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Foto do escritorGenival Dantas

O mundo de cabeça para baixo (20/04/2020)

Atualizado: 22 de abr. de 2020



Parece sonho fora do contexto, ou pesadelo de uma vida em planeta nunca imaginado, assim é a nossa realidade, sem fantasias ou mesmo cores básicas a mitigar as dores das perdas das vidas dos nossos parentes e amigos. Caminhando pelas ruas desertas e tristes da zona urbana, ou pradarias silenciosas da zona rural, o silencio e a melancolia é o sentimento dos dias cinzentos e baços.

Não há muita diferença entre classes sociais, finalmente ficamos no mesmo diapasão, chorando a mesma dor e de olhares marejantes, odisseia dos desventurados, fugindo de inimigos invisíveis, sem armas (remédios) e antídotos (vacinas), que possam conter o avanço avassalador da assassina perfídia. Estamos todos de joelhos esperando um milagre da ciência e da medicina preventiva e curativa.

Enquanto ficamos prostrados ao solo da desinformação técnica, observamos o bailado do comportamento humano, daqueles que realmente tentam ajudar a mitigar a fome e a miséria alheia. Grupos empresariais que têm fortes caixas financeiros procuram, no mundo capitalista são sempre os mesmos, abrem mão dos seus lucros em benefício de uma faixa da população carente, não sei se por mérito, caridade ou piedade cristã, o importante é que ainda existem aqueles que olham, nesse momento de crise, para os desafortunados.

Ainda acredito que um dia os homens busquem atenuar a dor da fome e suas atenuantes não apenas em momentos de crise, mas o tempo topo e por todo tempo, sabemos que muitas pessoas não possuem a capacidade de transformar sua inteligência em capacidade de trabalho, portanto, resultados positivos para manutenção delas e suas famílias, outras são prejudicadas, muitas vezes, por sistemas políticos vilipendiosos e suas mazelas.

Aproveitando para agradecer os beneméritos e lembrar alguns nomes que fazem parte dessa corrente positiva, podemos citar o setor bancário com a participação de R$ 2.5 bi, de ajuda no combate ao Coronavírus, sendo que o Itaú Unibanco, sozinho entrou com o aporte de R$ 1.2 bi, na causa, sendo sequenciado por Bradesco, Santander e outro bancos menores também participam com ajuda dentro das possibilidades de cada um.

Seria injusto não observar a participação das pessoas jurídicas, Magazine Luiza, Natura, além Ypê/Raízen, (em consórcio da caridade), doaram dois milhões de frascos de álcool em Gel, além de valores em espécie, entre várias outras empresas e grupos não podemos esquecer Supermercados Savegnago, grupo do interior paulista, com doação de milhares de cestas básicas para a comunidade carente; como pessoa física, tal como: Gustavo Lima, Gisele Bündchen, Luciano Huck, Xuxa Meneghel, Galvão Bueno e Neymar, pessoas ligadas ao mundo artístico e conhecidas do grande público. Essa mobilização devia ser mantida após a crise do Coronavírus.

Muitos dos assistidos, logo após a retomada da vida ao normal, vão continuar recolhidos à sua triste sina, no meio da pobreza sem contar com qualquer assistência pública, é o caso dos desempregados, dos sem referência nem mesmo como ser humano, principalmente dos que vivem largados nas ruas frias e na escuridão da má sorte, talvez cobertos por papelão esperando apenas a morte chegar.

Há informações que nem todos os carentes e necessitados vão receber os R$600,00, que estão sendo disponibilizados pelo governo federal, com meta estabelecida de doação por três meses, cerca de 25 milhões é o total de desvalidos, desses, quase 6,5 milhões de invisíveis para o governo podem ficar fora da cobertura desse projeto direcionado e limitado no tempo, até então.

Depois dessa conta bancária, eletrônica, aberta pelo governo, na Caixa Econômica Federal, quem sabe eles não possam ser vistos pelos holofotes da generosidade governamental e possam fazer parte dos bafejados pela sorte e passem a receber o bolsa família, agora mais reborado. Vai depender da boa vontade política dos nossos políticos de plantão. Lobistas eles não têm, contam apenas com a generosidade humana.

Depois da tragédia do Coronavírus o mundo vai conviver com novos humanos, pelo menos na mentalidade, esperamos que para melhores seres, dessa forma e sendo os políticos humanos, torcemos, pois, para que a mudança dos nossos políticos seja radical, que a equidade sobreponha o individualismo e a injustiça, por fim, sejamos todos iguais na paz e na guerra, na fartura e na miséria, na discórdia e no amor.


Genival Torres Dantas

Poeta, escritor e Jornalista



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