
E assim já se passaram 14 meses do governo Bolsonaro e a tônica é a mesma, ministros montando projetos para encaminhamento ao Congresso Nacional, auxiliares diretos com carta branca é uma ilusão que não se deve ser alimentada, tudo terá que passar pelo crivo do presidente, os primeiros embates dentro da equipe do governo foi exatamente com os dois até então conhecidos como superministros, Paulo Guedes e Sergio Moro, Economia e Justiça, respectivamente, logo no início do governo.
Mais uma vez a situação veio à tona na posse da secretária de Cultura Regina Duarte, quando ela, no discurso primeiro, em um momento de autoelogio, simplesmente fez menção ao fato que Bolsonaro teria lhe dado carta branca no exercício do cargo e na sequência foi deixado claro que nem tudo é como se coloca, dessa forma, ficou estabelecido que tudo no governo tem um gesto final do seu mentor, mesmo que esse orientador não seja devoto de assuntos mais profundos, preferindo atuar mais na superficialidade dos temos e menor relevância para o Estado.
Portanto, a colocação da Regina Duarte foi à hora e local indevido, vindo a cometer, dessa forma, sua primeira falha em público, e outros vieram, o que será tema de texto específico. Vou me ater ao assunto que tem gerado muita preocupação mundial. Enquanto grandes potências, casos como China, EUA, Inglaterra, França, Coréia do Sul, Japão e tantos outros, procuram se ajustar no combate ao Coronavírus, na tentativa de que o estrago feito pelas consequências da presença do vírus já disseminado ente todos os continentes tenham efeitos menores em cada país já contaminado.
Em nossa terra, o presidente Bolsonaro entende que essa ameaça é coisa de jornalista alarmista, o fato das Bolsas de Valores oscilarem tanto é corriqueiro e a queda no preço do petróleo é um assunto do Oriente Médio e a Rússia, nada relevante, mesmo que muitos países tenham tomado providências extremas, proibindo movimentações, mesmo internas, da sua população, e quando feita que seja em caráter individual, prioritariamente.
Essa falta de prioridade do governo Bolsonaro para assuntos extremamente perigosos é recorrente ao seu dia a dia no exercício da função e no cargo que ocupa. Confesso que não sei divisar as razões pelas quais Bolsonaro não se aplica ao seu trabalho por inteiro, não repassando a terceiros e a esses lhes imputando cobranças e responsabilidades, quando sabemos que é ele o responsável direto dos resultados finais na sua administração.
Enquanto sabemos da honestidade do presidente, tendo represado todo e qualquer ato de corrupção no seu governo, pelo menos é o que se tem noticiado exceção feita aos gritos de desespero da esquerda maléfica em decorrência da perda da boquinha na esfera federal, fica difícil defender esse mesmo governo quando se é cobrado desempenho rápido, ações concretas em respostas aos apelos populares pelas suas necessidades e carências. Bolsonaro tem que entender que já passamos dos 25% do seu mandato e ele continua a tentar se adaptar ao novo cargo que já passou do tempo da experiência, pelo menos na iniciativa privada há um tempo de 60, com tolerância e renovação por mais 30 dias, lembrar não ofende.
Genival Torres Dantas
Poeta, escritor e Jornalista

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