Nesse momento em que o Presidente Bolsonaro encontra-se recolhido ao leito hospitalar depois da cirurgia corretiva, ainda em consequência da facada desferida pelo Adélio, em setembro do ano próximo passado, enquanto ele era candidato ao cargo que ora ocupa, sou remetido a temas mais amenos, portanto, menos dolorosos. Lembro-me de uma música de Cândido das Neves (1899/1934), intitulada “Noite Cheia de Estrelas”, quando ele trata a ternura e a vida com mais poesia e menos tortura mental.
Meu desejo era que esse momento de recolhimento forçado, o Presidente pudesse se embriagar nos versos da música tema de afetos e a conciliação dos corações humanos, na entrada da noite com céu risonho, o luar caindo sobre a mata numa alusão da chuva de prata, apesar do esplendor provocante, o sono da amada é mais profundo e ela não acorda para escutar o canto lírico do cantor, mesmo com a lua airosa como testemunha a história é triste e sofrida, como eram as endechas dos distantes tempos.
A realidade é outra, quando Bolsonaro retornar, segundo seus desejos dia 12 próximo, reassume seu cargo, aos corredores e salas frias do Palácio do Planalto, muitas serão as pendengas que o estarão esperando para as devidas análises e soluções. Nada que ficou para trás ficará esquecido, nesse momento em que a política tem se esforçado e, pelas mãos dos politiqueiros de plantão, se esmerada na completude dos desatinos.
Prevendo esse descanso pontual e necessário, Bolsonaro fez sua escolha para o comando da Procuradoria Geral da República, cuja indicação recaiu sobre o Subprocurador, Augusto Aras. Pelo barulho dos envolvidos Bolsonaro não tomou a medida mais certa. Foi uma escolha fora da lista dos três nomes, selecionados pelos Procuradores, lista tríplice, não é uma imposição constitucional, apenas tradição nos últimos 19 anos e respeitada pelos governos anteriores.
Há um verdadeiro alarido entre eles e os apoiadores de Bolsonaro, numa prova inconteste do descontentamento geral, o resultado final ficará por conta da sabatina no Congresso com o indicado. Existe muita expectativa a respeito desse assunto, pois a própria oposição comemorou a escolha do Augusto Aras por ele ter viés esquerdista o que deixa a direita bastante apreensiva.
A desarticulação do Governo Bolsonaro corre por conta da sua base de apoio no Congresso que inexiste, ele dependo da boa vontade de Rodrigues Maia, Presidente da Câmara e do Davi Alcolumbre, Presidente do Senado e do Congresso. O veto que o Presidente Bolsonaro fez no Projeto da Lei de Abuso de Autoridade, encontra-se na pauta. Nesse imbróglio encontra-se a indicação e mensagem da indicação do Deputado Eduardo Bolsonaro para a Embaixada do Brasil em Washington, dependendo da Reforma da Previdência se for aprovada até o próximo mês de outubro.
Yorumlar