O Fato Sem Politicagem 01/03/2021
A prova inconteste que o Brasil tem jeito são as iniciativas de alguns setores dentro do governo federal e de alguns congressistas na tentativa de salvaguardar prerrogativas, mesmo que oficiosamente, que possam trazer amenidades para um mínimo de conforto físico e psicológico aos brasileiros tragados pelas circunstancias críticas e desfavoráveis para a subsistência dos que vivem no anonimato e sob a sombra das luzes dos holofotes dos poderes constituídos.
A luta da minoria dentro do Congresso Nacional para o retorno do auxílio emergencial vem ao encontro da extrema necessidade dos mais carentes. Há uma corrente dentro do governo federal, composta pelos que apregoam a agenda liberal, essa coisa já desidratada há muito tempo, tratava-se apenas de uma bandeira política para angariar o voto dos que achavam que o candidato, à época, poderia implantar um novo governo com plataformas reformistas e transformadoras, ledo engano.
Para nossa decepção e ao mesmo tempo esperança, poucos são os que se manifestam em direção ao que denominamos de política de solidariedade humana. Esses liberais de galocha agora condicionam o pagamento de R$250, em parcelas subsequentes e por quatro vezes, desde que seja atrelada ao efeito de contrapartidas. Claro que ninguém quer que seja feito uma programação de pagamentos para os mais carentes sem a necessária fonte dos recursos para provimentos.
Precisamos urgentemente que o governo busque alternativa fiscal dentro da sua projeção de valores, indicando caminhos, seguros com meios factivos, desenrolando essa pendenga e colocando em prática essa ajuda basal para os necessitados. É preciso que seja acionado o trabalho valoroso dos nossos economistas lotados nos diversos ministérios para mostrar o presidente Bolsonaro alternativas existentes e que não seja de maneira ilegal.
Faz-se necessário que todos se voltem em busca de uma solução urgente, enquanto isso, por absoluta falta de ação política e humanitária, já entramos no último mês do primeiro trimestre do ano em curso e a panela do povo não está esquentando. É profundamente lamentável que, enquanto estamos tratando desse assunto tão prioritário o Líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, tem se mantido fiel ao seu propósito em defesa do nepotismo, assunto tão abjeto quanto inconveniente para o momento que atravessamos.
Temos certeza que mais uma vez o bem suplantará o mal, esse último não vai prevalecer. Mais confortante é verificar a busca de outros setores do próprio governo federal, espero que o presidente Bolsonaro só venha ser informado quando tudo resolvido, para não atrapalhar o desenrolar das ações em curso. Já foi anunciada a renegociação de dívidas tributárias negociadas durante a fase da pandemia e durante o ano anterior.
O que ocorre é que com as novas dificuldades para as atividades econômicas, primordialmente os pequenos empresários, as ações restritivas e isolamento social transformou os comerciante em inadimplentes junto ao governo, essa alternativa virá resolver parcialmente suas necessidades mais urgentes, em termos de compromissos oficiais. Esse fato também liga as duas pontas, trabalho e capital, numa demonstração clara que todos merecem o apreço, a consideração e o respeito da administração pública. Outrossim, quando ela quer a vida acontece de forma mais harmoniosa e com gotas de esperanças.
Retomando ao assunto do Coronavírus e sua malignidade, os hospitais continuam lotados, de Norte ao Sul, passando pelas variantes geográficas, com nível ascendente no que tange aos leitos reservados aos atingidos pelo vírus fatalista, os governos Estaduais e Municipais têm procurado fazer seus papeis, temos visto governadores e prefeitos apelarem para a sensibilidade humana e que a população respeite as normas impostas pela extrema necessidade de isolamento temporário.
Sabemos que grande é o desconforto para os que precisam trabalhar, mas devemos fazer uma reflexão mais profunda, se tivéssemos usado dessa possibilidade desde o início da pandemia certamente não estaríamos chorando tantos mortos e infectados. Rezar é um ato de fé, entretanto apenas esse gesto não resolve tudo.
É preciso que façamos a nossa parte com atitudes, gestos e compromisso com os nossos pares; afinal não somos apenas responsáveis pelas nossas vidas, mas pela sobrevivência das pessoas que amamos e queremos bem. Não fraqueje, aja com determinação e com consciência da sua participação efetiva nessa vitória que será de todos nós.
Genival Dantas
Poeta, Escritor e Jornalista
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