O Fato Sem Politicagem 09/12/2020
Com Rodrigo Maia fora do páreo para presidência da Câmara Federal torna-se “conditio sine qua non” que o presidente Bolsonaro lance mão de toda habilidade que ele, por acaso, possa ter e busque alternativas viáveis no sentido de não passar mais uma vergonha escandalosa nessa sucessão para 1º de fevereiro, no Congresso Nacional. O atual presidente da Câmara Federal não brinca em serviço e vai articular todo seu cabedal político para impor seu sucessor na presidência daquela Casa.
Como Bolsonaro não tem nenhum cacoete quando o assunto é trabalho, primordialmente o relacionado à pressa, agilidade, prioridade e superar etapas, Bolsonaro vai administrar a sucessão da Câmara tal qual como ele trata o ritmo da pandemia do Coronavírus, no banho maria, tentando terceirizar a responsabilidade como se ele fosse um mero espectador, sem nenhum interesse no resultado final das etapas.
O que é constrangedor é verificar que o governo Central só toma iniciativa quando é instigado e de forma rançosa. Essa reunião dos governadores com o atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, teve como resultado para o governo um final melancólico sem ele sinalizar em nenhuma direção, para quando e como ele fará com a campanha nacional de vacinação do Coronavírus.
Enquanto os governadores se agrupam em torno de um plano de, até mesmo, comprarem os imunizantes, aprovados pelos governos de suas origens, a impressão que temos é que há apenas conjecturas no governo federal. Isso é ruim, existem iniciativas nas esferas estaduais para aquisição dos produtos e distribuição aos seus respectivos municípios, numa verdadeira demonstração clara da impaciência e reflexo da falta de credibilidade do governo Federal junto aos seus federados.
Nessa hora não há como responsabilizar esses administradores estaduais, eles buscam soluções viáveis e compatíveis com a necessidade da população aflita, a apatia federal leva os governadores para uma ação apelativa, desobedecendo a normas e procedimentos internos, como reza a Constituição Federal. Em uma situação de imbróglio, como ora temos; fasear-se-á o que para aparar as arestas, conter os ímpios e represar o transbordamento da insanidade.
Essa situação parece mais uma barafunda de incautos e noites de cruéis desatinos; dessa forma arrisco em afirmar, estamos longe de formarmos uma nova classe de operadores políticos, verdadeiramente sábios, com as qualidades do bom servidor, com o espírito dos que trabalham pela melhoria da raça humana tudo faz pelo seu próximo, sem se importar se no final lhe sobrará qualquer espécie de dividendos.
Não podemos reclamar por essa tragédia brasileira que estamos passando, a maioria dos brasileiros sabia da falta de preparo que o atual presidente tinha, logo ao assumir o cargo ele foi claro a afirma que não estava preparado para essa função. Infelizmente, grande parte do eleitorado votou nele por absoluta falta de opção, ele foi o que nos restou no segundo turno de 2018, a outra opção seria terrivelmente pior, a continuidade de uma catástrofe já anunciada.
A impressão que fica se não ocorrer nenhum acidente de percurso, vamos ter que juntar os cacos e trabalhar para tirar os entraves do Brasil e do nosso caminho; nem Bolsonarismo e nem Lulopetismo, queremos o Brasil livre das intempéries pelo menos em 2022, pelo menos merecemos melhor sorte no futuro.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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