Final dos anos 1950 início dos anos 1960 era comum se ouvir nas rodas de conversas a citação: fulano está num mato sem cachorro. O momento que atravessamos parece com aspectos coloquiais do simulacro daquele pretérito, não se trata apenas de fulano ou sicrano, nós terráqueos estamos definitivamente longe do régio direito de dormir sem pesadelos, em um trivialismo de incertezas e de noites repletas de fantasmas surgidos no lusco-fusco dos dias desesperançados, a humanidade está infestada de cabotinos políticos tentando tirar proveito de uma situação temerária e perigosa para todos nós como quem apostando no flagelo advindo da pandemia acarretada pelo Coronavírus.
Como se dizia então, no mato sem cachorro. Essa é a situação em que nos encontramos. Enquanto a China começa a remontar seu ano comercial, com ausência de novas vítimas surgidas dentro do seu Estado, o que aparece no seu território são pessoas infectadas em outros países, portanto se livrando do mal que lhe acometera em primeiro plano e sequenciado por outros países, até atingir o número assustador de 150 países já em estado de calamidade pública, conforme a ONU.
Não fora o estado de penúria, em termos de infectados e mortes, em que encontra a Itália, hoje já responde pela maior quantidade de mortes provocadas pela tragédia do Coronavírus, eu diria que somos apontados por duas situações dramáticas, a presença do vírus aterrorizando, principalmente os mais idosos e o tempestuoso comportamento da classe política que vem se comportando de forma draconiana e venal.
Ainda bem que o governo situacionista é composto por uma equipe que tem procurado corresponder aos anseios da sociedade, destaque para o Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, mesmo contando com total ausência e indiferença do seu líder, o Presidente da República Jair Bolsonaro, que tem se comportado como se os problemas que aflige a população brasileira não lhe diz respeito, trata o momento como se fosse um mal menor, coisa da imprensa maléfica e de uma oposição oportunista. Restando, portanto, aos seus colaboradores diretos a cobertura administrativa para saneamento dos problemas decorrentes.
Essa apatia administrativa do Presidente, a oposição, representada por e principalmente pelos principais Governadores, entenda dos principais Estados da Federação, citando nominalmente o Estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e o Distrito Federal, procuram resolver seus problemas regionais de forma objetiva e serena, mesmo causando algumas situações constrangedoras, indo além dos seus limites constitucionais. Refiro-me quando esses ou alguns tomam atitudes como proibição de entrada nos seus Estados de voos comerciais, transportes de passageiros vindos de outros Estados e coisa que o valha.
Esse bate cabeça só foi possível por total indiferença do Presidente da República, inerte aos problemas surgidos, tomando atitudes inoportunas e atrasadas força a situação e os entes federados procuram da melhor forma solucionar os seus problemas locais. Na sequência, assim como um automóvel com problemas de bateria, só pega no tranco, tardiamente, o Presidente, é levado a assumir posições antes resolvidas por terceiros, governadores ou prefeitos, configurando-se verdadeiros carnavais de incompetências, figurados nos resultados finais.
Esse quadro conflitante tem feito à popularidade do Presidente Jair Bolsonaro despencar nas pesquisar, ficando esse como a bola murcha, levando a condição de bola cheia, principalmente o Governador de São Paulo João Doria, que tem procurado se antecipar aos problemas surgidos com soluções criativas, elevando-se no conceito da população paulistana e paulista, quando não nacional.
No que tange aos nossos Congressistas continuam os mesmos, mesmo na crise, os situacionistas tentando colaborar na emissão de projetos que possibilitem ajuda aos menos favorecidos e os mais atingidos, no caso dos trabalhadores que ganham pouco, os que ficam com o trabalho informal, que não são poucos, aposentados e pensionistas, comerciantes e pequenos empresários, até mesmo grandes empresas, dependendo do setor atingido com as novas normas e procedimentos, mormente agora que o Governo Federal a gastar acima da meta e que ele mesmo não pode gastar o impossível para não levar o Governo à bancarrota.
Como os recursos são escassos tudo terá que ser feito com critério e responsabilidade fiscal, o amanhã virá cobrando por tudo que for feito. Mesmo assim, a oposição, os mesmos tentam tirar o máximo do Governo Federal como se o dinheiro caísse do céu, esquecem esses que todo dinheiro gasto tem que ter uma origem lícita e que estamos em outra realidade administrativa e política.
Lamentamos que o nosso Presidente não tenha acordado para sua realidade, ele não é mais um dos 513 Deputados, simplesmente ele está como Presidente da República e o País necessita que ele assuma o seu cargo, mesmo que depois de mais de 25% do tempo previsto nas eleições passadas. Deus que nos ajude com esses políticos na ativa.
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