloridas e reproduzidas pelos pinceis de riscos simétricos da artista Tarsila do Amaral, traduz um momento de inteira demonstração de estado de espírito em que se encontra o brasileiro e sua apatia incrédula, quando o assunto é esperança. Mesmo com chances mínimos de realimento na política e economia, marchamos e aqui o marchar é bem colocado, em direção ao abismo que surge em nossa frente, abismo esse que não existia e foi construído pela insensatez da atual administração quando se julgou autossuficiente sem a interveniência dos demais Poderes constituídos. Não se fazendo de arrogante, o Presidente da República tinha razão na troca da forma do governo anterior, não permitiu que continuasse o descalabro da administração imponderada, período de muitas perdas e danos ao erário e, por conseguinte desmonte de Ministérios tão expressivos na conjuntura da administração pública, com desvios de conduta moral e roubos qualificados e julgados como de práticas executadas como se profissionais fossem do submundo do crime.
O Presidente errou ao anunciar e fazer os devidos acertos eliminando arestas, criando obstáculos por força dos instrumentos e normas internas cujo objetivo era trabalhar com uma equipe desvinculada da imoralidade e imparcialidade no trato dos recursos da Nação, sem, entretanto, oferecer prerrogativas, se podemos considerar prerrogativas que não seja ausência do moral. O sistema de Governo da nossa República carrega entre as linhas da Carta Magna, 1988, Constituição Cidadã, preceitos e conceitos voltados a um Governo Parlamentarista e foi implantado o sistema continuado, já existia antes, de Presidencialismo, Dessa forma o Poder executivo e o Legislativo andam atrelados de forma a se completarem em nome da boa administração. Esse imbróglio não significa que os Poderes ou parte deles tenham passaporte para o desatino, acima de qualquer Lei ou furo dela há uma coisa chamada dignidade que precisa ser respeitada em qualquer situação e por quem quer que seja, se excluindo, nesse caso, o Deus preconizado pelo Presidente Jair Bolsonaro e a Nação brasileira.
Convenhamos, estamos passando um momento de certa forma hilário, o Presidente em 90 dias fez três viagens internacionais anunciando feitos que ainda não foram realizados, até mesmo os projetos que representavam o carro chefe da sua campanha eleitoral, estão pendentes no Congresso Nacional, esperando que a base de apoio parlamentar seja efetivamente construída para que os dois projetos, Reforma da Previdência e da Segurança Nacional, sejam votados e o País comece a caminhar em direção aos seus objetivos, que até então, não se tem uma noção básica de um projeto de Governo, por esse motivo, a desesperança toma conta inclusive dos aliados políticos da situação, alguns Ministros recorrem aos seus prestígios junto ao Legislativo, fundamentados na possibilidade que se tome um rumo consensualmente.
Ao que tudo indica, no retorno de Israel, o Senhor Presidente andou concatenando suas ideias de governabilidade e recebeu alguns presidentes de partidos políticos na tentativa, embora tardiamente, de fazer acordos para que os projetos já referenciados tomem o rumo da aprovação, o que é uma incerteza, considerando que até o momento havia um entrave entre o Executivo e Legislativo, em decorrência dos pressupostos já afirmados. O que realmente esperamos é que as autoridades constituídas em nome do povo tenham, doravante, o discernimento que eles estão ali para servir ao povo e não o contrário, dessa forma, pedimos encarecidamente que os senhores façam por onde justificarem os respectivos cargos e salários aferidos aos trabalhos desenvolvidos por Vossas Excelências e, o apelo serve também ao Judiciário, que anda claudicando, conforme a opinião pública, se lancem à luta em nome da dignidade de um País cansado de tantas desventuras no seu comando.
Chegou a hora de o comportamento de criancices, beicinhos e chacotas ser esquecidos, já não há adolescentes entre nós, somos adultos, maridos e esposas, pais e mães, avôs e avós, respeitemos ao menos nossos descendentes, pois, não tivemos respeito com nossos ancestrais.
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