O Fato Sem Politicagem 03/05/2021
A semana passada foi digna de todos os rótulos e adjetivos qualificativos e desqualificativos, ao mesmo tempo, estão sendo tragados por nuvens negras e brancas quando o assunto é sobrevivência nessa fase de pandemias generalizadas, pontuadas por desfaçatez e o predomínio das ações negacionistas de efeitos tão nefastos quanto destoantes da realidade que nos cerca, nos tortura e denigre como seres humanos e Americanos do Sul.
O recalcitrante Ministério da Saúde, antes, eu acreditava que era uma questão de ministro, hoje, acredito que esse Ministério foi definitivamente sequestrado pelo Governo Federal, apenas para chamar de seu, e mostrar ao mundo o quão ineficiente é sua gestão, se implorava para colocar do seu comando alguém da área, assim foi feito, entretanto o discurso continua o mesmo, troca apenas de terminologias, mas de ações próximas das anteriores, sem muita amplitude.
Os Estados, principalmente São Paulo, paulatinamente, vêm abrindo os espaços comerciais para atividades não tão essenciais, financeiramente um gesto de apoio à economia, porém de risco iminente em decorrência das cepas circulantes e a teimosia da sociedade que se supera a cada dia quando se trata de cuidados especiais no trato com a contaminação pelo Coronavírus e o distanciamento necessário para o bem de todos nós; uma verdadeira escolha de Sofia.
Já não é segredo que a vacinação em massa é um grande vetor no combate ao Coronavírus, exemplo claro teve recentemente com esse tipo de procedimento na cidade de Serrana, distante 20 km de Ribeirão Preto/SP, com uma população aproximadamente de 46 mil habitantes, com vacinação de 95.7% da população alvo, o resultado positivo foi impressionante, com redução dos números de infectados e internados, passando por UTIs.
Nova cidade agora está sendo pelo Ministério da Saúde, cidade de Botucatu, para ação no mesmo sentido e de porte maior, com população de aproximadamente 145 mil habitantes e maiores recursos médicos sanitários, inclusive com a presença de Hospital das Clínicas da Universidade Federal da UNESP, mais dois hospitais particulares e vinte e duas unidades de saúde, claro que qualquer força tarefa empreendida o resultado será tão bom quanto ao anterior, ou até melhor.
Por outro lado sentimos a ineficiência na aquisição dos imunizantes em quantidade suficiente para uma ação mais contundente e objetiva, nesse caso, não podemos culpar nenhum governo e em qualquer esfera: Federal, Estadual ou Municipal, a gama de erros é da origem ou de base, não foi feito reservas do produto em datas anteriores e até menosprezamos as que nos foram oferecidas à época com a ideia de que os fabricantes tinham que se oferecer ao Brasil; hoje imploramos ao mundo que nos vendam até mesmo as sobras de outros países, lamentável.
Paralelamente ao mundo sanitário temos a política tentando andar, mesmo capenga, com o Governo Federal tentando se salvar de uma CPI, mesmo não sendo a dos sonhos, é o que temos em andamento, a oposição tomou conta do controle administrativo e tem atuado para esclarecer os fatos que nos levou ao triste número de 400 mil mortes pela pandemia e o Governo Bolsonaro preocupada com a sucessão presidencial para 2022.
Nesse último final de semana tivemos passeatas em favor do governo atual e de desagravos a esse mesmo governo, o primeiro grupo atuou para defender o projeto político de Jair Bolsonaro com sua reeleição, opinião de fervorosos bolsonaristas sem nenhuma preocupação com o resultado da aglomeração de pessoas em passeatas, desfiles em carros, ou até mesmo em discursos proferidos em vias públicas e sem os devidos cuidados sanitários.
O outro grupo não atuou diferente, sempre mergulhado nas suas vestes e bandeiras vermelhas, saudava o retorno do seu ídolo maior, representado na figura do ex-presidente Lula e seus capachos de sempre. Não faltando outros presidenciáveis, socialistas ou mesmo os que se apresentam de Direita, todos contra o atual governo e incrivelmente defensores da Democracia, a Democracia tão maltratada por tanta gente que se sentem Republicanos e patriotas.
Nessa insegurança em que vivemos, temos que invocar a presença das 800 espécies de libélulas, que habitam nossa flora em companhia de outros animais a compor nossa fauna, quem sabe se todas juntas, como visitantes positivas, não teremos mais sorte doravante e sejamos cunhados com a ferradura da sorte, para tanto é preciso que ocorra uma mudança radical no Executivo, Legislativo, Judiciário, e até mesmo nos eleitores brasileiros, não é pedir muito e é passivo de sê-la.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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