O Fato Sem Politicagem 28/11/2020
Tivemos uma semana, encerrando-se hoje, com muitos políticos à beira de um ataque de nervo e governos no centro do furacão. No Governo Federal, o presidente Bolsonaro desiste de prestar depoimento no processo de interferência na PF, o Ministro do STF Alexandre de Morais prorroga por mais 60 dias o processo e pede manifestação do PGR.
Enquanto isso, o deputado federal por São Paulo, Eduardo Bolsonaro (PSL) se pronuncia hostilmente contra nosso maior comprador de commodities, China, representando mais de R$ 54 bilhões/ano, pela segunda vez e em atitude aloprada e inconsequente cria área de atrito entre o Itamarati e aquele país, parceiro comercial, pois somos grandes cliente deles.
Fica a certeza que esse congressista, realmente, não servia como embaixador do Brasil em qualquer lugar do mundo, principalmente nos EUA, ainda bem que sua candidatura foi abortada a tempo, antes da derrota acachapante no Senado Federal, o que seria mais um constrangimento para a família do Bolsonaro, entre tantas outras já experimentadas.
Culminando com outra experiência, agora de cunho democrático, amanhã teremos compromisso com as urnas em demonstração de cidadania e responsabilidade para com o nosso país, quando teremos o dever cívico de escolhermos nossos prefeitos para o mandato de quatro anos eletivos ou a renovação de atuais que ainda não tinham sido escolhidos no primeiro turno, algumas escolhas seguirão os seguintes caminhos e diagnósticos:
Com algumas oscilações nos números apresentados na corrida para algumas prefeituras, que irei enumerar, fica evidenciado o padrão de comportamento das eleições no primeiro turno. Em Recife/PE, a briga continua a par e passo desde o início, João Campos (PSB) 50%, Marília Arraes (PT) 50%, portanto, há empate técnico entre os candidatos; esses dados correspondem à pesquisa realizada entre ontem e hoje (25/11) considero uma situação ainda indefinida e de difícil acerto em qualquer tipo de prognóstico. A mesma fonte de levantamento dos dados o IBOP, a manterei para os demais candidatos de outras Capitais.
Para Fortaleza temos uma situação mais amena para o candidato Sarto (PDT) 61%, contra 39% do Capitão Wagner, tudo concorre para o favoritismo do candidato que sempre esteve na ponta pela corrida à Prefeitura de Fortaleza, Capital do Ceará, será uma vitória creditada aos irmãos Gomes patrocinadores políticos do candidato do PDT.
Em Belém o PSOL deve sair vitorioso nas eleições pelas Capitais, Edmilson Rodrigues com 58% vem correspondendo à confiança depositada nele pelos seus correligionários e aparece à frente do Delegado Eguchi (Patriota) com 16% de vantagem, a reversão desse quadro é muito difícil pela exiguidade do tempo.
Em Goiânia temos uma excepcionalidade, o candidato Maguito vilela (MDB) com 59% das intenções de votos deve derrotar o candidato Vanderlan Cardoso (PSD) mesmo estando de cama, hospitalizado em Goiânia desde outubro último, com a Coronavírus, ausente da campanha por todo o segundo turno. Mesmo nessa situação o seu eleitorado está sendo fiel, lhe assegurando o primeiro lugar desde o início da segunda fase.
Na Capital gaúcha, Porto Alegre a situação é delicada, mesmo havendo certa distancia entre os números dos dois candidatos, nos votos válidos Sebastião Melo (MDB) 49%, Manuela D’Ávila (PCdoB) 51%, indicando a vitória da postulante, entretanto não podemos esquecer-nos das campanhas lineares que vêm fazendo os candidatos, agora no final é que segue essa disputa pendente ao PCdoB. Fica muito difícil diagnosticar o vencedor também aqui, assim como no Recife, qual o vencedor nessa disputa.
No Rio de Janeiro Capital que, inicialmente, o candidato Crivella tinha o apoio do presidente Bolsonaro, em decorrência do pífio resultado na preferência do eleitorado, nos últimos dias Bolsonaro se mostrou indiferente aos resultados das urnas no Rio de Janeiro, numa demonstração clara que é temerário você tê-lo como padrinho eleitoral. Os resultados nas últimas pesquisas mostraram Eduardo Paes (DEM) com 68%, enquanto Crivella (Republicanos) 32% da preferência popular.
São Paulo representa a derrota mais humilhante para o atual presidente da República, o candidato da sua preferência e apoio foi derrotado humilhantemente, não indo sequer ao segundo turno ficando, portanto classificado o atual prefeito Bruno Covas (PSDB) e o candidato do (PSOL) Guilherme Boulos, com 57% e 43% dos votos, respectivamente;
Como há certo conforto na candidatura do Bruno Covas, o apoio dado pelo ex-presidente Lula (PT) ao candidato do (PSOL), também não surtiu muito efeito, tendo ele, o Lula, direcionado seu apoio mais direto à candidata de Recife, com ação presencial nas últimas horas.
No encerramento do segundo turno, acredito que seja amanhã, farei avaliação geral de como ficará a posição de cada partido político dentro da formatação do novo quadro, suas peculiaridades e as consequências que teremos para o novo embate político para 2022 de abrangência nacional e de alcance dos cargos majoritários, Presidente e Governadores, além dos Senadores e Deputados Federais, além dos Estaduais.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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