Objetivamente, não espere colheita em terras devolutas
Atualizado: 30 de jan. de 2022
O fato sem politicagem 29/01/2022
Havia uma máxima no Nordeste final dos anos 1950, dizia-se, quando a situação ficava cada vez pior, que era igual a cantiga da perua, toda vez que é criada uma área de atrito entre os Poderes da República eu me lembro desse fato. O relacionamento entre o Judiciário e os demais Poderes fica cada vez mais perigoso e de difícil solução.
A determinação do ministro do STF, Alexandre de Morais, implicava a ida do presidente Bolsonaro até a Policia Federal, para depoimento aquele órgão, cujo controle é da própria presidência da República, não sei se politicamente ou por desobediência premeditada, Bolsonaro simplesmente não foi ao compromisso previamente imposto pelo STF.
Essa implicância entre o Executivo e o Judiciário vem desde o início do governo Bolsonaro, mas o descumprimento dessa ordem (STF) pode elevar bastante a temperatura entre os dois Poderes, há uma certa postura de querer mostrar mais autoridade, entre o presidente Bolsonaro e alguns membros do STF, mais acentuada com o ministro Moraes.
Houve até uma tentativa de anulação dessa determinação por parte da AGU, ministro Bruno Bianco, o ministro foi à superintendência da Polícia Federal solicitando que o presidente não fosse ouvido até que o plenário do STF se reunisse ratificando o pedido do ministro Moraes, o próprio ministro Moraes manteve o depoimento.
Mesmo mantido o depoimento, sem especificação de nova data, a celeuma foi estimulada e o acordo de cavalheiros, feito logo após o 7 de setembro, com a interveniência do ex-presidente Michel Temer, foi definitivamente desfeito, aquele ar de moços bons foi esquecido e a resultante deverá ser mais lenha na fogueira, infelizmente.
A única solução é aguardar as pedras do tabuleiro se mexerem, os envolvidos procurarem manter o equilíbrio que seus cargos exigem dos seus ocupantes, procurarem desenvolver seus trabalhos de maneira Republicana, ajudando a resolver as muitas pendencias, que são tantas, em nome do povo brasileiro que merece mais respeito de suas autoridades.
Não é justo, aqueles que deviam trabalhar em harmonia e solidariamente na tentativa de manter pelo menos um clima de conciliação entre os Poderes, com dedicação total em suas atividades em busca de soluções positivas para ultrapassarmos esse momento de sofreguidão, que estamos passando, tenhamos que conviver com esse tipo de situação.
Sempre acreditei que este ano seria de difícil administração, mas jamais poderia imaginar que seria tão insuportável, o pior é que a tendência é que piore mais ainda. Certamente teremos um ano eleitoral sendo judicializado em todos os aspectos, para desespero do povo que terá soluções sendo dadas em câmera lenta e sem nenhuma preocupação maior por parte desses protagonistas.
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