Buscando alternativas para o assunto recorrente nos últimos dias, todos os caminhos procurados bifurcavam sempre na já cansativa narrativa do Coronavírus. Interessante como muitas vezes pensamos erradamente quando estamos com um tema em mente, o que gira no entorno do tema principal parece não nos interessar. O foco é a doença e suas sequelas manifestadas pelas ocorrências decorrentes do seu estágio contaminador e quando não, fatal.
Assisti a um vídeo do presidente da Feirinha da meia noite, do Brás, São Paulo, com exposição noturna e atendimento aos comerciantes informais de todo Brasil. As colocações do dirigente me chamou atenção pela contundência das suas palavras e a emoção que tomava conta da sua fala dramática. Acredito que pouca gente sabe exceto os que estão diretamente ligados aquela atividade comercial, são 30 mil pessoas cadastradas daquele empreendimento, apenas vendedores, a maioria vivendo da economia informal, são imigrantes de várias nacionalidades, vindos de países da Ásia, África, América do Sul e até mesmo migrantes brasileiros que desalentados e decepcionados ali tentam sobreviver.
Jogam-se naquela aventura de fazer suas compras durante o dia anterior e procurar vender seus produtos no período noturno, refazendo as novas compras no amanhecer e retornar na nova noite e assim operando semanalmente, mensalmente, durante anos. Sem nenhum registro ou documento comprobatório que lhe ofereça algum suporte de registro para fins de assistência médica ou social, são pais e mães de família tentando, longe do amparo legal das Leis, sobrevivem no submundo da resistência humana.
Já no final daquele depoimento emocionante, o depoente simplesmente se esvai em lágrimas, tamanha era sua emoção. Eu estava assistindo um capítulo de muitas histórias tristes que estão sendo piorada pela desgraça que nos assola, a maldita Coronavírus, por sua causa a população das cidades de mais de 200 países estão sendo isoladas socialmente para que se evite uma tragédia ainda maior. Esse contingente de profissionais que querem apenas trabalhar para defender o pão de cada dia foi afetado, assim como outros profissionais distribuídos por todo território nacional e de tantas outras atividades.
Infelizmente não há uma previsão para que esse pesadelo tenha fim, pelo contrário, esse drama pode demorar por mais de uma semana, na Ásia onde tudo começou e já havia esperança de um novo recomeço, começa aparecer novos contaminados por imigrantes, levando os governos de lá a levantar a hipótese de nova quarentena, assim sendo, temos que nos preocupar com a nossa população ainda em início de surto, para os nossos esquecidos pela sociedade somente a interveniência governamental através do seu assistencialismo poderá minimizar a dor dessa gente.
Ainda bem que está havendo um consenso dentro do governo e aquilo que parecia uma dicotomia entre o Presidente Bolsonaro e o seu Ministro da Saúde Henrique Mandetta, depois da última coletiva de imprensa, respaldado por dois outros Ministros de peso, do atual governo, em gesto de apoio e solidariedade ao Ministro Mandetta, entendemos que as rusgas foram superadas e o Bolsonaro deve ter entendido que sua tese estava no mínimo contrariando o ponto de vista de sua equipe do governo e consenso mundial, nesse momento o melhor é ficarmos recuados socialmente mesmo sabendo o que prejuízo financeiro vai ser enorme, entretanto uma vida vale muito mais que alguns milhares de reservas.
Isso posta e voltando aos nossos infelizes irmãos que tentam sobreviver sem ter recursos e nem de onde tirar, é preciso que o governo, como um todo, Executivo, Legislativo e até o Judiciário, procurem oferecer uma alternativa de sobrevivência aos nossos irmãos imigrantes, independente da origem, credo ou ideologia de origem, nessa hora vale mais a solidariedade, a fé e a caridade humana, afinal, estamos no mesmo barco e no mesmo mar de águas revoltas; Bolsonaro, Rodrigo Maia e Toffoli, onde está o espírito político do homem público que vocês representam, mostrem os seus valores como cristãos.
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