O Fato Sem Politicagem 27/12/2020
Apesar dos pesares 2020 além de ficar marcado como um ano de tragédia universal, termo adjetivado, vinculado ao novo Coronavírus, não podemos esquecer o outro lado dos fatos negativos, mostrado pela sensibilidade do ser humano resistente ao processo de deterioração do caráter humano. Em algumas situações vejo até como crescimento naquilo que denominamos de espírito, ou alma, mas efetivamente, quando fomos desnudados em plena crise.
Sem falar diretamente dos médicos e paramédicos, associados aos que deliberadamente ou por força profissional, se mantiveram na linha de frente no combate ao vírus e suas sequelas, sendo usados no limite das suas possibilidades e resistências físicas e psicológicas, merecem todo nosso apreço. Além desses, muita gente no escondidinho do anonimato e, de espírito voluntarioso, em nome da solidariedade humana souberam dignificar a nossa raça na luta pela recuperação de apoio aos mais necessitados nessa hora de desespero nas perdas humanas.
Lembro-me da preocupação que tinha, no início da pandemia, com os chamados invisíveis, ou esquecidos, alusão feita aos que por carências materiais, ausentes de amigos e parentes, sem qualquer nível de emprego, até mesmo qualquer meio de subsistência, se juntaram aos desvalidos moradores de ruas que vêm se arrastando por mais tempo que imaginamos, sob marquises, pontes e viadutos descansam seus corpos depois de dias exaustivos e expostos pelas ruas a mendigar seus sustentos, aos transeuntes por muitas vezes indiferentes à infelicidade alheia.
Para alegria d’alma minha, pelo menos em nossa cidade, tenho verificado que no Estado de São Paulo é fato recorrente em muitos municípios mais povoados, o que ficou denominado de “Bom Prato”, restaurante voltado ao atendimento das pessoas carentes, com cobrança de R$ 0,50, centavos, para o café da manhã, e R$1 nos pratos servidos no almoço e jantar. Essa situação de colaboração é uma retribuição para muitos daqueles, aqui não vem o caso, se transformaram em fantasmas sociais, por razões outras.
O que esperamos é que essas pessoas que trabalham na assistência social das cidades maiores, portanto mais problemáticas para uma parcela da sua população, não encerre essa atividade misericordiosa, que continuem com essa prestação de serviço, em nome da solidariedade e dos demais Seres das comunidades. Claro que esse tipo de apoio não pode ter caráter permanente, porém enquanto existir essa necessidade, que ela seja suprida da melhor forma, com orientações e preparações no sentido que essas pessoas, carentes, retornem ao convívio social de forma produtiva.
Esse é apenas um dos muitos aspectos que não devem ser esquecidos e, sim, extrapolados para outros setores carentes da sociedade. Se fizermos uma análise mais minuciosa dos serviços prestados pelo Estado, como um todo, desde o Federal, passando pelo Estadual e o próprio Municipal, temos uma gama de prestações positivas, não vou me ater nos fatos negativos vinculados ao negativismo político e social, quero aproveitar a aproximação do final do ano em curso e, depois das emoções natalinas, focar apenas naquilo que nos fez bem.
Nessa linha de raciocínio não posso deixar de enumerar a capacidade de defesa das empresas de investimentos, mormente os fundos de pensões internacionais, estão montando esquemas de monitoramento na área do agronegócio e pecuária, com exigências, correta e pontual, para liberação de recursos em apoio ao setor do agribusiness e commodities, no fomento dos negócios em andamento e em expansão. Só serão liberados financiamentos para as empresas que estejam alinhadas com projetos sustentáveis, com preservação das nossas florestas, total respeito a flora e fauna nacional, notadamente da Amazônia e o pantanal brasileiros.
Acredito que depois dessa segunda onda da Coronavírus, mesmo não tendo nem encerrada a primeira, devemos, indubitavelmente, preservar o legado que ficará na área médica, para aproveitamento, não sendo pessimista, em outras situações que o próprio setor médico é carente, mormente nos locais mais distantes dos grandes centros, para atender a esses confins, devemos deslocar esses equipamentos, ou materiais, desde que possam ser removíveis e utilizados sem prejuízo aos devidos fins que se destinam.
O que mais devemos aproveitar e que muito foi usado, não obstante o seu grande uso foi exatamente o espírito de solidariedade humana, esse certamente, além de não se desgastar com o tempo e o uso contínuo, ele se multiplicou, pois, ele, assim como o amor, funciona como espírito multiplicador. É bom que isso seja enfatizado no nosso meio para que o fato seja difundido em larga escala e regiões diversificadas e assim ser bem absorvida pelos demais humanos.
Com esse espírito desarmado e voltado para o próximo, quero com toda humildade, pedir que nos transformemos em soldados a serviço dos nossos irmãos, objetivamente os mais carentes e necessitados, usemos, pois, toda nossa inteligência, coragem e determinação para que o próximo ano venha carregado de surpresas boas e endereçadas a todos, sem distinção e preferencialíssimos, com a devida imparcialidade, sendo justo e equânime.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
Comentarios