
O Fato Sem Politicagem 15/08/2021
Todo projeto tem seu início com um planejamento bem executado, objetivos traçados dentro de previsões factíveis, com equipe bem escolhida, mão de obra treinada, recursos correspondentes para que não ocorra solução de continuidade. Ademais é de se esperar que a liderança tenha o entendimento que os valores ali empregados deverão ser bem administrados e com o máximo de transparência possível para que não ocorra ruído na comunicação.
É claro que o desenvolvimento de cada plano e seu sucesso vão depender muito da relação entre os envolvidos na obra. Outra particularidade é o setor de execução, se é da iniciativa privada ou pública, pois quando administramos recursos cuja origem é de algum governo, seja ele Municipal, Estadual, ou mesmo Federal, os valores envolvidos mudam de acordo com o planejado e sua extensão, o que não deve e nem pode mudar é a responsabilidade para com o erário.
O que tem ocorrido nos últimos anos e governos é a falta de comprometimento de agentes públicos praticante do desvio de finalidade na hora de contratar um serviço, compra de materiais, qualidade na execução dos serviços empreitados. É recorrente na nossa República sermos comunicados, ou denunciados pela imprensa, falcatruas em todos os níveis da administração, independente de nível hierárquico, até mesmo dos valores envolvidos.
A pandemia do Coronavírus nos trouxe uma realidade escondida para muitos brasileiros, os órgãos envolvidos na fiscalização dos trabalhos do Ministério da Saúde é uma amostra substancial do quanto os nossos controles estão defasados. Temos em andamento uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Senado Federal, para tratar exclusivamente dos desvios, ações comprometedoras, falta de ações e tudo que envolve de mal feito na administração pública.
Inicialmente o trabalho da CPI era para investigar todos os governos, mas por conveniência o desinteresse da Comissão, ela tem trabalhado apenas com os trabalhos do governo Federal, limitadamente a tudo que envolve o presidente Bolsonaro. Esse fato que corroborado com o descaso que há para com os outros governos, ficando seus trabalhos prejudicados com ineficiência e ineficácia, motivo de muito tumulto e desarmonia em seus membros de onze componentes.
O que tem se evidenciado na Comissão é a desavença acirrada entre seus membros, situação oposição, com acusações deletérias, sem nada acrescentar para a solução dos problemas levantados, o desfecho dessa comissão não será nada favorável a quem interessa que é a verdade apurada no meio de tantas informações desencontradas e muitas vezes inconfiáveis, cada grupo tentando defender o seu lado, em verdadeiro fogo cruzado.
O desgaste chegou ao ponto de ter criado entre o Executivo e o Judiciário verdadeiro combate travado entre alguns ministros do STF, especificamente, Luiz Roberto Barroso e Alexandre de Morais, com interferência do TSE, presidido pelo próprio Barroso e interveniência do Luiz Fux, presidente do STF, na tentativa de resolver o impasse criado entre o presidente da República, Jair Bolsonaro e os dois ministros do STF. Nada resolvido e tudo complicado.
A situação chegou a tal ponto que Alexandre de Morais pede indiciamento, em processo ativo, do Jair Bolsonaro, ao mesmo tempo Jair Bolsonaro anuncia aos quatro cantos do mundo que pedirá ao presidente do Senado o impeachment dos dois ministros referendados, o Senado é o local certo para tramitar o processo de impedimento dos senadores. Nesse caso já se encontra envolvido os três Poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, uma situação esdrúxula.
Nessa situação de baixo nível, é preciso que alguns membros dos três Poderes possam negociar uma saída honrosa para todos, caso contrário todos os envolvidos vão sair perdendo, e ninguém lucrando, principalmente por ter uma situação que ainda não faz parte dessa barafunda, as Forças Armadas podem ser convidada a fazer uma intermediação, virando, dessa forma, um verdadeiro saco de gatos, enquanto isso temos mil problemas que dependem dessa gente.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista

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