Os Poderes precisam operar com lira em vez de com ódio (07/05/2021)
Atualizado: 8 de mai. de 2021
O Fato Sem Politicagem 07/05/2021
Os poderes precisam operar com lira em vez de com ódio lacrar
Acompanhando o último dos três depoimentos apresentados ao longo desta semana percebemos uma situação, no mínimo, esdrúxula, a mesa administrativa da CPI do Coronavírus tentou por todos os meios e possibilidades induzir os depoentes ao que podemos denominar de acusação de crime pensado pelo presidente da República Jair Messias Bolsonaro. Chegou a ser enfadonho à insistência de todos os membros da mesa tentando fazer das palavras como atos criminosos.
Sempre ressaltei a forma errada do atual presidente da República na condução ao combate da pandemia e suas colocações ausentes de qualquer cunho técnico e científico, indo de encontro ao que a humanidade em todas as línguas e ideologia vem preconizando contra o Coronavírus e suas consequências trágicas para todos nós; sabemos das dificuldades que Bolsonaro tem para se comunicar dentro e fora do governo, atrapalhando até mesmo os seus séquitos.
O depoimento do ex-ministro, Nelson Teich, gestão de poucos dias, (29), pelo seu tempo mínimo no cargo não foi de tantas declarações bombásticas assim como convinha aos seus interrogantes, pelo seu jeito manso de ser, usando palavras comedidas não se deixou convencer pelos, usou da abolia para se manter sombrio e elegante, não cuspindo no prato que comeu, entretanto não deixando de ser firme, sem ser agressivo; coerente sem ser leviano, usou da ética, mantendo-se autêntico como sempre o foi.
Com a ausência do também ex-ministro Eduardo Pazuello, por questões sanitárias, encontra-se em quarentena, a bola da vez foi o atual ministro da Saúde Marcelo Queiroga, foi o mais longo e mais vasculhado até agora. Chegou a ser vergonhosa a atuação da mesa administrativa da CPI, partindo do vice-presidente Randolfe Rodrigues, passando pelo presidente da Comissão, chegando até o seu relator e por nove horas, parecia até a inquisição em atividade dentro do Congresso Nacional.
A oposição, representada por senadores obcecados em desgastar a imagem do presidente da República, não se fez de arrogante, acompanhou a mesma cantilena de sempre, o objetivo era claro e específico, que o depoente acusasse o presidente Bolsonaro de assassino, quando não um genocida, acusação grave que deve ser colocada de forma coloquial, bem ponderada e de inabalável certeza, talvez seja a pior das acusações contra alguém.
Considero o depoimento do atual ministro Queiroga como uma verdadeira prova de fogo, mesmo assim, ele foi impávido, meritória nas suas respostas, destemido nas suas colocações com uso dos termos técnicos, mantendo-se sempre pautar dentro da linguagem científica, demonstrando, portanto, sua capacidade como médico; sua conduta exemplar, por mais que tentassem leva-lo a usar palavras chulas ele foi erudito e capaz.
Como deixei claro anteriormente, não defendo a postura do presidente Bolsonaro, ele não é possuidor de qualidades que o seu cargo exige, como um administrador presente, líder assertivo e atuante, conhecedor das normas e procedimentos na condução dos seus trabalhos, mesmo assim, precisamos ser coerentes, deixar que as pessoas conhecedoras das ocorrências, no decorrer da pandemia, relatem os fatos como eles se efetivarem, qualquer ação fora desse contexto é crime.
Sou contra ao invencionismo dentro de uma condução interpelatória, tentando forçar uma situação apenas para ajudar no objetivo de quem está com as perguntas, principalmente se elas forem capciosas, levando a dupla interpretação, ou até mesmo forçando e colocando palavras à boca do depoente, ou seja, a pergunta tendo como resposta as monossílabas, sim ou não. Isso é rasteiro e incongruente, normalmente em uma sessão composta por pessoas consideradas doutas.
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