O Fato Sem Politicagem 28/10/2020
Ultimamente tenho buscado na filosofia o que a vida tem nos levado ao descrédito nos nossos pares, a vida é mais complexa do que imaginamos, a simbiose entre as raças fica distante quando o assunto é poder de compra e posição social. Quando tratamos das origens, cor de pele, religião, comportamento social (educação) entre outros aspectos, etnia em si, é evidente que somos todos iguais, temos a mesma origem, quanto ao nosso surgimento é um aspecto que requer muito tempo e se trata de um poço de opiniões divergentes que não vou opinar sobre o assunto.
A historicidade tem nos mostrado, quando levantamos as condições econômicas e sociais da população, não é só brasileira, o assunto é universal, muita coisa muda com relação ao aspecto de aceitação e rejeição. Temos visto muitos casos de descriminação por a pessoa não ter uma condição financeira condizente a determinados ambientes.
Claro que até o próprio Ser que se sente em condições de inferioridade procura se afastar de certos locais, por vários fatores, dentre eles a sua condição não lhe permite comprar em determinadas lojas ou mercados que se apresentam de tal forma luxuosa que fica proibitiva a entrada de determinadas classes sociais. Na teoria, aqui no Brasil, esse tipo de separação não é feita conscientemente, mas na prática isso ocorre, inclusive comigo.
Particularmente não gosto de frequentar determinas lojas de departamentos, Shopping Center e outros ambientes com requintes de luxo excessivo, gosto do bonito, mas nem sempre o mais caro é o mais notável, busco sempre o natural e o mais simples. Em decorrência desse aspecto muitas vezes sou incompreendido por me comportar, de certa forma como um conservador obcecado. Admito que tenha até razões para sê-lo, tanto por razões de origem como comportamental.
Essa descrição que não pode ser em caráter de discrição, pelo seu alcance e importância para a nossa sociedade recheada de quês nas entrelinhas, mas de excessivo conteúdo discriminatório, essa situação não é observada apenas com relação a fatores de pobreza quando comparada ao contraponto, a riqueza; coisas mais vergonhosas ainda prevalecem em nossa sociedade, se acentua quando junta dois fatores determinantes como: cor da pele, origem (região de nascimento), grau de escolaridade, local de moradia, e tantos outros aspectos que não merecem serem referendados.
Tudo isso faz parte de uma reflexão que faço depois de leitura feita no Jornal “O Estado de São Paulo”, cujo teor vem levantar uma questão que considero importante em todos os momentos da nossa vida, agora, nessa fase de eleições, quando somos conduzidos a nos posicionarmos politicamente nas urnas, eletrônicas, escolhendo nossos candidatos postulantes ao cargo de prefeito e vereador por nossas cidades.
Reputo esse fato como momento de muita seriedade, é daqui do meu e do seu município que surgirá os novos valores que irão despontar no cenário nacional, como nossos representantes, na Câmara Federal, no Senado Federal e até nos Três Poderes, completando o Executivo e Judiciário. Portanto, é fundamental que sejamos conscientes nessa hora que parece tão inexpressiva, mas que tem uma conotação extraordinária e é agora, no município, que daremos os premiados para brilharem no cenário nacional, ou mandarmos, futuramente, uma nova safra de traíras indecorosas, como estamos fazendo nos últimos tempos.
Voltando aos artigos do citado Jornal, foi feito levantamento do que vem ocorrendo na nossa política, mormente nas grandes cidades, pelas possibilidades reais de execução de planos do crime organizado, nesse caso, leia-se tráfico de tóxicos e as milícias montadas muitas vezes por policiais, ou ex-policiais de comportamento duvidoso. Esses grupos, agora aliados, tentam sequestrar candidatos, (aliciamentos e financiamentos de campanhas) indiferentemente de Partidos Políticos e ideologias, para manter ou ampliar controles dentro de determinados municípios.
Essa história parece até texto de contos narrados por contistas dramáticos, na cidade do Rio de Janeiro, a expansão desse trabalho do crime já se encontra dentro de Câmaras do próprio Estado do Rio, a Polícia Civil tem se movimentado no sentido de coibir esse tipo de ação, entretanto a dificuldade é enorme, trata-se de um exercito a serviço do crime, composto de elementos de mamando a caducando, comprometendo todas as faixas etárias da nossa sociedade mais pobre e mal assistida pelo Poder Público.
Em São Paulo a situação não é diferente, o PCC (primeiro comando da capital) também vem atuando da mesma forma dos criminosos cariocas. O triste de tudo isso é que esse contingente de bandidos procura se infiltrar na administração pública com a intenção pura e simplesmente para obter sucesso nos seus negócios junto aos municípios envolvidos. Muitas vezes o prefeito e até muitos vereadores não está sabendo, porém os criminosos se encontram alojados dentro de sua Câmara municipal, através de alguns poucos elementos, até mesmo nas prefeituras, ligados aos primeiro e segundo escalão da administração local.
Outra notícia que nos causa perplexidade é a quantidade de candidatos espalhados pelo Brasil, praticamente eliminados por esses bandidos, somente este ano tivemos 76 assassinatos por conta dessa nova onda de desvirtuamento dentro da política, já estava ruim, agora piorou. A polícia paulista tem procurado desmantelar essas quadrilhas e para tanto, precisa de informações objetivas e detalhadas com gravações e imagens que possa se chegar aos seus líderes.
Voltando ao tema inicial, essa situação só está sendo possível pela diferença social que existe em nosso país, a falta de recursos financeiros, pela falta de emprego, educação, assistência médica mais direta e pontual, ate mesmo a alimentação precária, leva o ser humano buscar no mundo do crime o que não podemos oferecer para formarmos homens retos e honestos.
Alguém vai dizer que tudo é uma questão de caráter, não obstante acreditarmos no poder da moral, não podemos deixar de reconhecer que a fome, a falta de remédio para um filho ou irmão pequeno, as dificuldades de pagar contas de luz e água, transforma o ser humano em um animal acuado, o animal acuado é perigoso e fará tudo pela sua sobrevivência, esse tudo entenda como crime.
Ele, o criminoso, é o único culpado ou temos que por a mão na consciência e entender que fazemos parte do problema, só nos resta restabelecer os fatos com soluções imediatas, para tanto se faz necessário empenho, justiça e responsabilidade política de todos, eu, você, Bolsonaro, Davi Alcolumbre, Rodrigo Maia, Luiz Fux. E muito mais gente que quero mudar não só a cara do Brasil, mas seu conteúdo, com responsabilidade cívica e humana, aliás, com Política sem Politicagem.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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