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Foto do escritorGenival Dantas

Na política não há mistérios da natureza (21/10/2020)

Atualizado: 22 de out. de 2020




O Fato Sem Politicagem 21/10/2020

No prisco quando a bruaca era um objeto de transportar pertences e até dinheiro, o cadeado era um nó, muitas vezes cego, mas era um nó, com conotação de segurança total, as vestes íntimas dos homens era cirola, cirolas, ceroula ou ceroulas, nomes que resumiam numa peça de roupa usada como símbolo da higiene pessoal.

Hoje conhecida como cueca ou cuecas, até ontem com a função específica, também, de higiene pessoal, hoje há serventia para outros usos, mesmo mais curtas e modelos diferentes, com aplicação para transporte de dinheiro em espécie, mesmo não tendo fundo falso como sua antecessora.

A maneira jocosa como preâmbulo é para tratarmos de assuntos mais sérios, mesmo que nossos iguais nos tratem por desiguais e extremamente ausente de inteligência, tamanha é a falta de respeito que o ser humano comum é tratado, principalmente, pelos políticos que se consideram superiores e escolhidos dos deuses do universo.

Essa descompostura humana verificada na semana anterior, no apartamento de um senador da República, flagrado por um delegado da Polícia Federal, não é coisa nova na política brasileira, há outros registros e verificados em governos anteriores, como detalhei em trabalho anterior.

Entretanto, da forma como ocorreu agora é inusitado, pelos motivos alegados daquela prática, vergonhoso pelo ambiente familiar em que o acusado se encontrava e terrivelmente constrangedora para a classe política, mormente para os que ainda têm a dignidade como um item da moral e da ética na nossa sociedade.

Falando em moral e ética, não obstante a necessidade que há de haver um comportamento pelo menos equilibrado na atuação dos homens existe pessoas, comumente autoridades que primam em não redarguirem quando os momentos pedem argumentos fortes e verdadeiros em situações de constrangimentos. Ademais se mantêm na modorra do preciosismo do negativismo oportuno e momentâneo.

O quadro é deveras hilário, além do caso supra, com pedido de afastamento por 121 dias, do senador Chico Rodrigo (DEM/RR), envolvido no escândalo da cueca, possibilitando o preenchimento da vaga provisória pelo 1° suplente, seu filho, Pedro Arthur Ferreira Rodrigues (DEM/RR), essa ação praticamente anula a sentença de afastamento, por 90 dias, dada pelo ministro do STF, Luiz Roberto Barroso, sem, entretanto, suspender análise do Conselho de Ética do Senado Federal, para julgamento de decoro parlamentar, contra o senador.

No mesmo senado passou pela sabatina, aprovado, e segue em direção ao plenário da própria casa, para aprovação final, Jorge Oliveira, indicado pelo presidente Bolsonaro para ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), sabendo-se que a vaga ainda inexiste, há previsão de aposentadoria do seu presidente atual para dezembro próximo, acredito que seja um caso de ineditismo para aquela Corte.

Se não ocorrer nenhuma surpresa de última hora o contestado Kassio Marques passará pelo mesmo processo, já a caminho, sem nenhuma surpresa, muito embora sua presença no (STF) Supremo Tribunal Federal é uma surpresa desagradável para aqueles que defendem o Processo da Lava Jato e o indicado é contrário a sua existência, sendo solidário com o presidente Bolsonaro, o mesmo que foi eleito carregando essa bandeira e jurando fidelidade aos seus fundamentos e hoje se elege exterminador desse movimento.

Corre pelos corredores do Senado Federal que a sabatina de Kassio é apenas uma mera formalidade, já existem opiniões formadas, agora se espera apenas as formalidades, o que é uma pena, nem mesmo os desmentidos do teor constante no currículo do indicado ao cargo, como doutorado e outras informações basilares na conduta do candidato ao cargo estão levando em consideração, espero que na última hora algum senador tenha a oportunidade de levantar essa questão e o próprio Kassio ter a oportunidade de explicitá-la.

Ficam cada vez mais claro e evidente, na política, verdadeiramente, não há mistérios da natureza, mas, sim, toda uma desenvoltura de saliências fora da curva e o círculo se fecha no entorno de uma montanha de atitudes perversas, ações casuísticas, longe do comportamento natural e perto do desalinhado espírito humano, composto pela mais nefasta das atitudes, carregadas de individualismo e prioridades ausentes de humanismo.


Genival Dantas

Poeta, Escritor e Jornalista



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