Na proporção que o tempo passa o governo se esvai (24/06/2021)
Atualizado: 26 de jun. de 2021
O Fato Sem Politicagem 24/06/2021
Nunca foi tão penoso acompanhar o começo, meio e sem a mínima chance de imaginar o final desse governo Bolsonaro, sem nenhum arcabouço de projeto, um mínimo de criatividade, qualquer propósito de desenvolvimento na área econômica, educacional, menos ainda na saúde e seus tentáculos. Como diz um amigo meu, uma peça sem um desenvolvimento de enredo pelo menos mediano, em palco mal iluminado, atores amadores e trilha sonora destoante.
No início a maioria dos brasileiros esperava uma administração mais assertiva que as anteriores, tomando como base os anos de 1985, puro engano. O tempo é bom para expor os valores que os homens apresentam nas suas atividades; especialmente, os que procuram fazer da vida pública o seu meio de vida, sua profissão, embutindo nela seus objetivos e anseios de crescimento econômico, financeiro e popular.
O capitão Bolsonaro, sem nenhuma experiência em qualquer projeto na área executiva, manteve-se na caserna até ser convidado para se aposentar e na sequência esteve no Legislativo por 28 anos, no aforismo dedicado ao baixo clero, ausente de qualquer protagonismo mais evidente, brilhava sobre ele a estrela da honestidade, coisa rara no mundo político, com essa marca sonhou alto e se lançou ao cargo maior de uma República Democrática, assim se fez Presidente.
Passávamos pela maior experiência negativa que um governo podia impor a um país Democrático, fomos definitivamente saqueados pela quadrilha que se instalou no Brasil. Repentinamente os amantes do alheio se infiltraram na administração pública federal, com tentáculos lançados sobre todas às asas que pudessem ser alcançadas e minimamente dominadas, de tal forma que o prejuízo sofrido pela nação até hoje está sendo calculado.
Foram muitos os presos e condenados, de variados cargos, por várias instâncias, mesmo assim, depois de um longo período, o responsável pela montagem dos muitos traquinos, no governo, simplesmente foi dado como um condenado em hora incerta e não por quem de direito e no lugar errado. Dessa forma tudo foi cancelado, voltando ao ponto inicial com novas contendas jurídicas e o dito quase inocente volta com toda sua condição de votar e ser votado.
No parágrafo anterior eu me referia ao ex-presidente, ex-presidiário e ex-condenado, Luiz Inácio Lula da Silva, reconhecido pelo STF como o injustiçado da República, pode até não ser verdadeiro, mas é um fato, e sentença da Justiça não se discute. Esse é o país das bananeiras que dão mandioca, abóbora, cenoura e tantos outros legumes, o importante é que prevaleça a vontade das togas e seus meritíssimos Juízes.
Voltando ao tema inicial, tudo tem começo, meio e fim, o ilustre ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, oficialmente, renuncia ao cargo deixando um rastro de inquietações, delirantes atos de controvérsias e desditosas aflições para os que, assim como eu, ama nosso meio ambiente, com nossas selvas, com todos seus habitantes naturais. Infelizmente, na gestão do Salles, tivemos perdas irreparáveis para o meio ambiente, inclusive com devastação das matas.
Ricardo Salles teve uma administração no mínimo temerária, do ponto de vista de conservação das terras preservadas e a exploração clandestina dos nossos minerais e madeiras, sendo até mesmo motivo de investigação por parte da Polícia Federal (PF) por instrução do Supremo Tribunal Federal (STF) sendo transformado em um elemento suspeito de ter favorecido os madeireiros que exportam madeiras da Amazônia; fato esse que basicamente determinou sua saída do governo.
Outro caso que vem tomando os noticiários da imprensa geral é o aparecimento de um funcionário do Ministério da Saúde Luís Ricardo Mirando e um seu irmão, deputado federal (DEM/DF) com um assunto que, efetivamente, se transformou em prato cheio para a fome de vingança da CPI do Coronavírus, contra o presidente Bolsonaro. Trata-se de um assunto pertinente ao tema da vacinação e a aquisição da vacina indiana Covaxin, e o modus operandi do Ministério da Saúde.
É um assunto que vem rolando desde a gestão do ministro Pazuello, mas segundo os membros do G-7, oposição e neutros da CPI, é uma clara evidência de corrupção do governo Bolsonaro. Com a finalidade de esclarecer os fatos, a CPI convocou os dois irmãos referendados, para depoimento aquela Comissão, que se dará amanhã (25/06). É mais um enrosco que se apresenta para defesa do atual governo e que precisa de argumentos fortes para combater os alucinados da CPI.
É bom deixar claro que o capitão Jair Bolsonaro, no cargo que ocupa, tem se comportado como um verdadeiro recruta zero futriqueiro, consegue transformar um culto religioso numa briga de botequim, um canto melodioso de um pássaro em uma verdadeira rinha, amigos e companheiros em inimigos e perseguidores, quando dificilmente leva vantagem. A impressão que fica é que ele se transformou do cavalo dos quarteis no cavalo selvagem do Planalto. É uma pena, mas é fato é real.
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