Qual seria o totem que representasse melhor o clã Bolsonarista, muitos são os temas ou figuras históricas que podem representar muito bem o atual momento da figura política de Jair Messias Bolsonaro e seu entorno familiar. Por se tratar de um presidente da República surgido no cenário nacional através de uma ascensão muito rápida, mesmo sendo um ex-deputado federal por sete legislaturas, pelo Estado do Rio de Janeiro, sua vitória em 2018 foi simplesmente fantástica.
Depois de 500 dias de mandato, completados ontem, 15/05, há um histórico que podemos imaginar aquilo que tem sido recorrente no dia a dia do presidente Bolsonaro, é, exatamente, a mania de perseguição que ele vem sofrendo desse a campanha presidencial. Dessa forma acredito que o fantasma, ou, os fantasmas povoam o imaginário desse que é uma figura lendária, pelo seu comportamento até certo ponto bucólico, que ficará na memória popular da nossa Nação.
Eu que fui um dos muitos que nele votara pelo simples fato de tirar do Poder a grupo de políticos devotos da corrupção, possuidores dos males endêmicos e epidêmicos, ao mesmo tempo, falsos moralistas, espalhados por diversos partidos políticos que comandaram o Brasil tanto no plano federal, estadual e municipal, aliados ao empresariado também corrupto foram protagonistas de uma fase negra no país, período de 2003/2016, cujas lembranças nefastas nos faz lamentar profundamente.
O atual Presidente, mesmo sendo eleito diretamente pelo povo, com um discurso de moralidade, encheu de esperança os brasileiros que estavam decepcionados com os longos anos de assaltos aos cofres públicos, incluindo-se aí ministérios estatais e de capital misto, cujo espólio deixado correspondeu a uma tragédia cuja recuperação demandará muitos anos de sacrifícios da Nação.
Muito embora o presidente Bolsonaro venha levando uma administração sem noticiários de corrupção, seu desempenho como administrador é sofrível, ele não tem nenhuma noção de liderança, sofre completa inabilidade de delegação de poderes, tem total ausência de perspicácia e reflexo na condução da divisão dos três Poderes, por não possuir nenhum cacoete para o cargo, tenta espalhafatosamente impor seu comando no grito e na imposição, lembrando sempre que ele é quem manda e que é a autoridade maior.
Esse comportamento social chega a ser ridículo para uma figura de comando de um país, é muito triste ter que admitir esse tipo de situação, principalmente para aqueles que acreditavam no seu passado de militar e presença no Congresso Nacional, mesmo não pertencente aos grupos de comanda daquela casa das Leis, participante do grupo, considerado baixo clero, poderia, com bastante humildade, discernimento, vir a ser com apoio político dos seus correligionários políticos e até de caserna fazer um belíssimo governo.
Que decepção! Hoje, depois de tantos insucessos, provocados por erros crassos, ele, totalmente perdido entre os discursos e as ações, tem sido motivo até de chacota no meio político, até mesmo internacional. O presidente Bolsonaro tem muita dificuldade de negociar seus Projetos de Leis, ou mesmo MPs, dentro do Congresso Nacional (por morosidade as iniciativas do governo caducam em decorrência de vencimentos de prazos) e no Próprio STF (Supremo Tribunal Federal), a casa que julga a constitucionalidade ou não dos assuntos pertinentes, tem sido, na maioria das vezes, matérias vencidas pelos ministros.
O que vem ocorrendo com o Governo Federal, nos últimos 90 dias, chega a ser ridículo. O Presidente não tem mais comando sobre Estados e Municípios, a pandemia do Coronavírus foi, sem dúvida, a gota d’água na desatenção, com o Poder Central, dos outros Poderes da República Federativa, incluindo o STF e o Congresso Nacional, principalmente, por parte dos Estados e Municípios, verdadeira desobediência.
Depois da exoneração do cargo do Ministro da Saúde, de Henrique Mandetta e nomeação do novo Ministro, Nelson Teich, e demitido por iniciativa do Ministro, depois de 29 dias no cargo, não fora a resistência dos Estados e Municípios, eu diria que o Brasil estaria acéfalo, em matéria de saúde pública. Os motivos pelos quais os dois Ministros se afastaram, ou foram afastados, dos cargos, ficaram evidentes a repulsa dos dois em não concordarem com o Presidente Bolsonaro, em dois temas fundamentes para esse momento.
Em primeiro lugar vem o uso da Cloroquina, ainda sem estudos mais profundos, portanto, sem um quadro mais completa no uso humano e o abrandamento no isolamento, ou afastamento social, por parte da população, que o Presidente Bolsonaro insiste em implantar, mesmo contrariando a maioria da comunidade médica/científica. Caso sua excelência Bolsonaro tivesse conhecimento técnico que justificasse sua teimosia tudo bem, entretanto, sem nenhum fundamento técnico fica difícil realmente seguir certos aconselhamentos.
O próximo Ministro que venha assumir o cargo no Ministério da Saúde, fatalmente, virá já comprometido com essa realidade no mínimo comprometedora, no caso do medicamento em questão, venha a ter complicações para seus usuários, no combate ao Coronavírus, quem autorizar seu uso poderá até ser penalizado pelo crime de genocídio. O assunto é muito mais sério do que se imagina, nessa hora é bom pensar bastante antes de assumir esse tipo de compromisso e ter seu futuro maculado por uma questão até mesmo política. Tudo nos é permitido, porém nem tudo nos convém, lembrar também é preciso.
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