Nada mais tenebroso que uma sociedade mergulhada em um ódio coletivo sem viés possíveis de conjuminar ideias e ações em busca de uma mediação positiva ao interesse de todos. Caminhamos ao abismo sem a mínima noção da real situação do perigo que corremos nessa estrada de conflitos e reações compostas com destemperanças.
A minha pasmaceira atual gira em torno dos últimos acontecidos que temos acompanhada e que tem levado desencanto aos quatro cantos do mundo, se ele não for redondo, pela tamanha falta de humanidade que vem ocorrendo entre nós brasileiros. Estou fazendo menção ao caso escabroso ocorrido no Rio de Janeiro dia (24/01) último.
O congolês Moïse Kabagambe, (24 anos) em nosso país desde os (14 anos) fugindo de seu país que tem por hábito de assassinar seus oponentes com pauladas e outras práticas, teve sua morte executada por três meliantes, motivado por razões ainda não conhecidas, mas de uma extrema crueldade seja qual for o motivo que seja apresentado posteriormente.
Quando vivemos numa sociedade de extrema dicotomia, dividido por razões políticas ou religiosas seus membros passam a agir de forma impensada e truculenta, principalmente, se seus líderes fomentarem essa prática para que os problemas sejam resolvidos e a prática da tolerância e a diplomacia entre seus membros estejam distantes da população.
A morte do congolês é uma prova incontestável que estamos vivendo no linear da intolerância, nada justifica o assassinato de um ser humano, seja ele quem for, a justiça não pode ser feita pelas próprias mãos, está escrito, há uma justiça estabelecida na própria constituição para julgar as falhas do ser humano, mas quando essa também é falha nada é justo.
Não querendo julgar nada, apenas divagando por entre as ações criminosas que estamos vendo nos últimos tempos temos nos sentindo infelizes por tamanho despropósito que virou a existência humana, não sei se a pandemia e suas sequelas nos trouxe uma nova fase na vida, ou até mesmo se estamos usando esse fato como uma cortina de fumaça.
Não podemos negar é que nada temos feito para minorar nossa relação de ódio para com as outras pessoas, apenas temos usado nossas forças, quando elas são superiores, para eliminar nossos interlocutores, sem nem mesmo um motivo justificável para transformá-lo em inimigo público número um em nossas vidas, uma verdadeira hecatombe física e moral.
Sinceramente, não sei o que nos causa mais mal nesse momento, se nossa rudeza e ignorância ao conservarmos o ódio dentro de nós contra todos que nos cercam, ou até mesmo essa forma viril que conseguimos adquirir na produção de inimigos gratuitos, apenas pelo fato do outro pensar diferente de nós, numa antropofagia delirante de quem é no mínimo psicopata.
Certamente, estamos no nosso limite da sanidade mental, doravante estaremos possuídos por um espírito vingativo e vingador, desaprendemos a distinguir o que insigne e insignificante, muita gente se fica perdida ao julgar o bem e o mal, passando a entender apenas o seu próprio bem-estar e a eliminar tudo que possa lhe trazer perigo, inclusive o próprio homem, se assim ele entender. Que Deus nos ajude e nos perdoe.
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