O fato sem politicagem 17/08/2022
Quem viu pela televisão ou escutou pelo rádio não pode acreditar que a pompa e o “glamour” apresentados na posse do ministro Alexandre de Moraes, na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fosse de um país miserável, como o nosso, com severa dificuldade para pagar um auxílio de R$ 600, aos aproximadamente 20 milhões de brasileiros mergulhados na pobreza extrema para matar a fome dos mais pobres.
Nesse momento quando se conta moedas para se levar para casa o mínimo possível de alimentos, a festa oferecida aos convidados na posse da nova mesa administrativa do TSE é de matar de inveja a qualquer nação do mundo capitalista e que esteja nas melhores posições na economia mundial, não que eu seja contra as manifestações de alegria, mas o atual momento de crise internacional e a reputação do Judiciário brasileiro não justificam tamanha euforia.
Somente o que foi gasto com passagens aéreas já é um desperdício não justificado, a presença de quatro ex-presidentes da República, José Sarney, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer, mais ainda, vinte e dois governadores de Estado, independente de que caixa saiu o dinheiro, certamente foi custeado com dinheiro do povo, além de outras autoridades ali presentes, justificam a crise que atravessamos e o desprezo que o pagador de impostos é tratado.
Os discursos não fugiram ao script previamente elaborado, com todos os figurantes alinhados ao tema do dia, sobrando elogios ao protagonista da noite, a ele o desejo de sucesso absoluta na luta pela Democracia e o símbolo maior dela que é a urna eletrônica, não sabe por qual carga d’agua esse é um assunto tão defendido e motivo de tanta discórdia entre o Executivo, Judiciário, Legislativo e até mesmo os militares estão envolvidos nessa peleja.
A defesa da urna eletrônica foi quase vociferada pelos seus defensores, espero que se tenha uma justificativa muito forte e que a ausência do auditável, seja apenas picuinha dos defensores do voto escrito e que não seja motivo de ruptura Constitucional, já temos problemas de sobra para resolver nos próximos anos, qualquer ruído na comunicação que seja levado com as ondas negativas para o fundo do oceano, afinal o voto é secreto: “E Deus sobre todas as coisas”.
Voltando a sessão enfadonha no TSE sobre até sorriso maroto entre o protagonista da noite, ministro, Alexandro de Moraes e o presidente da República, Jair Bolsonaro, deixando muita gente curiosa querendo entender o lançar transversal lançado pelo Bolsonaro aos ex-presidentes, estrategicamente bem colocados à sua frente, claro que era uma questão de etiqueta nada mais, eu que quero, muitas vezes, além do que, efetivamente, fica bem explícito aos nossos olhos.
Quero crer que, além do custo aqui já questionado, outras coisas serão lembradas em outras oportunidades, desse momento solene e até de ineditismo, porém, ali representava o m² mais importante da República, representado pelas autoridades nacionais e até mesmo as internacionais. Peço desculpas por não ter citado anteriormente os presidentes do Senado e da Câmara dos deputados, senador Rodrigo Pacheco e o deputado Arthur Lira, pecado inaceitável. Isso é fato.
Genival Dantas
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