No vale dos arrependidos não há nenhum santo (26/06/2021)
O Fato Sem Politicagem 26/06/2021
Afirmam que o pessimista olha sempre para o futuro ignorando o passado, mesmo que o seu presente não seja tão alvissareiro, puro sofisma. Em qualquer área quando procuramos executar uma tarefa, ou projeto para o futuro devemos, prioritariamente, fazermos uma profunda reflexão daquilo que fizemos no passado para sabermos se fizemos todo possível para nos encontrarmos no atual estágio.
Depois dessa avaliação, cortando as arestas que sempre ficam, é aconselhável que o próximo passo seja dado com toda segurança que a vida nos ensinou até aqui, para não incorrermos no risco de repetirmos as mesmas falhas, mesmo que o nosso presente seja vitorioso, não há vitórias sem tropeços, não podemos esquecer que os homens que mais venceram e se destacaram foram os que mais quedas tiveram, o que lhes salvaram foi exatamente a resiliência.
Nesse momento de tragédias e desencontros no caminho dos brasileiros mais fieis aos seus projetos pessoas e até mesmo político, temos verificado, confirmando minha tese anterior, os mais admirados são aqueles que mesmo sentindo a beira do abismo continuou em sua luta diuturnamente, sem esmorecer e se sentir vencido. Como verdadeiro ganhador cria forças até mesmo não sabendo de onde vem e não retrocede no seu objetivo inicial.
Para os mais vitoriosos, em determinados momentos as portas das vitórias se fecham, o sol iluminado é encoberto por nuvens escuras, a lua com seu luar esplendoroso se esconde por entre a escuridão das noites de inverno, as facilidades encontradas pela sua astúcia e capacidade humana se revertem em verdadeiro estorvo no seu caminho, tudo aquilo que parecia abre alas facilitadores se torna obstáculo incongruente, verdadeiro cadeado cujo segredo foi perdido.
Estou me referindo ao mapa astral do presidente Jair Messias Bolsonaro. Depois de uma brilhante vitória nas urnas em 2018, começando sua trajetória na administração do Brasil, eis que de repente seu discurso inflamado virou lorotas e seus admiradores foram aos poucos se afastando e desenganados pela sua atuação totalmente diferente das promessas e propostas, dessa forma, sua presença no Planalto é contestada por qualquer eleitor mal informado.
Nesses últimos dias a situação degringolou. Um dos seus mais fiéis devotos, colaborador direto, ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales, sendo sabedor que sua prisão estava sendo planejada, para não macular, ainda mais, o governo Bolsonaro, se viu na obrigação de largar o cargo. Mais uma vez ele demonstrou sua fidelidade ao seu chefe imediato, sacrificando seu futuro político em troca de uma paz dentro daquele setor do governo.
Mesmo assim a situação estava longe de ser contornada. Como tudo pode ser piorado surge no horizonte das controvérsias à imagem dos irmãos Miranda: o servidor de carreira, Luiz Ricardo Miranda, funcionário de carreira no Ministério da Saúde; seu irmão deputado federal Luiz Miranda (DEM/DF). Ambos com uma história de corrupção, levantada dentro do setor do governo, local que Luiz Ricardo trabalha, portanto pessoa com histórico em mãos para conferência.
Informou os Irmãos Miranda, para a CPI do Coronavírus, do fato relacionado, com o agravante que estiveram com o presidente da República, em data anterior, quando foi relatado o que estava ocorrendo naquele ministério. Depois de muita insistência, por parte dos membros, o deputado Luiz declinou o nome de um deputado citado pelo Bolsonaro que viria a ser, por ventura, alguém dentro da Câmara dos deputados, e por ironia do destino o Líder do governo naquela Casa.
Particularmente, não farei nenhum juízo de valor sobre esse assunto, trata-se de um caso recente, o deputado delator, consta na mídia que tem seus pecados mortais, na sua vida pregressa; sendo o presidente Bolsonaro uma pessoa que gosta de falar aos ventos, seria leviandade, nesse momento, tentar aludir qualquer erro aos envolvidos. A comissão, certamente, fará o seu papel e vai procurar dirimir as dúvidas que estão no ar, julgando, dessa forma, quem é quem nessa história.
Tudo isso colocado e voltando ao tema inicial, a situação ficou mais difícil para o presidente. Aproveitando essa oportunidade de turbulência a IPEC, instituto de pesquisas, fez uma prévia das eleições futura, informando o seguinte quadro em termos de votos percentuais: Luiz Inácio Lula da Silva 49%; Jair Messias Bolsonaro 23%. Ciro Gomes 7%; João Dória 6% e Mandetta 3%. Vale salientar que esses números foram apurados no meio desse desgaste político do Bolsonaro.
Mesmo assim, o quadro apresentado, inicialmente, nos deixa bastante preocupado, tanto o ex-presidente Lula quanto o atual presidente Bolsonaro, já fizeram por onde não retornarem ao comando do país. Os outros três candidatos não representa nenhum fato novo que pudéssemos ser traduzido em esperança para o futuro, são todas figurinhas carimbadas, experimentadas no meio político, dessa forma, continuamos esperando um novo nome como opção alternativa.
Comments