O Fato Sem Politicagem 17/01/2021
O ano de 2020, definitivamente, não acabou e continua a saga dos brasileiros em direção ao imponderável, numa tentativa inglória de nos safarmos de uma situação, que também é crítica para todo planeta, aqui nossos governantes fazem questão de ampliarmos as dificuldades como se gostássemos de viver sob fortes emoções, com sabor do que é acre, mormente quando se a opção é entre a vida e quase morte, situação imposta pela pandemia sanitária e a incúria das nossas autoridades constituídas.
Normalmente o ano começa com recesso nos Poderes relacionados no Congresso Nacional e no Judiciário. Neste ano o que vem ocorrendo chega a ser hilário, no Congresso Nacional, mesmo com o recesso em andamento, mas por conta da eleição para renovação da mesa administrativa das duas casas, Câmara e Senado Federal, a impressão que temos é que nossos congressistas adoram, verdadeiramente, trabalhar, o que não é um fato inconteste, há controvérsias.
Como vamos ter uma disputa direta entre situação e oposição, temos vários complicadores, o governo apoiado pelo famoso Centrão, outrora inimigo público número hum do presidente Bolsonaro, inclusive sua campanha foi pautada, também, contra esse grupo nada Republicano, parte dele composto por admiradores contumazes de cargos e outras benesses nos governos de qualquer corrente política.
O importante para esses é o prazer vivido na luxuria que a vida pública pode oferecer melhor ainda se acompanhada de favores oferecidos pelos governos em troca de alguns votos pontuais e necessários para se mantiver um governo em andamento. Dentro dessa lógica perniciosa, sempre aos pagadores de impostos, a vida corre célere em direção aos fantasmas dos corredores dos palácios e ambientes que seriam para tratativas de grandes negócios para o País, normalmente são transformadas em negociatas deprimentes.
Claro que a oposição não deixa por menos, monta-se um balcão, também de negócios, ou acertos, e forma um bloco compacto por vários partidos com uma única intenção, romper com a Democracia, e em nome dela, tirar do governo, quem pelo voto direto e universal, ali se encontra, mesmo com todos os defeitos e direitos, simplesmente querem a retomada da governabilidade central e transformar, novamente, os cofres públicos em financiadores de sonhos e desejos acalentados nas mentes mais poluídas que uma Nação possui.
Um País como o Brasil que tem problemas jorrando pelo ladrão, aqui a palavra ladrão foi bem colocada e providencial, cercado pela pandemia mais cruel para nós e durante os últimos 100 anos, vem reforçada por uma administração de pessoas alheias aos seus compromissos cívicos, em uma política negacionista mais irresponsável que já tivemos conjuntamente com o período Lulopetista; em uma guerra de poderes entre o primeiro escalão: Judiciário, Legislativo e Executivo, esse último sendo engolidos pelos outros dois poderes, pela sua inoperância e fragilidade política, tendo apequenado não só seu cargo como sua função, hoje ela é dividida para vergonha dos que votaram no atual presidente da República, verdadeiro açoite.
Depois de muita discussão e falta de respeito aos técnicos e cientistas voltados ao campo medicinal, finalmente o governo central é convencido pela força da verdade e coerência e agora não abre mão de uma vacina, Coronavac, embalada e fabricada pelo renomado Instituto Butantã, quando em pouco tempo atrás era demonizada por esse mesmo governo, jogando no lixo sua credibilidade e respeitabilidade, nos deixando envergonhado por tamanha contradição e falta de postura como governante.
Os últimos acontecimentos em Manaus solidificam mais ainda a falta de empenho e objetividade do governo Bolsonaro. A falta de insumos para combate ao Coronavírus naquela Capital é o retrato de um governo sem classificação técnica, se mantendo apenas pelas ações quando impostas pelo judiciário, quando esse é acionado, até mesmo pela classe política, adversária, com suas lantejoulas carnavalescas resultantes da balburdia criada dentro e fora do Congresso Nacional.
Acompanhando o desenrolar dos fatos no Estado do Amazonas fico triste quando vejo quanta insanidade por parte de uma população que sem conhecer os motivos pelos quais a falta de Oxigênio naquela praça tem provocado tanto desespero, não é por menos. Já tratei do assunto em texto anterior, apenas para elucidar meu raciocínio, vejo que algumas pessoas da área de produção de gases atmosféricos têm procurado desenvolver um trabalho sério e objetivo, até mesmo minimizando certos conflitos gerados, partindo por desinformações do povo em geral.
Li em jornal matutino, a IBG (Indústria Brasileira de Gases), sediada em Jundiaí/SP, tem procurado alternativa viável e objetiva no sentido de fazer alocação de uma aeronave com condições de transporte de uma carreta para 40 toneladas de oxigênio para aquela Praça de Manaus. A empresa informou ainda que á muitos clientes de prontificando a patrocinar o produto para a praça e o povo referenciado, o grande problema é, efetivamente, o transporte, o produto com características específicas tem problemas de transformação de líquido para o gás e envase.
Ressaltou o diretor da empresa, Sr. Newton de Oliveira, o grupo opera com quatro fábricas de gases atmosféricos, hoje tem operado com 50% da sua capacidade produtiva, portanto o produto existe. Aqui vai uma opinião pessoal, assim como a IBG, única indústria nesse segmento totalmente nacional, outras indústrias, em decorrência da pandemia também devem operar numa situação semelhante.
Tenho certeza absoluta que elas devem ficar preocupadas com o caos no setor hospitalar no Amazonas e podem proporcionar um suporte eficiente e eficaz aos governos Federal, Estaduais e municipais. Apenas como efeito informativo, mantive contato com um fabricante de tanques criogênicos, fixos e móveis, assim como carretas para transporte dos gases.
Danilo Borella, Amigo nosso de longa data, cidade de Barretos, filho do saudoso Pedro Borella, atual diretor da Nitrovet, me informou que ele, o próprio Danilo, emprestou duas carretas criogênicas, transporte de Oxigênio Líquido, ao Grupo Messer (fundada em 1898) Linde-Praxair, empresa que opera além dos EUA, atua também no Brasil e outros países, depois de 2019.
A intenção das empresas é ser solidárias com o público brasileiro, pois a solidariedade muitas vezes não precisa só de palavras, é necessário que se tenha atitudes objetivas e pontuais, é esse tipo de empresa que fatalmente vai ficar no mercado, aquela que opera em conjunto com a população, sem necessariamente visar apenas o lucro.
Parabéns aos empresários que procuram estabelecer esse tipo de parceria, produzindo harmonia entre o setor produtivo e o consumidor, fundamentalmente nessa hora de extrema necessidade de consciência plena. O futuro espera que a nova empresa, nos novos tempos, tenha responsabilidade fiscal, social, com empreendedorismo voltado para o cuidado com nossa fauna e flora, além do nosso povo, é claro.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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