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Novo normal será superveniência mesmo na ausência de eudemonismo (26/10/202)

Foto do escritor: Genival DantasGenival Dantas



O Fato Sem Politicagem 26/10/2020

Sete meses de turbulências, perdas materiais, humanas, descréditos, apropriações indébitas, falta de caráter, surgimento dos verdadeiros valores dos velhacos enrustidos, cizânias, corrupção potencializada, governos e empresários agindo em parceria para desvio de dinheiro público em benefícios pessoais, incertezas para o futuro, ações contraditórias e descaso com a saúde coletiva, tudo isso veio à tona com a pandemia da Coronavírus, depois de 1século que o mundo conviveu com uma epidemia de igual relevância e nada fizemos para superarmos os estragos que aconteceram.

Que esse momento sirva pelo menos para melhorarmos nossa condição moral e revermos valores tão esquecidos e relativizados nos últimos tempos. Ainda não chegamos ao final dessa onda intempestiva de calamidade pública universal, a própria OMS (Organização Mundial da Saúde) anuncia a segunda onda da Coronavírus e considerou, nesta data, a Europa como o novo epicentro da pandemia, dessa forma é de se avaliar que nem tudo está sob absoluto controle das autoridades médicas mundial.

Aqui no Brasil nossas autoridades não estão muito preocupadas com a realidade que nos atormenta e deprime por conta dos estragos no nosso dia a dia. Parece até ateus, atoas e nefelibatas, com verdadeiras caras de paisagens contemplando o infinito enquanto no entorno desses o mundo se esvai em tragédias humanas, como se as vidas fossem números ou códigos digitados em computadores de primeiro mundo.

Ficou claro que o mundo político não se preocupa com sua gente e seu destino, enquanto devíamos cuidar com zelo e apreço dos nossos infectados, usando todo tipo de profiláticos, nada mais providencial nesse momento uma força tarefa de todos os governantes, em todos os níveis, Municipal. Estadual e Federal, irmanando em uma solução absolutamente emergencial. Não, isso não ocorre, o que se nota é a politização dos meios de combate ao mal maior que nos destrói, para esse o que interessa é o resultado das eleições que se aproximam.

Além da preocupação com os enfermos e seus parentes já era o momento de fazermos projeções para o futuro próximo. Após a pandemia o que virá pela frente, temos uma certeza que o mundo não será o mesmo, o número de famintos vai se elevar, os desempregados vão surgir por todos os cantos e quantidades assustadoras, empresários de todos os portes vão jogar a toalha e desistirem de seus projetos e suas iniciativas fragilizadas. É claro que alguns setores não vão se ressentirem tanto.

O comercio mudará sua cara, novos ramos de atividades surgirão, novas modalidades de sobrevivência também farão parte da nova era, o trabalho remoto crescerá e o homem terá que ter espírito de mudança e se adaptar numa nova realidade. Muitas profissões vão deixar de existir, outras, por conseguinte vão aparecer, os estudos mais avançados já nos dão conta de 25 novas profissões em fase de desenvolvimento, algumas em andamento.

Apenas como elucidativo algumas delas: técnico em saúde informatizada; coach de saúde financeira; alfaiate digital; analista de computação quântica; arquiteto de realidade aumentada; gerente de ética; corretor de dados pessoais, e tantas outras que podem parecer, a priori, parecem até nomes esquisitos, entretanto é o novo normal. Lembro-me, nos anos 1960 os cursos superiores além de poucos, em termos de faculdades, tínhamos apenas as federais, algumas estaduais e rurais, para um número reduzido de especialidades, a maior procura ficava por conta de Medicina, Engenharia, Direito, Agronomia e, começando surgir a Economia.


Na sequência os cursos foram segmentados, a Medicina começou com suas especialidades, para o melhor desempenho dos seus profissionais; o Direito já não era tão abrangente, da mesma forma foi se dividindo em Civil, Criminal, familiar e outros. Com o advento da tecnologia de ponta e a cibernética os cursos foram se ampliando, para o futuro e com o surgimento do 5G na informática tudo será mais rápido, com eficiência e eficácia instantânea.

Com toda essa pressa que há no mundo para vencer os obstáculos que nos mesmo criamos devíamos começar pelo bailar. Em novembro próximo terá eleições municipais, seria a chance de avaliarmos nossos valores, na hora de escolher nossos candidatos, agir de forma consciente, sem considerar aproximação de amizades, grau de parentesco, o que podemos ser beneficiados individualmente; fazermos nossas escolhas pensando no coletivo, na comunidade, respeitando a capacidade de cada um, porém escolhendo os melhores para o nosso povo.

Os políticos deviam começar a mudar o comportamento, tendo uma nova visão de necessidades, a pandemia mostrou que a falta de educação foi crucial para determinadas camadas da sociedade, a ausência de recursos turbinou os números dos infectados que não tinham saneamento básico e carência de alimentação adequada. Portanto, chegou a hora de olharmos os mais carentes com olhar de dignidade, oferecendo melhores condições de sobrevivência e financiando a educação de qualidade para todos; a escola da periferia precisa ter os professores tão qualificados quanto os das escolas de bairros abastados.

Não é pedir muito que tenha equidade nos investimentos nos serviços básicos, o ser humano, na iniciativa privada, que ganha um salário mínimo é tão digno como o que ganha o teto do serviço público, dessa forma ele precisa ser contemplado com valores que dignifiquem o ser humano na sociedade em que vive. Que bom seria se tivéssemos uma nova safra de pessoas voltadas para o bem estar social e não de vermes que olham apenas para o seu entorno. Muda brasileiros, muda Brasil, chega de saudade do que nunca tivemos.


Genival Dantas

Poeta, Escritor e Jornalista



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