Enquanto ficamos no status quo das incertezas, nem mesmo uma forma correta de estabelecer regras para um lockdown que venha atender as diferenças regionais do país, o Coronavírus se dissemina pelo Brasil, com concentração no eixo Rio de Janeiro e São Paulo, atingindo picos de alarmistas em Estados do Norte, com maior incidência no Amazonas, no Nordeste temos o ataque do vírus com maior letalidade entre o Pernambuco e o Ceará; ficando os demais Estados em ritmo mais lento, porém necessidades dos mesmos cuidados que os mais afetados.
Não temos dúvidas que há uma distancia muito grande entre o que temos trabalhado ultimamente, em termos de prioridades, principalmente no aspecto político, quando devíamos nos concentrar com aquilo que efetivamente afeta a população como o topo, o Coronavírus e seus controles, as autoridades têm se preocupado com coisas subjetivas, ou menos interessantes para a nação, correm atrás do mistério se Bolsonaro foi infectado ou não com o Coronavírus e não quer apresentar seus exames, questionamento feito pelo Jornal O Estado de São Paulo e intimado pelo STJ, em decisão monocrática do ministro Celso de Melo.
Outro assunto que tomou conta do noticiário nacional e é recorrente em todos os meios de comunicação é a famosa fita alegada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, onde ele alega que nela se encontra boa parte das denuncias feitas por ele contra o presidente da República Jair Bolsonaro, além desse fato temos os depoimentos de três ministros militares que fazem parte do mesmo governo e a pedido do próprio Sérgio Moro, eles, os militares, deram seus depoimentos no próprio Palácio do Planalto, e a fita referendada foi vista por uma seleta plateia autorizada pelo ministro do STJ, envolvida no processo.
Não obstante os esforços implementados pelos Governadores e Prefeitos do País, as atitudes difusas do Executivo Federal é de deixar qualquer ser humano perplexo e desacreditado no sistema. Em compensação, o mundo, não considerando que em muitos países as ocorrências das infestações do vírus foram inferiores ao Brasil, já começa a desenvolver um trabalho de abertura do mercado produtivo com a saída do afastamento social implantado muito antes.
Na Europa há um abrandamento nas regras duras que foram impostas e seus parques estão sendo abertos com as pessoas caminhando novamente pelas ruas não mais desertas, a Austrália, por exemplo, começa a executar seu projeto para retomar o turismo, seu grande handicap na economia. A Ásia procura, aos poucos, colocar sua produção em marcha em direção ao futuro. Sabemos que ainda é cedo, entretanto eles já passaram pelo pior momento da crise, assim esperamos.
Na contra mão da história, em verdadeiro cabo de guerra, enquanto o Governo Federal pregava que o surto da Coronavírus era um mal menor, contrariando seu ministro da Saúde Henrique Mandetta, por isso fora demitido, Governadores e Prefeitos acreditavam no nosso ex-ministro. Com a nomeação do novo ministro da Saúde, Nelson Teich, agora rezando na cartilha do presidente Bolsonaro, conforme o próprio presidente, o Brasil atrasou todo projeto de superação da epidemia e por tal imprudência governamental estamos pagando muito caro, com a vida de muitos Brasileiros a mais, quando devíamos ter evitado muitas mortes ocorridas.
Infelizmente, há uma máxima que diz o seguinte: o pior que pode acontecer é darmos autoridade a um incompetente, isso feito, tudo de ruim pode acontecer, foi exatamente o que aconteceu com o Brasil e continua acontecendo. Não medindo as consequências nefastas que poder advir, o Presidente amplia o leque dos serviços prioritários, com abertura do mercado dos serviços de academias, salões de beleza e barbearias. Ainda bem que Governadores e Prefeitos se insurgiram contra a determinação do presidente e não acataram sua determinação, mesmo que o presidente recorra ao Judiciário ele não logrará êxito, pois já é determinação desse Poder que Governadores e Prefeitos são responsáveis diretos por esse tipo de ação.
Para piorar o que já está ruim, o número da nossa economia desanima, os últimos levantamentos apontam dados desoladores, por conta dessa tragédia médica sanitária, em março tínhamos uma previsão de crescimento de 0,02%, para esse ano, hoje é de um retrocesso de (- 4,7%) isso se não tivermos mais notícias desfavoráveis até o final dessa pandemia. Por conta desse fato e outras variantes estamos sendo jogados no mapa da fome, conforme a própria ONU.
O mundo tem uma população de 135 milhões de pessoas passando fome, nos próximos anos essa população subirá para 270 milhões, simplesmente dobra. No Brasil 5,4 milhões de pessoas vão se juntar aos já famintos e formarão uma população de 14,7 milhões na mesma situação de miséria, conforme dados do Banco Mundial.
Mesmo que o Brasil adote a verba de ajuda de R$600,00, como permanente, mesmo assim não resolverá nosso problema crucial. Teríamos que refazer nossos cálculos ou retornaremos ao ano de 2014, quando ainda estávamos no mapa da fome. É bom salientar que um país só atinge essa condição desonrosa quando passa dos 5% de sua população em pobreza extrema, levando em consideração anos anteriores, o que é nosso caso.
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