Desde 1924, ano de nascimento do grande sambista da Escola Primeira de Mangueira e seu passado de glórias, Nelson Mattos (simplesmente, Nelson Sargento) muita coisa aconteceram nos morros cariocas e na MPB. Como ele mesmo eternizou em uma das suas mais famosas músicas, dentre mais de 400 composições, “Samba agoniza, mas não morre; alguém sempre te socorre, antes do suspiro derradeiro”.
Assim como o samba é a vida imortal das grandes celebridades, que passam por esse plano, muitas vezes sem o reconhecimento público devido, entretanto se tornam astros de primeira grandeza quando a humanidade resolve comemorar a obra e a vida de grandes artistas, independente do seu setor, se na música, literatura, na vida científica ou política, até mesmo na clausura da religiosidade, todos são homenageados de forma grata e reconhecida pela sua magnificência.
Nelson Sargento nos deixou dia, 27 último, certamente, levou com ele um pouco da harmonia e sonoridade dos sambas dos morros cariocas, mormente da Mangueira, símbolo da sua glória musical, uma das suas musas preferidas para lhe inspirar quando queria legar uma obra musical entre tantas inspirações na arte plástica e poemas produzidos na sua vida modesta, porém digna, desse que foi um dos muitos cidadãos que vivem na simplicidade da vida.
Sua vida pregressa foi composta com muita virtude musical, teve a companhia de grandes compositores que com ele fizeram parceiras memoráveis, tenho uma coleção da MPB, autêntica, produzida pela Abril Cultural (1982) são 54 “LPs” da mais pura música brasileira e seus mais significativos ritmos regionais, numa mostra memoráveis do nosso cancioneiro musical, tive a oportunidade, à época compra-la e guarda-la com muito carinho.
Outros imortais que fizeram parceiras com Nelson Sargento teve desde Paulinho da Viola, Geraldo Pereira (1918/1955); Jair do Cavaquinho (1922/2006); Elton Medeiros (1930/2019); Cartola (Agenor de Oliveira – 1908/1980); Nelson Cavaquinho (1911/1986); Carlos Cachaça (Carlos Moreira de Castro - 1902/1999); Zé Ketti (José Flores de Jesus - 1921/1999); Anescarzinho do Salgueiro (1929/2000); Aracy Cortes (1904/1985) e Clementina de Jesus (1901/1987) dentre outras estrelas.
Com toda essa constelação de astros da MPB o grande espetáculo musical nunca vai se acabar; os que já se foram, e foram muitos, estão fazendo sua arte em outra dimensão para alegria dos que partiram, é uma forma de continuar presente em nossa memória, esse desejo é empírico, mas é uma sensação também de agradecimento ao que tanto fizeram por nós que aqui estamos ainda, e os remanescentes que continuam a nos proporcionar a mesma alegria dos que partiram, assim como Nelson Sargento.
Pesquisa feita em meu acervo pessoal e Jornal O Estado de São Paulo, artigo do dia 28/05/2021 (Fábio Grellet e Roberta Jansen) Caderno Especial.
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