Matéria publicada na página Metrópole, dia 19/05, domingo último, tratando do crescimento do mercado de luxo dos hospitais na cidade de São Paulo, foi de uma pontualidade britânica, mas, relevar o segundo plano informações de outras categorias de assistência hospitalar. Não é difícil, nem pensamento seletivo, imaginar ou relatar um mercado sustentado pelos investimentos de grupos aportados em regime diferençado não só pela segurança e retorno certo que caracteriza esse segmento, expandido, também pela carência que há de leitos em todo território nacional ao setor específico.
Ademais, é sabido que esses hospitais, particulares e de grande porte, são administrados por profissionais bem pagos e quando há algum desencontro de valores, normalmente por receitas inferiores que as despesas, os associados, mantenedores, oriundos de colônias imigrantes, tais quais: Beneficência Portuguesa, Hospital Sírio Libanês, Associação do Sanatório Sírio Hospital do Coração, Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital Osvaldo Cruz, entre outros, não citados, porém não esquecidos.
Ainda, há grupos com investimentos voltados para a medicina hospitalar que trabalham com o cliente particular de média e alta renda, disponibilizando leitos agregados ao SUS, com alta complexidade e com apoio da bioengenharia e tecnologia de ponta, da mesma forma que os anteriores, tentando operar com sustentabilidade financeira.
Dentre eles há o grupo São Camilo, referência hospitalar não só em São Paulo, como em outros Estados, se destacando com sua escola de Administração Hospitalar, lá estudei, onde fiz um curso de atualização em administração hospitalar, final dos anos 1970, formando profissionais para o grupo e o mercado como um todo; Hospital São Luiz, Hospital Alvorada, Serviço Ibirapuera de Medicina, Hospital Santa Joana, Maternidade Pro Matre Paulista, Hospital nove de Julho, Hospital do Câncer de São Paulo. Não podemos esquecer-nos de referendar o Hospital do Câncer de Barretos, hoje Hospital do Amor, com prestígio internacional, pela qualidade e assistência prestada praticamente ao território nacional, congregando uma escala de medicina, na ampliação dos seus serviços.
Difícil mesmo é administrar uma organização sem privilégios, como as Santas Casas que vivem, assim como outros hospitais beneficentes, espalhados pelo Brasil, sobrevivendo à sombra da misericórdia humana. Os serviços médicos e hospitalares pagos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e prestados pelos hospitais, clínicas e médicos, é simplesmente vergonhoso e proibitivo operar exclusivamente com esse provedor. Não é um assunto novo, essa história vem desde o início da década de 1970.
A situação de penúria é enfrentada pela maioria das Santas Casas e hospitais filantrópicos em geral, temos em São Paulo duas escolas de medicina, vinculadas a esses nosocômios, caso específico da Santa Casa de São Paulo e a Faculdade Paulista de Medicina, agregada ao Hospital São Paulo, se constituem em verdadeiros sobreviventes de uma crise de muitas décadas. Essa crise vai perdurar até que o Governo Federal se dignifique a rever a política de assistência prestada por terceiros, além dos seus hospitais regionais, qualificados como péssimos prestadores de serviços.
Mantemos uma rede hospitalar de aproximadamente 6.000 hospitais, os particulares somam 4.400 unidades, sendo que o SUS responde por 303.000 atendimentos hospitalares contra 136.000 dos particulares. Entre 2010 e 2016 foram fechados 1.797 hospitais, com desativação de 10.000 leitos, considerando as ampliações de unidades já existentes, estamos com 430 hospitais a menos que 2010, contabilizando os novos hospitais que surgiram.
A crise hospitalar brasileira é praticamente fomentada pelas receitas auferidas junto ao SUS, que correspondem a 45% do custo, médio, dos procedimentos, conforme a Federação Brasileira dos Hospitais. Isso posta, a situação da saúde no Brasil continua claudicante e penosa, dependendo de muito esforço dos abnegados empresários do setor e da benevolência da Administração Pública, nada esperançoso.
Enquanto a medicina brasileira, operada pelo Governo Federal, e a educação navegam em mares revoltos, com maremos e barcos obsoletos, com uma tripulação mal formada e inexperiente, aparelhados com equipamentos de navegação em desusos, à iniciativa privada e dos setores correspondentes, medicina e educação, assim como fez no passado recente, Hospitais São Camilo e Hospital do Amor, parte para a diversificação e apoio à saúde do Brasil. Refiro-me especificamente ao grupo de médicos de Brasília, que até então operavam com a IMEB (Imagens Médicas de Brasília), rede de Laboratórios de imagens, Medicina Nuclear e Radiologia. Esse grupo parte para um Instituto de Educação Superior (IMEB/IES), contemplando o próprio setor de Medicina Nuclear e Radiologia, passando a operar a partir do segundo semestre desse ano, aproveitando as festividades de 30 anos da fundação do grupo.
O objetivo principal do novo Instituto vai ser voltado à formação de profissionais com capacitação e especialização e atualização nas áreas de Medicina Nuclear, Radiologia, Farmácia, Biomedicina e Enfermagem, como ainda, vão atuar na promoção de seminários, congressos e simpósios, contribuindo para os novos profissionais de Tecnólogos em Radiologia. A criação do Instituto vem suprir a necessidade de profissionais que há no mercado que é progressista e dinâmico, vem em resposta ao mercado de Brasília que recebeu os jovens profissionais médicos , ali se estabelecendo, criando raízes e oportunidade de empregos, formando família direcionada ao mesmo segmento, medicina, e hoje transformam aquela proposta profissional incipiente, numa verdadeira causa garantidora de trabalho e desenvolvimento de trabalho e estudos. A área física já está concluída, construída especificamente para o projeto, faltando apenas o De acordo definitivo do Ministério da Educação, com previsão de sair documentação concernente até final de junho, informações prestadas pelo Dr. Alaor Barra, diretor do grupo IMEB/IES.
Se a maioria dos empresários brasileiros operasse dessa forma, voltado para os seus respectivos setores, não pensando apenas no lucro financeiro, mas, com objetivos de engrandecimento ao social, muita coisa daria certo no nosso País, o brasileiro agradece aos que pensam no coletivo em vez de ficarem apenas no individual.
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