
O mundo está apavorado com a presença indesejada do Coronavírus, responsável pelo desajuste econômico e financeiro entre as Nações, isolando pessoas, matando esperanças de países que vinham tentando sair de uma crise generalizada, de sobrevivência comercial, soterrando sonhos de colocação no mercado de trabalho e até mesmo ingressar nele, casos específicos dos jovens aprendizes e recém-formados.
Colocando em xeque uma geração com dificuldades naturais de sobrevivência, numa época de ajustes de um novo tempo e avanço tecnológico, quando o homem se sente ameaçado pela inteligência artificial que chega trazendo desconforto aos profissionais, principalmente, em segmentos com adaptação rápida de automações.
Há razões suficientes para que a humanidade se sinta ameaçada na sua sobrevivência, várias são as razões que nos leva a pensar dessa forma. Os números apresentados pelos meios de comunicações são aterrorizantes, o que mais impressiona é que os países considerados pobres, nesse bojo se incluem os Continentes Africanos e o Sul Americano, do qual fazemos parte.
A ONU já estima que a epidemia do Coronavírus nos deixe como herança meio bilhão de habitantes jogados de volta para a pobreza, um exército de desempregados no mínimo 50% maior que os números de fevereiro último e antes da epidemia. Além disso, as dificuldades para colocação no novo mercado, que surgirá, pois ele será mais seletivo e exigente, os empresários deverão aproveitar as limitações de vagas e o excesso de candidatos, jogando para baixo os salários que já não são tão honestos.
No Brasil, especificamente, o grau de dificuldade será ainda mais agudo, tínhamos, no início do Coronavírus, entre os desempregados, subempregados e desalentados, aqueles que já não procuram mais emprego e com mais de dois anos inativos, uma massa de 25 milhões, praticamente 25% da nossa mão de obra ativa.
Por enquanto o governo mantém o projeto assistencialista, com ajuda de R$600,00, praticamente a quem se encontra nessa condição com prazo de três meses de contribuição solidária. A pergunta que ninguém pode responder é depois desses noventa dias o que essa gente fará da sua vida, não me refiro aos que tiveram seus salários reduzidos, porém continuam empregados.
Outra questão importante é o grupo dos desvalidos, desempregados, sem teto e sem rumo; há o projeto do governo que hoje ele serve a refeição por R$1,00, em situação normal apenas no almoço, nessa crise servem o café da manhã R$0,50, o almoço e a janta, totalizando R$2,50, por dia. Esse apoio não existe em todas as cidades e após a crise atual, certamente, tudo voltará ao seu canto, servindo apenas uma única refeição, quando a fome volta a se abater sobre esses desvalidos.
Claro que esse tipo de assistência governamental não pode se transformar em algo permanente, entretanto alguns casos devem ser observados e tratados como excepcionalidade, tipo vale alguma coisa, que podia ser sobrevivência, correspondendo pelo menos a uma refeição diária, isso não é proporcionar dignidade, simplesmente é tentar manter vivo um corpo carente que precisa do apoio público, precisamos reavaliar nossos valores tão relativizados ultimamente.
Na sequência, o governo brasileiro precisa voltar seu olhar para o Ser humano, ou recuperação dessas pessoas que não são vistas aos olhos das autoridades competentes. Temos que pensar em qualifica-los profissionalmente, recoloca-los na sociedade produtiva, cada qual dentro da sua aptidão.
Agindo dessa forma, o governo e a sociedade, como um todo, vão trabalhar o homem, na sua educação, saúde e sobrevivência, princípios básicos e elementares, ou seja, basilares, para a solução da raça humana, fora desse mínimo indispensável é politicagem de politiqueiros que não enxerga o próximo como irmão e como tal factível de recuperação social, é puro egoísmo daqueles que podem transformar o mundo em algo mais solidário e humanizado, e não agir.
Genival Torres Dantas
Poeta, escritor e Jornalista
genivaldantasrp@gmail.com.br

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